sexta-feira, setembro 30, 2005

O HOMEM VESTIDO DE MULHER
Durante muitos anos permaneceu o mistério de que um homem vestido de mulher embarcou num dos botes salva-vidas. O nome de quatro sobreviventes veio a lume nesta acusação. Um deles fora vítima de um jornalista a quem recusara uma entrevista, outro um político importante vítima de acusações de um opositor, outro ainda vítima da bisbilhotice da sociedade por ter deixado o Titanic antes da esposa. Contudo um nome ficou esquecido, Daniel Buckley, um jovem irlandês de 21 anos. Daniel assumiu livremente que embarcou no bote salva-vidas 13 escondendo-se por baixo dos acentos, uma senhora a bordo cobriu-lhe a cabeça com um xaile de forma a que se parecesse com uma mulher, Daniel sempre acreditou de forma errónia que se tratava de Madeleine Astor, não passava de um rapaz de terceira classe assustado que chorava... Faleceu em 1918 ao serviço da Primeira Guerra Mundial.
Contudo aqui fica uma carta tornada pública e editada no livro A Night to Remember de Walter Lord (públicado pela editora portuguesa Editorial Presença com o título A Tragédia do Titanic).
"Caro......... : Tenho na minha frente a informação de que tentaste forçar a entrada num dos salva-vidas... e de que quando foste mandado para trás pelo Major Butt, passaste pela multidão, desapareceste, e que passados momentos foste visto a sair do camarote vestido com roupas de mulher, reconhecidas por serem peças de vestuário que a tua mulher tinha utilizado durante a viagem.
Não consigo perceber como podes andar de cabeça levantada e considerar-te um homem entre homens, sabendo que tudo o que te sai da boca é mentira. Se a tua consciência te pesar depois de leres esta carta, o melhor é contares a verdade. Não há nada mais verdadeiro do que o velho ditado, «Confessar faz bem à alma».
Teu dedicado, ...................."

quinta-feira, setembro 29, 2005

RELATO REVELA ÚLTIMOS MOMENTOS DO TITANIC
A popa do Titanic ficou apontada para o céu estrelado por quase dois minutos antes de afundar vagarosamente rumo às profundezas do oceano, afirma um relato dramático sobre os últimos momentos do luxuoso cruzeiro. "Ouvimos um retumbar e um choque de dentro do navio, como o som de um trovão distante", escreveu o segundo oficial Charles Lightoller, o membro da tripulação com patente mais alta a sobreviver ao desastre de 1912.
"Eram exatamente 2h quando o navio atingiu uma perpendicular perfeita e ficou nessa posição por um período de cerca de dois minutos, com sua popa apontando para cima, em um espetáculo incrível", escreveu. "Depois, primeiro vagarosamente, e logo com velocidade cada vez maior, o navio escorregou para debaixo das águas".
O relatório de 17 páginas, que teve alguns trechos publicados por jornais hoje, foi leiloado pela casa Sotheby's (de Londres, Grã-Bretanha) no dia 2 de dezembro de 2003, junto com outros objetos relacionados com o Titanic. Mais de 1,5 mil pessoas morreram no naufrágio da embarcação, que atingiu um iceberg e afundou em abril de 1912.
Lightoller descreve a "água verde e fria que se arrastava assombrosamente escada acima" depois de o navio ter atingido o iceberg durante sua viagem inaugural. Uma autoridade entregou-lhe um revólver quando o navio começou a afundar e lhe disse: "Você pode precisar disso". Lightoller afirmou ter usado a arma para obrigar alguns homens a saírem de um bote salva-vidas no qual colocou mulheres e crianças.
O segundo oficial conta ter ficado a bordo do navio mesmo quando ele já se inclinava bastante. "Quase todo mundo começou a instintivamente subir rumo à popa, que ainda estava fora da água".
Ele descreve como a água varria os corpos no deck do navio superior e como decidiu pular na água, usando apenas um suéter sobre seu pijama. "Estava afundando rapidamente quando uma enorme bolha de ar quente saiu de uma das chaminés e me levou para a superfície", disse ele no texto.
Lightoller viu o Titanic afundar enquanto se segurava em um dos destroços da embarcação. O segundo oficial foi à última pessoa a ser resgatada e se tornou uma importante testemunha na investigação do acidente. Nascido em Lancashire, no noroeste da Inglaterra, em 1874, Lightoller tomou seu primeiro navio aos 13 anos e sobreviveu a quatro outros naufrágios.

quarta-feira, setembro 28, 2005

PEQUENO GRANDE HERÓI
Carpathia, o navio de 13 toneladas, é melhor lembrado por ter sido o que respondeu aos sinais de perigo vindos do RMS Titanic, resgatando cerca de 700 sobreviventes do famoso desastre ocorrido em 1912.
Seis anos mais tarde, o RMS Carpathia foi afundado ao ser torpedeado por um U-boat alemão (U-47), a caminho dos Estados Unidos, vindo de Liverpool - o local do afundamento foi estimado como perto da costa da Irlanda, 5 pessoas morreram no ataque e 215 sobreviveram.
Apesar de haver testemunhas, a localização dos destroços era um mistério até sua recente descoberta pela equipe do NUMA - National Underwater & Marine Agency - em 1999, a 300 quilômetros do extremo sul da Inglaterra. Imagens de sonar (foto) mostram o naufrágio em boas condições, ainda inteiro, permitindo sua exploração para a recuperação de artefatos. Os destroços encontram-se a aproximadamente 170 metros de profundidade.

terça-feira, setembro 27, 2005

MORGAN ROBERTSON - FUTILITY
O Titanic não terá sido o maior naufrágio de sempre, durante as duas guerras mundiais os alemães afundaram navios mercantes que levavam ainda mais pessoas a bordo. Mas nenhum desses casos conseguiu um lugar na História como o Titanic. As razões são inúmeras eis mais uma. Morgan Robertson escreveu em 1898 um romance entitulado Futility pela editora M. F. Mansfield, que relatava o naufrágio de um navio, o maior do mundo, de nome Titan que chocava com um icebergue na viagem inaugural, numa noite fria de Abril ao largo do Atlântico Norte levando consigo algumas das pessoas mais ricas e famosas a bordo. Aqui ficam alguns detalhes impressionantes deste Titan-Titanic:
TITAN / TITANIC
Nacionalidade Britânica / Britânica
Comprimento 245m / 270m
Deslocamento 70.000 / 65.000
Hélices 3 / 3
Mastros 2 / 2
Matéria metal / metal
Compartimentos 19 / 16
Botes 24 / 20
Capacidade a bordo 3000 passageiros / 3547 passageiros
Passageiros a bordo 2000 / 2208
Velocidade de Impacto 25 nós / 22,5 nós
Hora de colisão Perto da meia-noite / 23h40
Local da colisão Estibordo / Estibordo
Local do afundamento Atlântico Norte / Atlântico Norte
Mês de viagem Abril / Abril
Viagem inaugural New York - England / England - New York
Cognome Inafundável / Inafundável
Aviso do vigia Ice, ice ahead Iceberg Right under the bow / Iceberg Right Ahead
Robertson faleceu em 1915 vendo a sua profecia tornar-se realidade...

