segunda-feira, agosto 18, 2025

TITANICFANS 20 ANOS

ANIVERSÁRIO TITANICFANS 20 ANOS

Há 20 anos a manter este projecto, único em Portugal, e que venham outros mais! 20 anos de TitanicFans mas 30 de dedicação ao tema. Hoje estamos todos de parabéns!

sexta-feira, agosto 15, 2025

UM ERRO FATAL

E SE O JACK NÃO FOSSE O LEO?

Erro de Matthew McConaughey que o fez perder papel principal de 'Titanic' para Leonardo DiCaprio é revelado por livro. O diretor do clássico filme revelou que o astro responsável por interpretar o icônico personagem também quase não foi escalado Uma vez escalados, é difícil demais imaginar certos personagens interpretados por outros atores. Por isso, de acordo com o três vezes vencedor do Oscar James Cameron, o processo de escalação de elenco é um dos mais frágeis de Hollywood. “Tente imaginar ‘Titanic’ sem Leo [DiCaprio] ou Kate [Winslet], é muito difícil”, afirmou o diretor em entrevista sobre o filme que o fez ganhar as três estatuetas – Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Edição. Entretanto, por mais difícil que seja pensar em outro ator interpretando Jack, um astro da indústria cinematográfica quase ficou com o papel. Vencedor do Oscar por ‘O Clube de Compra Dallas’ (2013), Matthew McConaughey quase ficou com o protagonista do icônico longa-metragem de 1997. Mas, segundo um novo livro, algumas palavras o fizeram perder o lendário papel. Em sua autobiografia, ‘The Bigger Picture’, o produtor de ‘Titanic’, Jon Landau, revelou os bastidores do teste de McConaughey para o personagem que pinta retratos, dança em festas da terceira classe e tenta desesperadamente boiar em uma porta. Segundo um trecho da obra, divulgado pelo jornalista Matthew Belloni, o ator perdeu o icônico papel porque se recusou a fazer uma pequena mudança. “Nós trouxemos ele para fazer uma cena com Kate [Winslet],” Landau escreveu no seu livro. “Você quer ver a química, não só como eles ficarão no filme, mas como eles interagem”, destacou o produtor. Segundo ele, o começo foi bem promissor, Winslet “entrou na onda de Matthew, do seu charme e sua presença” e ele leu suas falas com seu sotaque característico do Sul dos Estados Unidos. James Cameron ficou feliz, mas pediu uma mudança. Uma vez que Jack foi escrito como um órfão de Wisconsin (estado do Norte dos Estados Unidos), o diretor queria que o ator nascido no Texas fizesse um sotaque de acordo. “Não. Acho que foi ótimo assim. Obrigado”, respondeu McConaughey. E foi essa inflexibilidade que lhe custou o papel, segundo Landau. Ironicamente, Leonardo DiCaprio também não facilitou a vida do responsável pela franquia ‘Avatar’. Em uma entrevista com a GQ, o cineasta contou como foi o processo com o vencedor do Oscar por ‘O Regresso’ (2015). “Na realidade, eu não tinha pensando nem em Kate [Winslet] antes. Ela tinha feito alguns dramas históricos e estava ganhando uma reputação de ‘Kate de corset’ por causa dos filmes históricos. E eu pensei ‘Vai ser a escalação de elenco mais preguiçosa do mundo’. Mas eu conhecei Kate e ela era fantástica. Isso aconteceu bem no começo, achamos Kate”, começou Cameron. “Então, veio Leo. Eu lembro que tivemos uma reunião com ele e depois um teste de câmera. E foi engraçado porque na reunião estavam diversas mulheres da produção, elas queriam todas conhecer Leo. Então, Leo chegou e, claro, encantou a todos – inclusive eu. E eu disse ‘Vamos ver como você fica com a Kate’”, relembrou James. “Então, ele veio alguns dias depois e eu estava com a câmera pronta para gravar o vídeo. Ele não sabia que eu ia fazer o teste, ele achou que era só mais uma reunião, para conhecer Kate. E eu disse ‘Vamos a outra sala, e vamos ler algumas falas e gravar um pouco’. E ele disse ‘Eu não leio’. E eu disse ‘Ah, então obrigado por ter vindo’”, destacou o diretor. “E ele: ‘Você tá dizendo que se eu não ler, eu não ganho o papel?’ E eu: ‘É, exatamente isso. Esse é um filme gigante, que vai tomar dois anos da minha vida, enquanto você está fazendo outras cinco coisas. Então eu não vou ferrar tudo escolhendo o ator errado. Então, ou você vai ler, ou não vai ganhar o papel’”, prosseguiu relatando. “Ele topou fazer, mas cada parte do seu corpo estava exalando negatividade, até que eu disse ‘Ação’. Aí, ele se transformou no Jack. Então a Kate só acendeu. E eles tiveram algo ali e fizeram a cena. Foi como se nuvens negras tivessem se aberto e um raio de sol brilhasse e iluminasse Jack. E eu pensei: ‘Tá bom, ele é o cara!’”, finalizou o diretor. Por mais que Matthew McConaughey tenha tentado “ser o cara”, Leonardo DiCaprio de fato “nasceu” para interpretar Jack, tanto que, depois do papel, sua carreira deslanchou de vez. Já McConaughey, mesmo sem o icônico personagem, conseguiu fazer seu nome em Hollywood. Ou seja, tem algumas coisas que realmente (não) são para ser.

