RMS OLYMPIC
O navio RMS Olympic foi construído entre Setembro de 1907 e Maio de 1910, altura em que foi lançado. Foi o primeiro de três grandes navios, a "Olympic Class" (os maiores naquele período), da White Star Line que fizeram parte da sua frota por volta da mesma época. Eram em muito semelhantes entre si, principalmente no tamanho, distribuição e vista exterior. Em 14 de Junho de 1911 o RMS Olympic fez a sua viagem inaugural. Com 1313 passageiros a bordo a viagem transatlântica foi um sucesso. As próximas viagens foram de igual modo sem falhas. Mas o desastre aconteceu no início da sua quinta viagem. Pouco passsava do meio-dia quando o navio saiu de Southampton a caminho de Cherbourg na França para levar mais passageiros.
Inesperadamente o HMS Hawke da Marinha Britânica foi visto no meio do nevoeiro. O navio de guerra foi sugado pelas grandes pás das hélices do Olympic e o choque foi inevitável. O HMS Hawke bateu no lado estibordo do Olympic e deixou-lhe com um buraco e uma pá destruída. Apesar do forte embate os dois barcos conseguiram chegar ao porto mais próximo sem vítimas. O RMS Olympic voltou para Belfast para ser extensivamente reparado. Este desastre, apesar de fazer questionar se navios maiores tornavam a navegação menos segura, também ajudou a criar o mito de que eram navios inafundáveis, pois nada de muito grave lhe aconteceu. Este mito foi derrubado em 15 de Abril de 1912 quando o Titanic sofreu um embate com um iceberg e afundou-se, resultando na morte de mais de 1500 pessoas. Assim que o RMS Olympic chegou a Inglaterra foram-lhe imediatamente adicionados 24 botes aos 20 que já tinha. Mesmo assim passageiros e tripulação achavam que a segurança ainda não estava boa e a White Star teve que retirar o Olympic durante seis meses para reparações mais profundas. Dentre outras, foi-lhe adicionado uma "dupla pele" para resistir melhor a embates. Em 1913 o RMS Olympic tinha 68 botes salva-vidas e estava pronto para enfrentar as linhas transatlânticas rivais. Mesmo com o começo da Primeira Guerra Mundial o navio ainda continuou em serviço até que foi finalmente chamado para atracar indefinidamente em Belfast.
O grande navio esteve 10 meses parado e foi então requisitado pelo governo britânico. Ele foi pintado com cores muito claras, e com formas geométricas para confundir os submarinos inimigos e seu nome foi mudado para H.M.T. (His Majesty's Transport) Olympic. O então HMT Olympic juntou-se ao seu irmão mais novo, o Britannic, que servia como barco hospital, no Mediterrâneo para transporte de tropas e sobreviventes. Depois começou transportar tropas do Canadá e no final de 1916 já tinha completado 10 viagens entre o Canadá e a Europa. Mais tarde faria o trajeto Estados Unidos - Europa com a mesma finalidade. Em Maio de 1918 o Olympic foi atacado pelo submarino alemão U-103 no canal Inglês com um torpedo. Afortunadamente o torpedo errou o alvo e foi então que o Olympic se virou contra o submarino e o abalroou. O submarino rapidamente começou a afundar e algumas pessoas que escaparam foram apanhadas pelo destroyer USS Davis que por ali passava. Em Novembro de 1918 a guerra terminou. Durante a Primeira Guerra Mundial, o HMT Olympic transportou 41.000 passageiros civis, 66.000 soldados das tropas e 12.000 membros do batalhão trabalhador chinês. Ele percorreu 184.000 milhas e consumiu 347.000 toneladas de carvão. Por estes recordes de guerra, o navio ganhou a alcunha de "Old Reliable", que traduzido para o Português seria: "velho confiável". O navio foi, então, devolvido para a White Star Line, sendo renomeado como R.M.S. Olympic para, uma vez mais, fazer rotas transatlânticas.
Nessa altura o Olympic ainda era um dos mais maravilhosos e luxuosos navios a circular e por isso várias personalidades fizeram travessias nele, como é caso de Charlie Chaplin e de Eduardo, Príncipe de Gales. Com o passar dos anos e, sobretudo, devido à Grande Depressão, a falta de melhorias e investimentos no Olympic deixou transparecer sua idade, tornando-o obsoleto. Em 15 de Maio de 1934 na chegada a Nova Iorque, o Olympic, entra num forte nevoeiro, foi-se aproximando com a ajuda do barco-farol de Nantucket LV-117. Agora sob o comando do capitão John Binks o navio não conseguiu virar a tempo e cortou a embarcação, que se partiu e afundou-se. Quatro dos tripulantes do barco-farol afundaram com o navio e sete foram resgatados, dos quais três morreram de ferimentos - portanto, registaram-se sete mortes no total.
Em Março de 1935 o RMS Olympic fez a sua última viagem para Nova Iorque onde foi vendido e completamente desmontado. O Olympic foi um dos maiores navios que já cruzou os mares e um dos mais maravilhosos.
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