segunda-feira, setembro 26, 2005

MOLLY BROWN NO TITANIC

A era vitoriana gerou muita riqueza na nova América industrializada, um modo popular dos novos ricos gastarem seus dinheiros era levar a "Excursão Principal" da Europa que estendia freqüentemente a viagens a destinos mais exóticos como o Egito e Japão. Sem a velocidade dos aviões de hoje, estas viagens levavam normalmente três meses ou mais para completar. (Tal viagem foi satirizada no livro “Innocents Abroad” de Mark Pares) Alguns meses antes de 1912, Molly e sua filha Helen que tinham estado assistindo ao Sorbonne em Paris estava em tal excursão com John Jacob Astor e a segunda esposa dele, Madeline 19 anos (depois de um divórcio bastante escandaloso).
Molly tinha escrito para sua irmã Katie que voltava para Hannibal que ela pretendia fazer visita de algumas semanas. Entretanto ela recebeu um telegrama do filho Larry que seu neto de cinco meses estava doente. Ela decidiu reservar passagem ao último minuto a bordo de Titanic. A filha Helen decidiu ficar em Paris para mais algumas festas. Assim Molly estava viajando sem sua família, mas ela estava unida aos seus amigos Astors.
O custo dos alojamentos de primeira classe mais caros era $4.350 para a viagem de seis dias. Outras celebridades que eram parte deste evento social de 1912, incluindo o milionário Benjamim Guggenheim; Charles Hayes, O presidente da Grand Trunk Railway; Sr. & Sra. Isadore Straus, donos da loja de departamentos de Macy; e J. Bruce Ismay, diretor da White Star Line que tinha construído o Titanic. Em 10 de abril, 1912 Hannibal Courier Post informou na primeira página que o Titanic partia de Southampton, Inglaterra. Molly e o Astors subiram a bordo em Cherbourg, escala de França. Era o navio maior feito, comparando quatro cidades e alcançando tão alto quanto a onze edifícios da historia. Construído com 16 compartimentos de estanque que poderiam ficar flutuantes até mesmo se fossem inundados quatro, publicações do dia se referiram ao Titanic como "Inafundavel".
O grau de luxo para passageiros como de Sr. Astor e Mrs. Molly Brown era insuperável. Os quartos públicos incluíram convés particular, ginásio, banho turco, piscina e biblioteca. Nós não conhecemos o número de convés exato ocupado por Molly porque ela reservou sua passagem ao último minuto, ela não estava na lista impressa de passageiros. Mas nós sabemos que ela estava no lado direito do convés B (o primeiro convés de classe).
Molly estava na cama lendo um livro, quando às 11h40min da noite, 14 de abril de 1912, o vigia, Frederick Fleet, telefonou para a ponte de comando, que havia "Iceberg à frente!". O impacto lançou Molly ao chão. As maiorias dos passageiros não sabiam da colisão, foram saber depois pelo zumbido das maquinas que haviam parado. Antes das 12h15min da noite, o navio estava preparando os barcos salva-vidas. Molly vestiu seis pares de meia-calças de lã sabiamente, um terno de lã, casaco de pele, chapéu e estraga. Ela pôs $500 dinheiro vivo em um bolso, e um amuleto de sorte bom que ela tinha comprado recentemente em sua excursão egípcia em seu outro bolso.
Depois de ajudar outras mulheres, Molly entrou no barco salva-vidas Nº. 6 por dois comerciantes americanos que disseram "Você vai, também”. O barco com capacidade para 65 estava com menos de 30 pessoas quando foi abaixado à água, inclusive Fleet e o oficial Hichens que estavam na rota de piloto na hora do impacto com o Iceberg.
O oficial Hichens amedrontado advertiu o barco salva-vidas seria sugado quando Titanic afundasse. Molly se revoltou e agarrou os remos e ordenou que as mulheres remassem para a luz no horizonte que eles esperavam era um navio de salvamento. À toa no Atlântico frio, Molly compartilhou os pares de extra dela de meia-calças, e manteve as mulheres esquentadas. Todos assistiram em horror como o navio a vapor afundou às 02h20min da manhã, 15 de abril. Ela foi intimidada pelo oficial Hichens, pois ele recusou retroceder o barco salva-vidas para apanhar mais sobreviventes.
Depois de quase 6 horas de terror, o navio Carpathia respondeu a chamada de angústia. Uma vez a bordo, Molly ajudou organizar esforços de alívio. O conhecimento dela de idiomas estrangeiros a permitiu ajudar os imigrantes amedrontados que tinham perdido tudo, enquanto incluindo os maridos delas. Molly expressou a opinião dela que as "mulheres e crianças primeiro", política era tragicamente mortal. "Mulheres exigem direitos iguais em terra, por que não em mar?" ela perguntou.
Até mesmo quando o Carpathia chegou a New York, Molly ficou a bordo para ressegurar as mulheres estrangeiras apavoradas. Desde que White Star Line não proveu nenhum alívio a estas viúvas e órfãos, nem para as famílias dos integrantes da tripulação que haviam morrido, Molly elevou $10,000 de dinheiro privado dos passageiros ricos, inclusive o $500 dinheiro vivo ela doou, para ajudar estas vítimas pobres. Molly voltou à New York no dia 29 de maio de 1912 apresentou-se ao Capitão H. Rostron um símbolo de estima dos sobreviventes do Titanic. Ela também teve uma medalha dada para cada um da tripulação do Carpathia que descreveu um navio que ara por icebergs para um barco salva-vidas lançando. A história circulou que quando o primeiro entrevistado por repórteres em New York, eles perguntaram o que ela atribuiu à sobrevivência dela. Sorte “típica," ela disse supostamente, "Nós somos inafundaveis" O rótulo aderiu, e ela se tornou uma celebridade nacional. Até mesmo atrás em Denver, Sra. Crawford Hill concedeu ser anfitrião de seu almoço de honra.
Molly ainda sobreviveu a mais dois acidentes de navio, depois ela ficou mais dois anos em New York onde gastou muito no Hotel Barbizon onde se hospedavam as atrizes famosas. Foi onde ela morreu no dia 25 de outubro de 1932 com 65 anos. A fortuna dela tinha encolhido para $1500 e a casa dela em Denver que vendeu no próximo ano por só $5000. Seu ultimo ato de caridade foi dar de natal as crianças pobres de Leadville, Colorado, botas e roupas de lã. Ela não sobreviveu para ver seu sobrinho distribuir os presentes as crianças.