Em revistamonet.globo.com matéria com edição de Gabriel Tieppo

sexta-feira, agosto 08, 2025

REVELADO O RELATÓRIO SOBRE O TITAN

REVELADO O RELATÓRIO SOBRE O TITAN

As práticas incorretas da OceanGate causaram a tragédia do submarino Titan, revela relatório da Guarda Costeira. Os familiares de duas das vítimas da implosão de 2023 exigem uma regulamentação mais rigorosa, na sequência do relatório condenatório divulgado na terça-feira. As práticas de segurança "criticamente deficientes" da OceanGate contribuíram para uma implosão "evitável" que matou cinco pessoas a bordo do seu submersível Titan, de acordo com um relatório da Guarda Costeira dos EUA divulgado na terça-feira. O submersível implodiu 90 minutos após um mergulho nos destroços do Titanic, a 18 de junho de 2023, matando o diretor executivo Stockton Rush e quatro outros passageiros, incluindo um pai e um filho britânico-paquistaneses. O relatório identificou oito fatores principais que contribuíram para a implosão fatal, incluindo processos de conceção e de ensaio inadequados, análise de dados insuficiente e a utilização de fibra de carbono na construção, o que tornou a embarcação incapaz de resistir à pressão do mar profundo. O relatório também revelou a existência de um "ambiente de trabalho tóxico" na OceanGate, em que o despedimento era habitualmente utilizado como forma de evitar que o pessoal se pronunciasse sobre questões de segurança. Para além dos oito fatores principais da tragédia, o relatório enumera outros quatro que podem ter contribuído para a mesma. A guarda costeira considera as práticas operacionais da OceanGate "criticamente deficientes" e salienta "disparidades flagrantes entre os seus protocolos de segurança escritos e as suas práticas efetivas". O relatório diz também que a OceanGate não dispunha de regulamentos abrangentes para a supervisão dos seus submersíveis. A conclusão mais condenatória do relatório é, sem dúvida, o facto de a OceanGate utilizar "táticas de intimidação" para evitar o controlo regulamentar. "Ao criar e explorar estrategicamente a confusão regulamentar e os desafios de supervisão, a OceanGate conseguiu, em última análise, operar a Titan completamente à margem dos protocolos estabelecidos para as águas profundas", diz o relatório. Jason Neubauer, do Marine Board of Investigation, disse que as conclusões ajudarão a evitar tragédias futuras. "Há necessidade de uma supervisão mais forte e de opções claras para os operadores que estão a explorar novos conceitos fora do quadro regulamentar existente", afirmou num comunicado. A família de dois dos passageiros que morreram no submarino Titan apelou a uma regulamentação mais rigorosa, após a publicação do relatório da guarda costeira. O empresário britânico-paquistanês Shahzada Dawood, de 48 anos, e o seu filho Suleman, de 19, foram dois dos três clientes mortos quando o Titan implodiu. "Nenhum relatório pode alterar o resultado desolador, nem preencher o vazio incomensurável deixado por dois membros queridos da nossa família", afirma um comunicado da família. "Se o legado de Shahzada e Suleman puder ser um catalisador para a mudança regulatória que ajuda a evitar que tal perda aconteça novamente, isso trará alguma medida de paz". Para além dos Dawoods e do CEO da OceanGate, Rush, o aventureiro britânico Hamish Harding, que dirigia a concessionária de jatos privados Action Aviation, sediada no Dubai, está entre os mortos. A completar a tripulação de cinco pessoas estava o antigo submarinista francês e especialista em Titanic, Paul-Henry Nargeolet. A OceanGate começou a levar passageiros para o naufrágio do Titanic em 2021, cobrando US $ 250.000 (€ 216.000) por pessoa pela viagem. Na sequência da implosão do Titan a 18 de junho de 2023, o escritório da empresa foi encerrado a 21 de junho e a 6 de julho a empresa tinha cessado todas as operações.

