O uso da turbina na propulsão naval demandou muito tempo e encontrou inúmeras dificuldades antes de impor-se. O britânico Charles Algernon Parsons foi o primeiro a idealizar o fracionamento da pressão do vapor em muitas variações parciais, para reduzir a velocidade tanto do vapor como da rotação da turbina. Em 1886, na exposição marítima de Liverpool, já havia sido exibida uma turbina a vapor, com variações de pressão de 18.000 rpm, para produzir energia elétrica. Para demonstrar aos visitantes que as vibrações se amortizavam com o novo motor, este ficou suspenso no ar e pendurado por dois arames.
A primeira aplicação de uma turbina Parsons ocorreu com o caça-torpedeiros inglês Turbinia, dez anos depois da exposição de Liverpool, e em 1898 foram usadas turbinas Parsons de 1.100 rpm para a propulsão de mais caça-torpedeiros: Viper (com 8 hélices), nos estaleiros de Wallsen, e Cobra, nos estaleiros Armstrong. Foram alcançados progressos notáveis e resultados ótimos no que se referia à velocidade e ao funcionamento, mas havia muito por fazer em relação ao consumo excessivo de vapor.
Foi muito usada nos barcos que cruzavam o canal da Mancha, no entanto, a propulsão marinha exigia cada vez mais potência e, conseqüentemente, os espaços para as turbinas de baixa pressão chegaram a atingir dimensões impossíveis. Para resolver esse inconveniente, recorreu-se a mecanismos intermediários, como os redutores de engrenagens de dentes helicoidais, testados por ingleses e, mais tarde, por projetistas alemães. Dessa maneira, sem deixar de evoluir, a turbina se impôs amplamente na propulsão marinha e substituiu os velhos motores alternativos.