domingo, setembro 25, 2005

PROCESSOS DE INDENIZAÇÕES
O fim das investigações oficiais não marcou o final das atividades legais. Ao contrário, foi apenas o início de uma série de processos, mediante os quais pessoas físicas e jurídicas pretenderam cobrar indenizações pela perda de parentes, bens e carga. Eles tinham que, necessariamente, esperar o parecer final dos inquéritos oficiais antes de iniciar suas próprias ações legais: caso a White Star Line e seus prepostos tivessem sido considerados francamente negligentes, o caminho estaria aberto a todos os interessados em se ressarcir por danos e prejuízos. No entanto, como nenhum dos inquéritos proferiu qualquer declaração peremptória, parecia improvável que os reclamantes do Reino Unido pudessem receber alguma coisa além do mísero estipêndio previsto pela Lei de Navegação Mercante.
As reclamações impetradas nos Estados Unidos, julgadas pela Corte Distrital Sul, do Estado de Nova York, envolviam um total de dezessete milhões de dólares. A White Star Line contestou-as e apelou na tentativa de limitar os débitos ao valor dos destroços recuperados do Titanic, conforme permitido pela lei norte-americana, isto é, o equivalente justo em dinheiro dos treze botes salva-vidas recuperados pelo Carpathia, somado aos fretes pagos com antecedência e a receita advinda da venda de passagens - cerca de 97.772 dólares. A legislação britânica prevaleceu, afinal, intensificando a batalha entre os advogados dos queixosos e os da companhia de navegação. Os depoimentos se arrastaram e provavelmente teriam continuado assim, por um período ainda mais longo, não fosse a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em agosto de 1914, ter desviado as atenções gerais. Em 28 de julho de 1916, um acordo entre as partes fixou a quantia de 663 mil dólares a ser rateada pelos queixosos.
O caso foi encerrado.

sábado, setembro 24, 2005

NO GREATER LOVE
NO GREATER LOVE editado em Portugal com o nome NOITE TRÁGICA, é mais um filme que tem como tema a tragédia do Titanic, baseado no livro de Danielle Steels com o mesmo título.
A bordo do Titanic a família Winfields festejava o noivado de Edwina, a filha mais velha do casal Bert e Kate Winfields. Viajavam com Edwina os seus irmãos George, Alexia e o pequeno Teddy Winfields. A família vinha acompanhada da empregada Lizet e do noivo de Edwina, Charles Gerard. Mas a tragédia acontece, quando a família está para entrar nos botes a jovem empregada Lizet entra em pânico e desaparece, Alexia a jovem irmã corre atrás dela e desaparece também na multidão. A família fica desmembrada, Edwina procura a irmã junto com os pais, o noivo e os seus irmãos mas em vão. O navio está a afundar-se depressa demais, Edwina entra num último bote com o seu pequeno irmão Teddy, os pais ficaram a bordo com o seu noivo e o irmão mais velho George que tentariam encontrar Alexia. Bert e Kate são levados por uma onda, George e Charles saltam para a água mas apenas George sobrevive, subindo para o bote da irmã Edwina, o seu noivo contudo solta-se das mãos dela e é levado pela sucção. Para alegria de Edwina, um milagre acontece, encontra a sua irmãzinha Alexia já no navio Carpathia. Edwina sente o peso da responsabilidade de regressar a Boston com os irmãos mais novos, e assim durante 12 anos esquece-se de si própria para manter a união da família. Finalmente, numa viagem, ela conhece alguém que lhe desperta o coração adormecido... Terá finalmente Edwina encontrado um novo amor?

sexta-feira, setembro 23, 2005

CALDEIRA 5
Junto à caldeira número 5, foguistas e maquinistas ainda tentavam conter a inundação, mas por volta de meia-noite e quarenta e cinco a escotilha cedeu e o compartimento foi invadido pela água, em questão de segundos. Só Fred Barrett, primeiro-foguista, conseguiu escapar; todos os demais se afogaram. Segundo uma das hipóteses cogitadas, a antepara teria sido danificada pelo incêndio irrompido na carvoaria, pouco antes da partida do navio de Belfast.

quinta-feira, setembro 22, 2005

A DESATRACAÇÃO
Por intermédio do capitão Benjamin Steele – superintendente marítimo de Southampton - de seu camarote, o comandante do navio enviou uma breve mensagem formal aos proprietários da nau: «Pela presente, comunico-lhes que o navio se encontra carregado e pronto para zarpar. Os motores e as caldeiras estão em bom estado para a viagem, e as cartas e rotas de navegação foram atualizadas. Seu fiel e dedicado criado, Edward John Smith». Chegara o momento de George William Bowyer, oficial de rota com trinta anos de experiência, subir a bordo. Sua presença se tornava obrigatória devido aos vários bancos de areia que ameaçavam a navegação na confluência dos canais de Southampton, Solent e Spithead. No alto do mastro de proa tremulava o Blue Peter, estandarte que significa «todos a bordo: o navio está pronto para zarpar». Seis rebocadores rodearam lentamente o Titanic que, tendo sua partida em vista, e devido ao congestionamento provocado no porto pela greve dos trabalhadores das minas de carvão, fora ancorado com a popa voltada para frente. Uma vibrante multidão invadira os cais mais próximos e o convés dos navios ancorados nos arredores. Para desfrutar melhor do espetáculo, os observadores mais ousados subiram em mirantes improvisados. Do alto, no convés do transatlântico, os passageiros contemplavam a multidão que comparecera ao cais para se despedir. Finalmente, a última passarela fora retirada. O capitão passou ao piloto a ordem de dirigir as manobras dos rebocadores. Chegara o momento de zarpar! Às 12h06, com a devida pressão nas caldeiras, enquanto os rebocadores efetuavam a manobra, o Titanic soltava as amarras. O assobio da sirene fez vibrar as entranhas dos presentes. Em terra, a multidão explodiu em um festivo aplauso, liberando, desta forma, toda a tensão até então acumulada. Muitos jogavam os chapéus para o alto e, acima do resto da multidão, um mar de lenços tremulava em sinal de júbilo. Era impossível não se deixar levar por aquele clima carregado de coletiva euforia, que contagiava todos os presentes.