Noticía Euronews

Direitos de autor AP Photo

De Gavin Blackburn

Publicado a 05/08/2025 - 22:10 GMT+2

sexta-feira, agosto 01, 2025

COMO ESCOLHER UM TRANSATLÂNTICO


COMO ESCOLHER UM TRANSATLÂNTICO 
A escolha de um transatlântico para uma travessia de um continente a outro podia depender do lugar de onde o navio zarpava e de seu ponto de destino. Halifax ou Nova York, Liverpool ou Southampton, Queenstown ou Plymouth eram cidades que os diretores de todas as companhias levavam em consideração, devido à afluência de passageiros e às comunicações via terrestre com os grandes centros urbanos. A data do bota-fora e as dimensões do navio eram elementos determinantes para aquele passageiro especialmente preocupado, que exigia a máxima segurança. A geometria da construção dos navios tampouco era indiferente, já que, no entendimento dos emigrantes pouco cultos, o número de chaminés era proporcional à segurança oferecida em mar pelo navio. No Titanic, a falsa quarta chaminé não tinha função alguma, senão a estética; ela não servia para expelir os gases produzidos pela combustão. Seu papel era aumentar o impacto produzido pelo navio, tornando-o ainda mais gigantesco. A nacionalidade do transatlântico era outro fator a ser levado em conta. O prestígio oriundo da corrida de velocidade no oceano era tão alto, que não pertencia apenas à companhia proprietária do transatlântico, mas também ao governo do país de origem do navio. A competição se iniciava nas mesas dos desenhistas e se alimentava de sentimentos patrióticos, pois a honra e o orgulho da nação estavam em jogo e era preciso fazer qualquer coisa para que a empresa triunfasse, pois ela encheria o país de glórias. A velocidade e as novidades tecnológicas a bordo eram requisitos fundamentais, mas não suficientes, para garantir a fidelidade de determinada clientela. O serviço devia oferecer “algo mais”, capaz de favorecer certa companhia em detrimento de outra. Nesse sentido, os britânicos estavam indiscutivelmente mais adiantados do que os demais, e refletiam fielmente a rígida hierarquia social, imune às grandes mudanças e adepta da severa disciplina marítima. Era precisamente por esse motivo, que a White Star Line merecia possuir sua “Faixa Azul”. O comportamento do pessoal do Titanic era exemplar e se aliava à gentileza, à educação e ao respeito por todos os passageiros. Não era fruto de improvisações, pois tratava-se de uma arte cultivada em navios pertencentes à gerações de naus anteriores ao Olympic e baseada no compromisso de todo o pessoal, desde o simples camareiro ao capitão. A delicadeza de um simples gesto de dobrar as mantas para um passageiro que estivesse deitado, descansando em uma poltrona do convés social devia fazer com que ele se sentisse protegido e sob bons cuidados. Servido no camarote, o café da manhã respeitava a privacidade dos passageiros, que não precisavam ir até o refeitório e podiam desfrutar de uma atmosfera íntima. Todas essas atenções eram o motivo da fidelidade dos passageiros à companhia. Depois de completar uma travessia, os viajantes estabeleciam verdadeiros laços de amizade com o pessoal de bordo que, justamente por essa razão, era mantido pela companhia sempre no mesmo navio. Era comum, por exemplo, que o passageiro não precisasse pedir nada ao sentar-se junto a uma mesa, pois sua bebida preferida lhe era servida com a mesma discreta e constante atenção. O esplendor dos salões, o conforto das suítes e a elegância da decoração eram constantes na especial qualidade do serviço. O espaço a bordo de um navio era o símbolo evidente do grau de poder daquele que o freqüentaria. As posses de uma determinada classe social eram definidas em função do lugar que lhe era designado. Na primeira classe do Titanic, a sala usada pelos passageiros para se refrescarem depois do banho turco era duas vezes e meia maior que o refeitório da segunda classe. A cúspide era o lugar reservado ao capitão do navio, o “único senhor depois de Deus”. Receber um convite para jantar ao seu lado era um privilégio de poucos e o sonho de muitos. O prestígio do comandante era um dos motivos essenciais na escolha entre uma e outra nau. Além dos conhecimentos e da competência técnica essenciais ao exercício de sua autoridade, o capitão devia possuir um grande “savoir faire” e a capacidade de comunicação própria de um homem do mundo civilizado. Devia também ser capaz de cumprir com suas obrigações de comandante do mesmo modo com que atendia às exigências e frivolidades de seus ilustres hóspedes. Se corresse a notícia de que o príncipe de Gales viajaria a bordo de determinado transatlântico, seguramente não seria possível encontrar um lugar disponível nele. A travessia era um momento único no que diz respeito às relações pessoais, uma oportunidade para encontrar pessoas interessantes, como atores de teatro, novos-ricos americanos, atletas famosos, personalidades do mundo literário, um marajá hindu ou membros da Coroa inglesa. Uma das primeiras expectativas depois do embarque era a leitura da lista de passageiros, feita discretamente por um funcionário por detrás das portas dos camarotes.

quinta-feira, julho 31, 2025

NOVIDADES TITANICFANS JULHO

 

NOVIDADES DO TITANICFANS 
EM JULHO FOI ASSIM 

Titan O Desastre Com 1 hora e 51 minutos de duração, este documentário disponível na NETFLIX retrata os detalhes da história que resultou na destruição completa do submarino Titan feito para explorar as ruínas do Titanic e como Rush fundou a OceanGate e concebeu o seu submarino. 
Titanic Escape Simulator - Anunciado no site oficial da PlayStation para 2026, as informações sobre o jogo ainda são apenas as disponíveis no próprio site.
O Verdadeiro Coração do Oceano - Mais de um século após o naufrágio do Titanic, um raro colar de vidro preto, recuperado dos destroços do transatlântico, passa a fazer parte de uma exposição pública nos Estados Unidos.
Como Encontrei o Titanic Por mais de 70 anos, oceanógrafos e cientistas procuraram o naufrágio do navio mais famoso da história recente: o Titanic.

sexta-feira, julho 25, 2025

COMO ENCONTREI O TITANIC


COMO ENCONTREI O TITANIC 
DURANTE OPERAÇÃO SECRETA NA GUERRA FRIA 

Por mais de 70 anos, oceanógrafos e cientistas procuraram o naufrágio do navio mais famoso da história recente: o Titanic.

Até que, em 1985, Robert Ballard estava em uma missão secreta da Marinha americana para localizar submarinos nucleares afundados no Atlântico Norte quando fez a descoberta que marcaria sua vida para sempre.

Em entrevista ao jornalista Clayton Conn, do programa de rádio Outlook, da BBC, ele relembra como conseguiu esta e outras proezas — e conta como a dislexia ofereceu a ele uma vantagem para encontrar coisas que outros não são capazes de achar no fundo do oceano.

Em 1º de setembro de 1985, chegou ao fim uma das maiores caças ao tesouro do mundo.

Setenta e três anos após ter afundado, o navio RMS Titanic foi encontrado a cerca de 740 km da costa de Newfoundland, no Canadá.

A descoberta foi feita pelo oceanógrafo e explorador Robert Ballard, que localizou o naufrágio junto a sua equipe a aproximadamente 4 mil metros de profundidade nas águas do Atlântico Norte.

"Todos nós começamos a pular, a gritar e a berrar, agindo de forma pouco profissional. Até que alguém no centro de comando disse que o navio havia afundado em 20 minutos. E aquele comentário inocente nos fez virar a chave", relembra Ballard.

"Quando percebemos o quão impróprio era estar dançando e gritando, mudamos nosso estado de espírito. Estávamos no local (do naufrágio) e finalmente havíamos encontrado aquelas almas perdidas."

Em 10 de abril de 1912, o Titanic zarpou em sua viagem inaugural de Southampton, no Reino Unido, para Nova York, nos Estados Unidos, com pouco mais de 2 mil pessoas a bordo.

Era considerado "inafundável" e um dos maiores e mais opulentos navios do mundo.

Mas a embarcação afundou após bater em um iceberg — e 1,5 mil pessoas morreram nas águas geladas do Atlântico Norte.

A tragédia inspirou documentários, programas de televisão e sucessos de bilheteria de Hollywood, sendo imortalizada no imaginário popular.

Então, quando Ballard e seus colegas encontraram o naufrágio, a notícia rapidamente ganhou as manchetes de jornais em todo o mundo.

Da noite para o dia, Ballard virou uma celebridade, sendo convidado para dar entrevistas e participar de uma série de programas de televisão.

Seu grande feito parecia impressionar a todos, exceto sua mãe.

"É uma pena que você tenha descoberto este velho navio enferrujado", teria dito ela, segundo Ballard, quando telefonou para comentar a repercussão da notícia.

"Eu era o grande herói, mas não para minha mãe", afirma ele.

O comentário foi um banho de água fria na hora, mas não demorou muito para Ballard dar razão a ela.

"Ela disse: você é um grande cientista, você fez descobertas fenomenais. Mas agora eles só se lembram de você por causa daquele barco enferrujado."

"E como dizem: as mães têm sempre razão, não é verdade?"

Ao longo de seis décadas de carreira, Ballard — agora com 79 anos — não só encontrou vários naufrágios famosos, incluindo o Titanic, como também participou da descoberta de novas formas de vida nas profundezas do oceano e ajudou a confirmar a teoria das placas tectônicas.

Seu escritório sempre foi o fundo do mar.

"As pessoas perguntam: 'Quantos mergulhos você já fez'? Eu digo: Você conta um mês debaixo d'água como um mergulho? Eu passei anos debaixo d'água."

Os primeiros mergulhos de Ballard foram imaginários, inspirados pela versão cinematográfica de Vinte mil léguas submarinas, clássico da ficção científica do século 19, de Júlio Verne.

"Quando eu tinha 12 anos, na Califórnia, eu vi o filme. E foi aí que me apaixonei pelo oceano. Eu queria ser o capitão Nemo", diz ele se referindo ao personagem que comandava o futurista submarino Náutilus na obra.

"Isso me levou até onde estou agora."

Anos depois, como estudante de doutorado de Oceanografia, Ballard acabaria se alistando à Marinha e indo parar no Instituto Oceanográfico de Woods Hole, onde seria designado ao submarino de pesquisa Alvin.

O diminuto submarino contava com braços mecânicos na parte dianteira — para coletar, por exemplo, espécimes das profundezas do oceano — e câmeras.

"Não dava para ficar em pé nele. E colocaram três de nós lá dentro. Todos nós éramos altos. Então, você não podia ser claustrofóbico."

Júlio Verne descreveu o submarino Náutilus, do capitão Nemo, como uma verdadeira obra-prima, com decoração de luxo e até mesmo um órgão a bordo. O Alvin era certamente menos glamouroso e confortável, mas para Ballard isso não era um problema.

"Foi incrível, era o meu sonho tornado realidade."

A bordo dele, Ballard se deparou, por exemplo, com fontes hidrotermais no leito do oceano, onde descobriu novas formas de vida.

"Não havia nenhum biólogo quando fizemos a maior descoberta biológica já feita no oceano, a descoberta de sistemas de vida quimiossintéticos (basicamente de vida que não obtém energia a partir do Sol)."

Uma descoberta que mudaria os livros de Biologia para sempre — e a ideia de Ballard de exploração do fundo do mar.

Dois anos depois, ele voltou ao mesmo local levando um biólogo a bordo. Mas, em vez de olhar pela janela do submarino, o especialista preferiu virar as costas e observar uma das maiores descobertas biológicas de todos os tempos pelo monitor da câmera do veículo subaquático.

Naquele momento, acendeu uma luz na cabeça de Ballard. Ele pensou: por que não explorar as profundezas dos oceanos remotamente e com segurança do conforto da cabine de um navio?

'Eu pensei: vamos mostrar ao mundo que existe uma novidade chamada robótica teleoperada, mas como posso provar isso? Encontrando o Titanic'
Foi a partir daí que ele se dedicou a desenvolver um submersível não-tripulado rebocado por navio, operado remotamente, com câmeras submarinas de alta tecnologia e um sistema sonar, que ele chamaria de Argo, em homenagem a uma embarcação da mitologia grega.

Ballard havia sido capaz de provar a importância de Alvin fazendo com que o mesmo participasse de algumas das maiores descobertas oceânicas. E decidiu usar a mesma estratégia para obter financiamento para o Argo — desta vez, filmando o naufrágio desaparecido do navio mais famoso da história recente, o Titanic.

"Eu pensei: vamos mostrar ao mundo que existe uma novidade chamada robótica teleoperada, mas como posso provar isso? Encontrando o Titanic."