quarta-feira, setembro 21, 2005

DICAPRIO SEM HIPÓTESES
A estrela inglesa Kate Winslet viveu o sonho de muitas mulheres por todo o mundo quando fez a cena de amor com Leonardo DiCaprio no filme de James Cameron. O par romântico deu-se bastante bem durante as filmagens, mas segundo Kate, sexo foi algo que ficou logo de parte. Desenganem-se os convencidos de que houve um romance entre eles durante as filmagens. A diversão essa sim era constante, Leonardo só a fazia rir, houve até uma vez em que ele levou o seu lagarto de estimação para as gravações, outras em que davam puns debaixo de água para fazer bolhinhas na piscina de água aquecida onde se divertiam e descansavam. "Eramos como patetinhas nas filmagens. Antes de o conhecer pensei que iria apaixonar-me completamente, mas quando o vi percebi logo que não havia hipóteses de irmos para a cama."
Para a Inês, fã de Leonardo DiCaprio

terça-feira, setembro 20, 2005

DEPOIMENTO VIOLET JESSOP
(...) observei o Titanic dar um balanço brusco para frente. Uma das suas enormes chaminés tombou como se fora uma molde de papelão, caindo no mar com um rugido horrível. Ouvimos alguns gritos distantes, depois o silêncio, à medida que o navio parecia se recompor como acontece a um animal que tem a sua espinha quebrada. Ele se manteve firme por alguns minutos, mas um convés de escotilhas iluminadas desapareceu. Aí, ele iniciou pela proa sua decida para as profundezas do oceano, seguida de um ronco de trovão, e de várias explosões abaixo da superfície da água; nosso imponente navio, nosso formoso Titanic partia para o seu trágico fim (...).
O depoimento acima foi feito por Violet Jessop (foi colocado um post dela no dia 28/08/05). Violet foi comissária de bordo do RMS TITANIC e Enfermeira Voluntária no HMHS BRITANNIC.

segunda-feira, setembro 19, 2005

CDQ - SOS
Vinte e cinco minutos após a colisão, do iceberg com o Titanic, ouve-se a ordem: "Todos os passageiros para o convés! Preparar todos os botes salva-vidas!" O operador de rádio do Titanic recebe a ordem para enviar a mensagem de SOS - "save our souls - salvem nossas almas!".
Desde 1908 que o famoso sinal SOS já estava em uso, facilitando os chamados de socorro, mais ainda não era usual em 1912. Mais tarde, ao transmitir SOS no lugar de CQD, Bride e Phillips foram dos primeiros a lançá-lo numa situação de emergência.
“CQ” significa que era destinado a “todos os navios”, mais um “D”, indicando aflição ou perigo. Muita gente as interpretou erroneamente como uma sigla de “Come Quick, Danger” - venha rápido, perigo.

domingo, setembro 18, 2005

EDITH BROWN HAISMAN
Edith Brown detém o record de longevidade de um sobrevivente do Titanic, faleceu de pneumonia em 20 de Janeiro de 1997 com a bonita idade de 100 anos. Edith vinha da África do Sul, viajava em 2ª classe com os seus pais, para desagrado da sua mãe, pois foram transferidos da 1º classe de um outro navio, para a 2ª classe do Titanic devido à greve do carvão na época.
Edith nasceu em 27 de Outubro de 1896, tinha apenas 15 anos na noite fria de Abril de 1912. Na sua memória ficou a imagem do seu pai, Thomas Brown, despedindo-se dela e da sua mãe que estavam num bote, ele segurava uma taça de Brandy numa mão e na outra um cigarro, dizendo-lhes : « Voltaremos a ver-nos em Nova Iorque.» Ficava então desfeito o sonho de criar uma nova cadeia de hotéis nos Estados Unidos.
Em 1993 Edith apareceu em público para receber um relógio de ouro do seu pai, recuperado dos destroços do navio.
Actualmente este record pode vir a ser batido por outros sobreviventes ainda vivos como o caso de Lillian Asplund de quase 99 anos, Barbara West de 94, e Millvina Dean de 93.

sábado, setembro 17, 2005

JAMES PAUL MOODY
O mais jovem dos sete oficiais do convés era James Paul Moody, que ocupava a função de sexto-oficial. Era o que estava com os estudos teóricos maiôs frescos na memória, já que tinha feito o exame para o título em abril de 1911, e talvez por isso , quando um amigo mais velho lhe pedia ajuda, os problemas de matemática e de astronomia vistos na escola de navegação afloravam na sua cabeça, dando-lhe a sensação de não estar bem preparado, o que o deixava muitas vezes com as pernas bambas. Ele também passara pela experiência dos veleiros antes de ser contratado pela White Star Line para servir a bordo do Oceanic. A mudança para o Titanic não lhe traria nenhuma vantagem concernente a grau ou a salário. O seu contrato estabelecia as mesmas condições das do barco anterior. A vastidão de espaços no novo transatlântico lhe permitira se alojar em um camarote que, apesar de pequeno, era apenas para ele. Ele ficava desorientado com as dimensões daquela cidade flutuante e durante a esta em Belfast para os últimos testes escrevera para sua família dizendo que sua atividade principal seria acostumar-se com o imbróglio de escadas, corredores, salas e camarotes daquele enorme navio.

sexta-feira, setembro 16, 2005

PRECOGNIÇÃO
O navio Titanic, na época considerado “indestrutível”, zarpou de Southampton em 10 de abril de 1912, e naufragou entre 14 e 15 do mesmo mês. O Sr. John Connon Midletton, homem de negócios londrino, reservou passagem no transatlântico em 23 de março de 1912. Cerca de dez dias antes da viagem, Connon sonhou que a embarcação flutuava com a quilha para cima e, ao seu redor, se encontravam passageiros e tripulação, nadando no mar. Embora não costumasse se lembrar de seus sonhos, não o contou a ninguém, para não assustar. No dia seguinte, teve o mesmo sonho novamente. Uma semana antes da partida, ele contou o sonho para sua esposa e vários amigos, e cancelou a reserva, evitando assim ser vítima da tragédia.