Para ser bem-sucedido e filmar as imagens, Ballard precisava, no entanto, localizar antes onde o transatlântico havia afundado.

Ele recrutou então seus colegas franceses, que tinham um dos melhores sistemas de sonar, para ajudar a encontrar o navio. Mas eles fracassaram.

"Eu estou sentado lá, vendo eles falharem... e pensando: sou o próximo."

Em 1985, Ballard voou então para os Açores, onde jornalistas, pesquisadores e cientistas franceses o aguardavam a bordo do barco de pesquisas Knorr - todos estavam ansiosos para zarpar e tentar encontrar o Titanic.

Mas o que seus companheiros de jornada não sabiam era que Ballard estava, na verdade, em uma missão secreta da Marinha americana.

Na década de 1980, ele ainda era um oficial da reserva, e estava em busca de financiamento para desenvolver o Argo, seu submarino robótico, e bancar a expedição para encontrar o Titanic.

E o único patrocinador interessado era a Marinha americana - mas havia uma condição: Robert teria que usar primeiro a nova tecnologia em uma operação sigilosa, para documentar os destroços de dois submarinos nucleares Estados Unidos - o USS Thresher e o USS Scorpion, que haviam afundado em circunstâncias misteriosas no Atlântico na década de 1960.

Somente após completar a missão, se sobrasse algum tempo, ele seria autorizado a ir em busca do Titanic.

"Então, cá estou eu no navio com um bando de franceses, que não têm autorização para saber o que estou fazendo, e pensando: como vou fazer isso debaixo do nariz deles?"

A missão secreta, autorizada pelo então presidente americano Ronald Reagan, usou a caçada ao Titanic como uma fachada para despistar quaisquer espiões soviéticos em potencial.

"Me lembro que quando zarpamos dos Açores, o Titanic estava a oeste, e o Scorpion ao sul, e eu estava apenas esperando que eles dissessem: 'Por que estamos indo para lá'? Mas eles nunca perguntaram. Estavam tão focados na tecnologia, na engenharia... que não perguntaram."

"Até que eu parei, e eles falaram: 'O que você está fazendo'? Eu respondi: Bem, a Marinha quer que eu teste seu novo sistema. Mas eles não querem nenhum espectador na sala enquanto estou testando, antes da gente seguir para o Titanic. É a primeira vez que usamos. E o que eles não sabiam é que eu estava bem em cima do Scorpion."

"A ordem do meu comandante foi: quero documentação fotográfica de 100% do naufrágio do Scorpion."

A posição dos destroços do submarino nuclear no fundo do oceano — que deixavam um rastro na forma de um cometa, em vez de estarem aglomerados — chamou a atenção de Ballard.

"Eu vi que os objetos pesados ​​— reatores nucleares, cascos de pressão — tinham afundado direto, mas o vento do mar havia carregado o material mais leve enquanto (o submarino) afundava."

"Gastei a maior parte do meu tempo fazendo meu trabalho no Scorpion, quando cheguei ao Titanic, tinha apenas 12 dias faltando."

Mas, se não fosse pela parte secreta da missão, talvez Ballard nunca tivesse encontrado o transatlântico. O layout da área dos destroços do Scorpion estava fresco na sua cabeça.

"Eu pensei: Vamos procurar o cometa!"

Ignorando o equipamento de detecção sonar que falhou em fornecer resultados para os franceses, Ballard começou a visualizar mentalmente como o Titanic afundou, como as correntes do oceano se movem, e dirigiu sua câmera submarina com base no mapa visual na sua cabeça.

"E bingo, (lá estava o) Titanic."

O oceanógrafo atribui esta e outras conquistas em parte à sua dislexia, condição que ele descobriu tardiamente, mas o acompanhou em todas as suas missões — e permitiu a ele enxergar o fundo do mar sob outras lentes.

"Hoje, sei que minhas habilidades disléxicas não me deixam ficar perdido lá (no fundo do mar). Posso integrar todas as informações visuais e criar um mundo que os outros não podem ver. Posso agora mesmo fechar os olhos e fazer uma viagem completa ao redor do Titanic", diz ele.

"Esta é a habilidade da dislexia. Eu tenho esse mundo mental no qual posso entrar, que a maioria das pessoas não consegue. E não sabia que elas não conseguiam. Meus pilotos sempre ficavam surpresos por eu saber onde estava."

Durante o lockdown imposto pela pandemia de covid-19, Ballard publicou seu livro de memórias, Into the Deep (Nas Profundezas, em tradução livre), em que compartilha suas experiências e tenta tirar o estigma da condição.

"Há muitos disléxicos, uma taxa de suicídio muito alta entre os disléxicos, então estou tentando chegar até eles por meio do meu livro, dizendo a essas crianças: vocês não são estúpidos, são diferentes. Mas se vocês aprenderem a tirar proveito desta diferença e usá-la, podem ser bem-sucedidos."

Ele dá um conselho: "O fracasso é o maior professor que você já conheceu. Você não evita o fracasso, você passa por ele. Quem quer que evite o fracasso, evita o sucesso".

Via bbc.com

sexta-feira, julho 18, 2025

O VERDADEIRO CORAÇÃO DO OCEANO

O VERDADEIRO CORAÇÃO DO OCEANO 

Mais de um século após o naufrágio do Titanic, um raro colar de vidro preto, recuperado dos destroços do transatlântico, passa a fazer parte de uma exposição pública nos Estados Unidos. A peça, considerada uma das joias mais significativas já retiradas do fundo do Atlântico, está em exibição na “Titanic: The Artifact Exhibition”, em Orlando, na Flórida. O colar, composto por contas em formato de coração e peças octogonais interligadas, foi encontrado em 2000, durante uma expedição realizada a cerca de quatro mil metros de profundidade. O artefato estava preso em uma concreção, uma massa sólida formada pela fusão de materiais por ação da pressão e das condições extremas do fundo do mar. A restauração foi um processo delicado e minucioso, segundo explicou Tomasina Ray, presidente da RMS Titanic Inc, empresa responsável pela recuperação e conservação de objetos do Titanic. “Foi necessário remover conta por conta, com extremo cuidado, até conseguir reconstituir o colar”, afirmou em entrevista ao jornal britânico Daily Mail. Especialistas acreditam que a joia, provavelmente feita de azeviche francês, um tipo de vidro negro muito usado em acessórios de luto durante o período vitoriano, tenha pertencido a um dos 1.517 passageiros que perderam a vida na tragédia de 1912. Outra possibilidade é que o objeto tenha sido deixado por um sobrevivente no tumulto que marcou as últimas horas do navio. Desde o resgate, o colar passou por anos de análise e conservação nos laboratórios da RMS Titanic Inc, responsável por mais de 5.500 artefatos recuperados em nove expedições ao local do naufrágio desde a descoberta dos destroços, em 1985. Agora, a joia divide espaço com outros itens emblemáticos, como uma enorme seção de duas toneladas do casco do navio, apelidada de “Pequeno Pedaço”. Para os organizadores da exposição, o colar é mais do que um simples objeto. Representa uma conexão direta com as histórias humanas por trás da maior tragédia marítima do século 20. “Cada peça que retiramos dali carrega consigo uma história de vida e de perda. O nosso trabalho é preservar essas memórias e compartilhar com o público”, concluiu Tomasina Ray.

sexta-feira, julho 11, 2025

TITANIC ESCAPE SIMULATOR

 

TITANIC ESCAPE SIMULATOR 
Anunciado no site oficial da PlayStation para 2026, as informações sobre o jogo ainda são apenas as disponíveis no próprio site.

Informações do jogo e jurídicas

14 de abril de 1912. Retira-se para a sua cabine a bordo do majestoso RMS Titanic. Horas depois, é acordado por um tremor sinistro. O inafundável encontrou o impossível.
Vive o desastre marítimo mais famoso da história através de uma jogabilidade imersiva de sobrevivência na primeira pessoa. À medida que as águas geladas do Atlântico Norte rompem o casco, navegará num Titanic meticulosamente recriado numa corrida desesperada contra o tempo, a subida das águas e a física de um navio de 52.000 toneladas a sucumbir às profundezas.

Vive o desastre com uma precisão assustadora — desde a confusão inicial até aos momentos trágicos finais. Sinta o navio a inclinar-se sob os seus pés à medida que o ângulo do convés aumenta. Observe os candelabros a balançar, os móveis a deslizar e as anteparas a ceder. Ouça os gritos distantes, o metal tenso e os músicos a tocar até ao fim.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

Titanic vivo e pulsante - Explore uma recriação historicamente precisa com detalhes autênticos da época e ambientes dinâmicos que mudam à medida que o desastre se desenrola
Sistema de inundação dinâmico - Enfrente águas crescentes que fluem realisticamente pelo navio, transformando caminhos e criando novos obstáculos a cada minuto que passa
Desafios de sobrevivência física - Força portas bloqueadas, limpa detritos, escala corredores inclinados e resolve quebra-cabeças ambientais enquanto mantém a resistência.
Mecânica da Hipotermia - Combata o frio mortal do Atlântico Norte em tempo real, exigindo planeamento estratégico e gestão de recursos
Rotas de fuga ramificadas - Vários caminhos para a sobrevivência ou tragédia, com encontros e obstáculos únicos em cada secção do navio
Narrativa emocional - Testemunhe momentos historicamente significativos e estabeleça ligações com os passageiros com base em relatos históricos reais
Sistema de decisão do bote salva-vidas - Experimente o caos e a complexidade moral da evacuação com recursos limitados e escolhas difíceis

Será que tem o que é preciso para sobreviver ao naufrágio mais famoso da história? Ou tornar-se-á outra alma reivindicada pelas profundezas geladas? O tempo está a passar. A água está a subir. As suas decisões determinarão o seu destino.

sexta-feira, julho 04, 2025

TITAN O DESASTRE

O DESASTRE DA OCEANGATE

Com 1 hora e 51 minutos de duração, este documentário disponível na NETFLIX retrata os detalhes da história que resultou na destruição completa do submarino Titan feito para explorar as ruínas do Titanic e como Rush fundou a OceanGate e concebeu o seu submarino. O diretor Mark Monroe afirma que ficou chocado e curioso quando descobriu a história em 2023. As suas investigações mostraram que o desastre era inevitável graças a uma série de decisões precipitadas e erradas. “Esperamos que esse filme possa oferecer respostas a diversas questões”, afirmou Monroe ao Netflix Tudum. Segundo Monroe, boa parte dos eventos retratados em Titan: O Desastre do OceanGate são resultado das pressões que Rush sofria. Como fundador da empresa de exploração oceânica, ele passou anos prometendo que a tecnologia iria evoluir e se tornar mais acessível — o que simplesmente não aconteceu conforme o planejado. O documentário da Netflix apresenta entrevistas exclusivas com muitas pessoas envolvidas com o desenvolvimento do submarino. Entre eles está David Lochridge, ex-diretor de operações marinhas da OceanGate, que foi demitido após apontar os vários problemas de segurança do veículo.