O Sr. John Connon tinha documentos que comprovavam a reserva e o cancelamento da viagem. Sua esposa e três amigos enviaram seu testemunho escrito à Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres, confirmando que o sonho lhes foi relatado antes da partida do Titanic. Pelo menos dez pessoas tiveram experiência de precognição relativas ao naufrágio do Titanic.

A precognição ocorre com maior freqüência quando relacionada a eventos com carga e intensidade emocional, tais como tragédias, risco de morte, acidentes, terremotos, eventos que dizem respeito a um número elevado de pessoas, etc. As indicações sugerem que ligações afetivo-emocionais associadas à iminência de sofrimento favorecem a ocorrência de precognição.

Pesquisas realizadas em Londres, Estados Unidos, Alemanha e Brasil também mostram que a maior parte das precognições espontâneas ocorre durante o sonho. Os sonhos precognitivos são geralmente vívidos; o sonhador os percebe de modo realista, como algo acontecido na vigília, diferente da maioria dos sonhos comuns.

quinta-feira, setembro 15, 2005

UM TITANIC DE... CHOCOLATE
No seguimento do Titanic de gelo e do Titanic de fósforos, e depois de ter sido comentado neste último por Titanicvip sobre um modelo mais delicioso, aqui fica então Um Titanic de Chocolate! Feito na Alemanha, em Berlim, este Titanic fez as delícias de miúdos e graúdos na época natalícia de 2004 que retratava fielmente, mais uma vez, o verdadeiro Titanic de 1912, pensaremos nós no que mais se vai inventar a seguir... A Arte não conhece limites, e o Titanic é uma fonte de inspiração ilimitada...
Agradecimentos: Alencar contribuidor de TITANICFANS que cedeu esta imagem.

quarta-feira, setembro 14, 2005

HAROLD GODFREY LOWE
Quase da mesma idade de Boxhall, Harold Godfrey Lowe era o quinto-oficial de bordo. Nascido no norte do País de Gales era um tipo um pouco rebelde. Já aos 14 anos, rejeitou a imposição paterna e escolhera o caminho da aventura no mar. Não aceitou a idéia de passar por aprendiz que, naquele momento, não previa remuneração nenhuma por parte do patrão, que em troca oferecia os “segredos da arte”.

Contra a sua vontade, acompanhara seu pai para Liverpool, onde pôde trabalhar em algumas oficinas, mas sua determinação foi tal que preferiu fugir e embarcar em uma goleta cujo destino ele desconhecia. A embriaguez das velas infladas pelo vento, o sabor e o cheiro do mar calaram fundo nele, que então decidiu fazer das ondas seu novo habitat. As noites sem lua nem estrelas, quando a escuridão circundava e o fazia sentir a vida humana suspensa por um fio, o ensinaram a buscar dentro de si a segurança e a coragem para enfrentar a vida. Aprendeu a manobrar as amarras cortando as mãos, que logo ficaram ásperas e com calos.

Assim iniciara, em finais do século XIX, a carreira que o levou a receber todos os títulos antes de ser contratado pela White Star Line, em janeiro de 1911, embarcado como terceiro-oficial no Belgic e no Tropic.

Nas quatorze anos de trabalho passara das pequenas goletas para aos barcos de velas quadradas na rota para a África Ocidental. Para ele, a viagem que iria empreender representava a primeira travessia do Atlântico Norte.
Apesar de a experiência em veleiros ter-lhe dado coragem, a incógnita da nova responsabilidade lhe deixava em estado de ligeira agitação.

terça-feira, setembro 13, 2005

PASTOR JOHN HARPER
John Harper nasceu em Houston, Renfrewshire, no dia 29 de maio de 1872.
Aos dois anos de idade ele caiu num poço e foi ressuscitado a tempo por sua mãe. Em março de 1886, aos quartoze anos se tornou pastor. Aos vinte e seis anos, Harper foi levado a alto mar por uma correnteza e sobreviveu por pouco. Aos trinta e dois anos ele encarou a morte num navio que ia para a Palestina e começou a naufragar no Mediterrâneo.
Na noite de 14 de abril de 1912, uma noite de heróis, John Harper foi um deles. Para Harper foi excepcionalmente difícil naquela noite gelada de abril. Sua filha viajava com ele. Quatro anos antes, a sua esposa Annie Harper adoeceu e morreu. Harper sabia que Nana, naquela noite, ficaria órfã aos seis anos de idade.
Harper era pastor na Igreja de Walworth Road em Londres. Devido ao pedido urgente e cordial da Igreja Moody em Chicago, John Harper concordou em ir. Em uma carta escrita, no dia 1º de abril, ele diz: “Vamos zarpar de Liverpool no sábado no navio Lusitania”. Infelismente ele só embarcou uma semana depois. No dia 10 de abril de 1912, o Titanic zarpou de Southampton para Nova York.
Uma revista comercial, The Shipbuilder, descreveu o Titanic como "praticamente insubmergível". No dia 31 de maio de 1911, um empregado da Companhia de Construção Naval White Star disse: "Nem mesmo o próprio Deus pode afundar esse navio".
Depois que o Titanic afundou, o escritório da White Star colocou um grande painel de cada lado da entrada principal. Em um deles escreveram com letras grandes: "Identificados como Salvos", e no outro: "Identificados como Desaparecidos". Quando a viagem do Titanic começou havia três classes de passageiros. Mas, quando ela terminou o número foi reduzido a duas — os que foram "salvos" pelos barcos salva-vidas e os que ficaram "perdidos" nas águas profundas, entre eles o Pastor John Harper.

segunda-feira, setembro 12, 2005

UM TITANIC DE... FÓSFOROS
A imaginação humana não tem limites nem idade, depois de um Titanic de gelo, um Titanic de fósforos. Este modelo foi feito há cinco anos por Doug Wood (na foto), actualmente com 83 anos e reformado há 25. Wood sempre foi apaixonado por navios, e depois de se ter reformado dedicou-se à construção de miniaturas em tudo iguais aos modelos originais mas em ponto pequeno. Foi então que Wood, incentivado pelo genro, dedicou-se à construção desta fabulosa réplica do Titanic, dedicação e paciência não lhe faltaram pois levou 18 meses a ser construída e foram utilizados para o efeito imagine-se, um total de 27 000 fósforos. Como no post anterior: "O que mais vão inventar a seguir?"

domingo, setembro 11, 2005

JOSEPH GROVES BOXHALL
Joseph Groves Boxhall era o quarto-oficial de bordo do Titanic. Vinha de Hull e estava na White Star Line desde novembro de 1907. Fora aprovado no exame para capitão de longo percurso e para especialização nos novos transatlânticos. Seu primeiro contato com o transporte de passageiros no Atlântico Norte tinha sido traumático. A solidão dos mares distantes sulcados a bordo de veleiros fazia contraste, de modo quase violento, com a quantidade de embarcações que cruzavam o canal da Mancha ou a rota dos grandes vapores para New York. Desde o primeiro momento, parecia que se tratava de outra maneira de andar no mar, sendo necessário pôr em pratica as novas atitudes em conformidade com as tecnologias modernas.
A bordo dos vapores tivera a oportunidade de constatar que, em caso de pouca visibilidade e, portanto de perigo, o oficial de convés em guarda na ponte de comando não devia requer imediatamente a presença do capitão, mas, sim, que era preferível enfrentar os riscos da navegação.
Não era atitude de petulância ou de irresponsabilidade, pelo contrário, a dura lei do mar obrigava o oficial de guarda a assumir responsabilidades e decisões, inclusive as mais delicadas.
Era freqüente um navio aparecer do nada e somente a rapidez do reflexo podia apresentar uma solução imediata. Não havia tempo para chamar o capitão, como aconteceu com William McMaster Murdoch no Arabic. Uma vez ultrapassado o perigo, restava apenas dar um suspiro de alivio e pedir aos poucos marinheiros que assistiram à cena que não falassem com ninguém sobre o ocorrido. Quando Boxhall estava na ponte de comando, tinha em seu encargo as comunicações através do telégrafo de máquinas, de onde transmitia as ordens lançadas pelo capitão para o interior do barco.
Além disso, deveria anotar as diferentes manobras no diário de bordo. Apesar de sua juventude, com 28 anos era considerado oficial mais competente. Abria-se para ele a possibilidade de uma brilhante carreira, em que daria um grande inaugural daquela maravilha que era o Titanic.

sábado, setembro 10, 2005

SERÁ QUE FOI SUBORNO?
Houve ou não houve o suborno no bote nº. 01 do Titanic pelo casal Cosmo Edmund e sua esposa Lucy Duff-Gordon. De acordo com o trecho retirado do livro A Tragédia do Titanic – A Night to Remember – Walter Lord – Pág. 114, nunca houve um suborno e sim uma ajuda pela perda dos empregados da White Star Line. Agora depois de ler o texto abaixo, cada um pode tirar a sua própria conclusão:

(...) O Fogueiro Pusey ajudava Lady Duff Gordon nos esforços para consolar Miss Francarelli da perda da camisa de dormir. Chegou a dizer-lhe:
- Não se preocupe, vocês salvaram as vossas vidas; mas nós perdemos a caixa de ferramenta.
Meia hora mais tarde, ainda prestável, Pusey voltou-se para Sir Cosmo.
- Suponho que perdeu tudo?
- Pois perdi.
- Mas pode voltar a comprar tudo?
- Sim.
- Pois é, mas nós perdemos as ferramentas e a companhia não nos dá outras. Pior do que isso, deixamos de ser pagos a partir desta noite.
Sir Cosmo já não podia suportá-lo:
- Muito bem, dou uma nota de cinco a cada um para arranjarem novas ferramentas.
E deu, mas acabou por se arrepender. O quase monopólio do salva-vidas nº. 01 pela família Duff Gordon, a recusa de voltar para trás e prestar auxílio, deram à oferta o aspecto de suborno que Sir Cosmo teve muita dificuldade em desmentir.
Os eventos subseqüentes também não ajudaram muito. Quando, depois do salvamento, lady Duff Gordon juntou os homens, com os respectivos coletes de salvação, numa fotografia de grupo, eles tinham todo o aspecto de serem a tripulação particular dos Duff Gordon. Mais tarde, quando se soube que o vigia Symons, o comandante nominal do salva-vidas, passou um dia com o advogado de Sir Cosmo antes de ser ouvido pela Comissão de Inquérito britânica, pareceu que o magnata até tinha o seu timoneiro particular.
Para além do extremo mau gosto, não há provas de que Sir Cosmo fosse culpado de algo mais grave (...).

sexta-feira, setembro 09, 2005

MY HEART WILL GO ON
Leonardo DiCaprio disse que a história de Jack e Rose não era exactamente real, mas que estava convencido que a bordo do Titanic viajaram muitos casais semelhantes. Aqui fica então a história do casal Peñasco y Castellana. Victor Peñasco y Castellana era um jovem madrileno de 24 anos e herdeiro da fortuna de uma das famílias mais ricas de Espanha. O mesmo acontecia com a sua esposa Maria Josefa Perez de Soto y Vallejo Peñasco e Castellana de 22 anos. Ambos se casaram após terem enfrentado as suas famílias. Ficaram por Paris e decidiram viajar no Titanic sem que ninguém soubesse pois a família também era contra. Consideravam esta viagem como o ponto culminante da sua lua-de-mel, nem faziam ideia das consequências que isso lhes iria trazer. No momento em que o sonho se tornou realidade e pesadelo, Josefa, Victor e a sua empregada Doña Fermina Oliva e Ocaña de 39 anos, sentiram que as máquinas tinham parado, mas nenhum deles entendia bem o inglês, pelo que recorreram à ajuda de uma amiga que conheceram nessa tarde e que se tornou sua protectora, para entenderem através do françês o que acontecia. Josefa pode então entrar no bote 8 junto com a sua empregada e a Condessa de Rothes, Victor deu o seu lugar a uma mulher com um filho no colo. Nunca mais se voltariam a ver. Josefa passou a noite toda em desespero e só a Condessa a acalmou. O corpo de Victor, se alguma vez pareceu, nunca foi identificado. A família de ambos ao ler a notícia em Madrid não quis acreditar, pois ainda recentemente tinham a indicação que eles iam permanecer em Paris por mais uns tempos.
Josefa acabou por refazer a sua vida anos mais tarde, casou-se, teve três filhos e faleceu em 1972 com 83 anos e uma recordação impossível de apagar da memória.