segunda-feira, junho 30, 2025

NOVIDADES TITANICFANS JUNHO

 

NOVIDADES DO TITANICFANS 
EM JUNHO FOI ASSIM 

Portugueses a Bordo A coincidência da viagem inaugural do Olympic a 14 de junho de 1911 em que também quatro portugueses embarcaram, três em terceira classe e um em segunda.
A Viagem Inaugural do Olympic - O navio RMS Olympic foi construído entre Setembro de 1907 e Maio de 1910, altura em que foi lançado. Foi o primeiro de três grandes navios, a "Olympic Class" (os maiores naquele período), da White Star Line que fizeram parte da sua frota por volta da mesma época.
A Chegada Triunfante do Olympic - O Olympic fez quatro viagens de ida a Nova Iorque e de volta a Southampton durante todo o verão de 1911. 
O Item Mais Valioso Quando se pergunta qual teria sido o item inanimado mais valioso perdido no naufrágio do Titanic, muitas respostas tendem a incluir ouro, joias, dinheiro ou pedras preciosas.

sexta-feira, junho 27, 2025

O ITEM MAIS VALIOSO NO TITANIC


O ITEM MAIS VALIOSO NO TITANIC 
Quando se pergunta qual teria sido o item inanimado mais valioso perdido no naufrágio do Titanic, muitas respostas tendem a incluir ouro, joias, dinheiro ou pedras preciosas. De fato, vários desses bens de alto valor foram levados para o fundo do Oceano Atlântico Norte. Outros itens também foram considerados insubstituíveis, como: 
La Circassienne au Bain, do pintor Merry-Joseph Blondel. Uma grande pintura neoclássica a óleo que teve seu valor estimado em uma quantia significativa. O proprietário, o sobrevivente do Titanic Mauritz Håkan Björnström-Steffansson, solicitou uma indenização de US$ 100.000 (R$ 600 mil) ao chegar a Nova York — valor equivalente a cerca de US$ 2 milhões atualmente (R$ 12 milhões). 
Edição com joias de Os Rubaiyat, do poeta Omar Khayyam. Um livro raro e luxuoso, considerado uma fortuna à época. 
Cinco pianos de cauda Steinway. Instrumentos de alta qualidade e considerados exemplos da melhor manufatura do período. 
Renault Type CB Coupé de Ville de 1912. Um carro de luxo pertencente ao milionário William Carter, passageiro da primeira classe. 
Primeiras edições de obras de Francis Bacon. Livros raros do filósofo e artista estavam entre os itens perdidos. 
Porcelana. Um grande acervo de porcelanas finas, incluindo vasos decorativos e jogos de jantar, também foi ao fundo do mar. 
Ópio. Uma quantidade da substância era transportada no porão de carga. 
No entanto, o pacote mais valioso perdido a bordo do Titanic provavelmente foi um carregamento de mais de 40 caixotes de penas exóticas de aves, com destino a oficinas de chapeleiros em Nova York. Esses materiais tinham alto valor no mercado da época, e sua demanda teve impactos diretos sobre populações de aves silvestres. O valor de seu seguro, em 1912, era de US$ 2 milhões. No início do século 20, Nova York se consolidou como o centro da indústria de chapelaria nos Estados Unidos, impulsionada pela crescente demanda por chapéus extravagantes entre as classes mais altas. A moda feminina da Era Dourada e das primeiras décadas do século valorizava peças ornamentadas com materiais exóticos, como penas, flores e até corpos inteiros de aves. Chapeleiras renomadas, como Caroline Reboux e Lilly Daché, se tornaram conhecidas no país, e suas criações passaram a ser símbolo de status social. A procura por chapéus suntuosos com penas era especialmente intensa entre a elite. As penas usadas não eram apenas pequenos adornos: incluíam exemplares de aves maiores, como garças, colhereiros e avestruzes. Essa tendência de moda gerou uma demanda contínua e intensa, com consequências devastadoras para diversas espécies. Ornitólogos, conservacionistas e naturalistas começaram a observar o declínio de várias populações de aves, muitas delas caçadas em larga escala para suprir esse mercado. O periquito-da-Carolina, nativo do sudeste dos Estados Unidos, foi uma das espécies mais afetadas — e acabou extinto. Suas penas vibrantes eram muito valorizadas, o que incentivava sua captura e abate. Já no início do século 20, sua população estava em declínio acelerado.
In Forbes

sábado, junho 21, 2025

A CHEGADA TRIUNFANTE DO OLYMPIC

  