quinta-feira, setembro 08, 2005

HERBERT JOHN PITMAN
O terceiro-oficial era Herbert John Pitman, com 34 anos.
Ele havia escolhido a profissão de marinheiro aos 18 anos, seguindo os passos do pai e de outros familiares. Antes de prestar serviços em vapores, trabalhava dez anos em veleiros. Ele ainda se via no convés de popa do ultimo clíper, no qual embarcara para avistar o horizonte, sentir o ar salgado e perceber a menor mudança do vento, com todos os sentidos em alerta à espera do mau tempo.
Essa era a vida de um marinheiro nos anos dourados da navegação à vela. Uma borrasca podia chegar repentinamente, sem dar tempo para reduzir o velame. Em poucos minutos, o vento aumentava e revolvia furioso, as ondas ficavam altas como muralhas e era necessário estar atento para não ser surpreendido no convés, por onde elas passavam arrastando tudo.
No Titanic, Pitman não se sentia em poder das forças da natureza. Chuva, neve, vento tinha de render-se face àquela enorme massa de aço que o protegia. Já não era necessário na dura luta pela sobrevivência.
O trabalho de oficial não o colocava diante de perigos mortais e se traduzia em operações complexas em que o profissionalismo vencia o imprevisto. Havia conseguido o grau de oficial aos 27 anos e, em 1907, foi contratado pela White Star Line depois de ter trabalhado para a Blue Anchor Line e para a Shire Line nas rotas da Grã-Bretanha para a Austrália e China.
Dentre suas tarefas, estava a de dar assistência ao primeiro-oficial, William Murdoch, no convés da popa, nas manobras para atracar, assegurando a regularidade de comunicação com a ponte de comando.

quarta-feira, setembro 07, 2005

HOMENAGEM AOS MÚSICOS
Houve um grandioso concerto em memória e em prol das famílias dos músicos falecidos no naufrágio do RMS Titanic, realizado no Royal Albert Hall. Tocaram ali 500 músicos de 7 orquestras, sob a direcção de Sir Edward Elgar. Foi a maior orquestra profissional que o mundo já vira até então. E foi um grande acontecimento de Londres naquela Primavera de 1912.
Houve também um grande funeral em 18 de maio de 1912 para o Regente da Orquestra, Wallace Hartley, na sua cidade natal, Colne, depois de seu corpo ter sido encontrado.
Pode-se contar também sobre o cruel desdobramento que o acidente teve para os pais do jovem John Law Hume (foto). Eles solicitaram uma indemnização após a perda de seu único filho ( 21 anos incompletos ), nem o armador ( Joseph Bruce Ismay ), nem o empresário se sentiram obrigados a pagar nenhum tipo de indemnização ou pensão. Ao contrário, a família Hume recebeu uma exigência de reembolso pela perda do uniforme, propriedade do empresário de cinco xelins e quatro pence.
John Law Hume está enterrado no cemitério de Fairview em Halifax.

terça-feira, setembro 06, 2005

UM TITANIC DE... GELO
Ironias destas não acontecem todos os dias. O Titanic, famoso pela sua tragédia que se afundou devido ao choque com um icebergue provocando uma enorme perda de vidas, tornou-se ele agora a própria montanha de gelo. Esta obra de arte fenomenal foi feita a propósito do lançamento em vídeo em 1998 do famoso filme de James Cameron, em que se apostou transformar a "personagem principal" numa obra de arte em gelo. O espantoso desta pequena maquete gelada, é que recria o navio ao mais pequeno pormenor. Poderemos julgar por este andamento que, se o filme no cinema foi um êxito de bilheteira, o lançamento em vídeo excedeu as espectativas, bem como o lançamento em DVD, poderemos nós esperar agora por um Titanic gelado de vários sabores no lançamento da edição especial em DVD? O que mais se vai inventar a seguir...?

segunda-feira, setembro 05, 2005

TRIO WHITE STAR LINE
O post de hoje será sobre a origem dos nomes do trio de navios da White Star Line: RMS “Olympic” foi assim batizado em homenagem ao Olimpo, morada dos Deuses gregos. RMS “Titanic” foi batizado com esse nome em louvor aos Titãs, gigantes monstruosos designados pelos Deuses gregos para agir junto aos humanos.
O último navio do trio de gigantes seria batizado de RMS “Gigantic”, mas devido ao desastre trágico do RMS “Titanic”, seu nome foi alterado para RMS “Britannic” em homenagem aos Britânicos. Ao ser confiscado durante a guerra para se tornar um navio-hospital passou a se chamar HMHS “Britannic”.

domingo, setembro 04, 2005

WHITE STAR LINE
A White Star Line surgiu, em Liverpool, fundada por Henry Threlfall Wilson e seu sócio, John Pilkington, em 1845. Iniciara suas atividades alugando o bergantim* "Elizabeth". O seu primeiro navio, o IOWA, foi comprado em 1849. Em 1857, Pilkington foi substituído por um novo sócio, James Chambers; seis anos depois, a companhia adquiriu seu primeiro navio a vapor, o Royal Standard, com 2.033 toneladas. Num estranho presságio, voltando de sua viagem inaugural e navegando a vela rumo a Melbourne, o barco colidiu com um grande iceberg, em 4 de abril de 1864. A despeito dos prejuízos maiores sofridos pelo cordame e os mastros, inclusive os de sustentação das velas de popa, o casco ficou praticamente ileso e a maquinaria a vapor continuou a funcionar com perfeição - o navio ancorou no Rio de Janeiro para reparos. Por volta de 1869, seis novos navios já estavam encomendados pela White Star Line. Os dois primeiros navios foram batizados de Oceanic e Atlantic - dando início à tradição de nomes terminados em "ic". Em muitos aspectos, o Oceanic podia ser visto como o primeiro navio de linha moderno e passou a ser amplamente imitado. Em 1873 houve a perda do Atlantic, após colidir com uma rocha no litoral da Nova Escócia, perto de Halifax. Envolto por uma tempestade que o obrigou a consumir quase todo o combustível existente a bordo. Foi o pior acidente marítimo até então, e nele morreram 546 pessoas, entre homens, mulheres e crianças. A comissão de inquérito instaurada posteriormente chegou a conclusão de que os estoques de carvão eram insuficientes para completar a viagem. A White Star Line contestou veementemente tal veredicto. Será que a White Star Line já estava condenada desde cedo?

Glossário:

*Bergantim - Antigo navio de vela, geralmente com armação de brigue** e que era armado com peças de fogo.

**Brigue - Navio a vela, de 2 mastros. O maior deles é inclinado para trás.

sábado, setembro 03, 2005

JOHN (JACK) BORLAND THAYER JR.
Um dos testemunhos para mim mais marcantes do Titanic é o de Jack Thayer, passageiro de primeira classe, de apenas 17 anos. Foi este Jack que serviu de inspiração a James Cameron para o papel interpretado por Leonardo DiCaprio na realização do épico do cinema. Jack Thayer vinha de regresso da Europa junto com o seus pais, era filho do presidente das companhia ferroviária da Pensilvannia. O primeiro dia de viagem passou-o no seu camarote contíguo ao dos pais, mas os restantes dias desfrutou-os da melhor forma, visitou a ponte, participou dos jantares de gala de primeira classe onde conheceu algumas das pessoas mais ricas e famosas do mundo. Num café depois de jantar, fez um amigo, Milton Long de 29 anos, que o iria acompanhar pelo resto da noite. Jack estava no seu camarote no momento da colisão, pouco se apercebeu, só instantes depois é que começou a ouvir alguma agitação nos corredores e resolveu saber o que acontecia, viu que era sério. Quando os botes começaram a ser descidos, Jack perdeu os pais de vista no meio da confusão. Ficou apenas com o amigo Milton no convés do Titanic à espera que viesse a tal ajuda que se ouvia falar, julgava que os pais estavam já num bote, uma vez que não os encontrava. Quando Jack e Milton perceberam que essa ajuda não vinha a tempo resolveram que teriam de fazer algo para se salvarem. Viram as pessoas que saltavam para a água e gritavam desesperadas. Jack e Milton passaram para o lado de fora da amurada. Não se despediram, nem trocaram mensagens que um ou outro pudesse dar se sobrevivesse pois pensavam que isso não iria acontecer – “Vens, não é?” – Perguntou Milton, ao que Jack respondeu : - “Vai andando, vou já ter contigo.” – Milton saltou, Jack nunca mais o voltou a ver. Jack conseguiu chegar a um bote e salvar-se. No navio Carpathia, Jack reencontrou a sua mãe que lhe perguntou prontamente pelo pai. Foi então que compreendeu que o seu pai não estava num bote como ele julgava antes. Aqui ficam umas palavras escritas por Jack Thayer em reflexão ao Titanic.
“Havia paz e o Mundo ganhava um novo sentido. Nada fazia prever de manhã o que se iria passar durante a noite. Parece-me que o desastre estava eminente, e não foi só o acontecimento que fez o mundo esfregar os olhos e acordar, mas também acordar para sempre e manter-se a um ritmo acelerado desde então… Cada vez menos paz, cada vez menos alegria e felicidade.
Para mim, o Mundo de hoje acordou a 15 de Abril de 1912.”
Jack Thayer, sobrevivente do Titanic.

sexta-feira, setembro 02, 2005

MILLVINA DEAN
Millvina Dean com apenas dois meses de vida, estava a bordo do mais famoso transatlântico da sua época, o RMS TITANIC. Sendo levada pelos pais, com o irmão, para os Estados Unidos, em busca do sonho de todos os imigrantes da época: conquistar a América. O projeto de ter uma tabacaria e uma casa em Kansas City naufragou junto com o navio. Naquela noite fatídica e amargamente fria, salvou-se no colo da mãe Ettie, no bote 13, no meio do Atlântico Norte. Tinha nascido há nove semanas e só foi saber que ela, o irmão Bertie e a mãe eram sobreviventes da desgraça muitos anos depois. O pai ficou para trás e seu corpo nunca foi resgatado. Integra a lista dos 1.653 mortos. A família Dean, que tinha um pequeno pub em Londres, viajava de terceira classe. Lúcida e falante, a sobrevivente mais nova do desastre garante que é saudável não beber água. Também evita se estressar rememorando o pior da história do naufrágio. Não quer nem ver o que sobrou do transatlântico fora d’água ou se recordar daquele dia através de documentários ou filmes. Millvina, inclusive, mora bem longe do mar: em New Forest, cerca de 15 quilômetros de Southampton. Mesmo assim, dois quadros com desenhos do Titanic estão pendurados na parede de sua casa. Solteira, sem filhos, ela passou a maior parte de seus anos trabalhando como secretária em firmas de engenharia. Antes da Segunda Guerra chegou a fazer mapas cartográficos e só reviveu o drama do Titanic depois que ele foi localizado pela expedição de Robert Ballard, em 1985. Acabou se tornando a estrela principal das convenções especializadas na tragédia, organizadas por Sociedades do Titanic espalhadas pelo mundo.

quinta-feira, setembro 01, 2005

CONDESSA DE ROTHES
No bote nº. 8, Mary Young, Gladys Cherry, Mrs. F. Joel Swift e outras remaram. Mrs. William R. Bucknell verificou com orgulho que, enquanto remava perto da condessa de Rothes, um pouco mais adiante, a sua criada remava junto da criada da condessa. A condessa manobrava o leme.
Mais tarde, o marinheiro Jones, responsável pelo barco, explicou ao jornal "The Sphere" a razão que o levara a encarregá-la daquela tarefa: "No meu barco havia uma mulher notável; quando vi a forma como se comportava e ouvi a forma enérgica a calma como falava às outras, compreendi que ela valia mais do que qualquer dos homens que tínhamos a bordo". À Comissão de Inquérito americana, talvez por lhe faltar a ajuda da impressa, Jones descreveu a situação em frases menos elegantes: "Ela estava sempre a dar opiniões, de modo que a pus a conduzir o barco".
Mas não havia dúvidas do que ele pensava acerca dela. Depois do salvamento, Jones removeu o numeral "8" do salva-vidas, mandou-o emoldurar e enviou-o à condessa como prova de admiração. Ela, por sua vez, nunca deixou de lhe escrever todos os Natais.