A CHEGADA TRIUNFANTE DO OLYMPIC
O RMS Olympic foi o maior transatlântico do mundo por dois períodos durante 1910 e 1913, interrompido apenas pela breve permanência do Titanic ligeiramente maior (que tinha as mesmas dimensões, mas era maior em tonelagem bruta) e depois até o navio alemão SS Imperator  entrar ao serviço em junho de 1913. Olympic também detinha o título de maior navio construído na Grã-Bretanha até o RMS Queen Mary ser lançado em 1934, título interrompido apenas pelas curtas carreiras do Titanic e Britannic. A quilha para o Olympic, Harland & Wolff Yard No. 400, foi colocada em 16 de dezembro de 1908 sob o novo Arrol Gantry do Estaleiro Harland & Wolff. Foi aqui que ele e seu irmão, Titanic, foram construídos lado a lado. O progresso do Titanic ficou alguns meses atrás do Olympic, e entraria em serviço algum tempo depois deste. O Olympic foi lançado em 20 de outubro de 1910 e, quando começou a navegar, tornou-se o maior objeto em movimento do mundo. O Olympic – o mais novo, maior e mais luxuoso transatlântico do mundo – fez a sua viagem inaugural em 14 de junho de 1911. A bordo estava J. Bruce Ismay, presidente da White Star Line e filho do fundador da companhia. Também a bordo estava Thomas Andrews, projetista dos estaleiros Harland & Wolff, e sobrinho de Lord Pirrie, dono dos estaleiros. O Capitão Smith – que viria a comandar o Titanic em sua lendária e malfadada viagem inaugural no ano seguinte – estava no comando. O Olympic foi tão marcante que, quando ele atracou em Nova Iorque, a ordem formal para a construção do terceiro navio da classe Olympic foi feita. Durante os dez meses seguintes, o Olympic conquistou a maior parte da fama no Atlântico. O seu irmão Titanic não recebeu nem de perto a quantidade da sua atenção, simplesmente porque ele era o segundo da classe. Só depois que afundou é que o Titanic eclipsou a fama do Olympic. O Olympic fez quatro viagens de ida a Nova Iorque e de volta a Southampton durante todo o verão de 1911. 

sábado, junho 14, 2025

A VIAGEM INAUGURAL DO RMS OLYMPIC

  

A VIAGEM INAUGURAL DO RMS OLYMPIC 
O navio RMS Olympic foi construído entre Setembro de 1907 e Maio de 1910, altura em que foi lançado. Foi o primeiro de três grandes navios, a "Olympic Class" (os maiores naquele período), da White Star Line que fizeram parte da sua frota por volta da mesma época. Eram em muito semelhantes entre si, principalmente no tamanho, distribuição e vista exterior. Em 14 de Junho de 1911 o RMS Olympic fez a sua viagem inaugural. Com 1313 passageiros a bordo a viagem transatlântica foi um sucesso. O vídeo acima mostra o navio prestes a partir na sua viagem inaugural. Muitas vezes associado ao Titanic, neste filme podemos ver o Capitão Smith na sua farda branca de Verão, dez meses antes de morrer no Titanic. O Olympic chegou a New York no dia 21 de Junho, tendo sido calorosamente recebido no cais 59. A sua chegada, apesar de festiva teve um pequeno acidente que muitos desconhecem. Devido às suas hélices, o pequeno rebocador O. L. Hallenbeck enquanto contornava o navio para o manter alinhado com o cais, é sugado contra a popa do Olympic e sofre alguns danos.

sexta-feira, junho 06, 2025

PORTUGUESES A BORDO

PORTUGUESES A BORDO NO OLYMPIC E NO TITANIC

Na viagem inaugural do RMS Titanic estavam quatro portugueses, três em terceira classe, um em segunda. Os três de terceira classe eram emigrantes, eram três amigos naturais da Ilha da Madeira e que, como a maior parte dos 700 passageiros de terceira classe, também eles iam em busca de uma vida melhor nos Estados Unidos. Domingos Fernandes Coelho, era solteiro, tinha 20 anos, era o mais novo do grupo, José Neto Jardim tinha 21 anos era casado e tinha uma filha de nove meses de idade e Manuel Gonçalves Estanislau, o mais velho do grupo tinha 37 anos, deixou mulher e cinco filhos. O quarto português viajava em segunda classe. José Joaquim de Brito tinha 32 anos e estava hospedado em Londres para partir no Titanic em negócios com destino a São Paulo, Brasil.
A coincidência é que menos de um ano antes, na viagem inaugural do Olympic a 14 de junho de 1911 também quatro portugueses embarcaram, três em terceira classe e um em segunda.
Oseus nomes, à semelhança com o que aconteceu com a lista do Titanic, estão mal escritos, possivelmente foram registados de acordo com o que soava ao ouvido de quem os recebia.
Em segunda classe viajava António Santos de 24 anos, de Londres para Halifax. Em terceira viajavam Ayres Almeida, 20 anos, de Ponta "Delgata" (Delgada) com destino a Cambridge Massachusetts, António "Reberio" (Ribeiro?), 22 anos, e José "Carav" (Carvalho?) de 23 anos, ambode "Valade Valinca" (?) com destino a New York.

sábado, maio 31, 2025

NOVIDADES TITANICFANS MAIO

  

NOVIDADES DO TITANICFANS 
EM MAIO FOI ASSIM 

Titanic The Digital Ressurection O dia 15 de abril marcou 113 anos desde o naufrágio do RMS Titanic, um dos eventos mais lembrados da história. Para revisitar essa tragédia com novos olhos, a National Geographic apresenta Titanic: The Digital Resurrection, um documentário de 90 minutos que traz o retrato mais detalhado já feito do navio. 
O Naufrágio do Lusitânia - No dia 7, sexta-feira, dia do naufrágio por volta das 14h10 o Lusitania foi atingido por um torpedo no seu lado de estibordo (lado direito do navio) pelo submarino alemão U-20.
A Night to Remember - “A Night to Remember”, escrito por Walter Lord (1917-2002) oferece-nos uma narração “ao vivo”, que resultou do testemunho de sobreviventes, de familiares das vítimas e de pessoas envolvidas nas operações de salvamento. 
A Night to Remember II Uma recapitulação dos acontecimentos vividos minuto a minuto, desde a colisão com o iceberg até à recolha dos sobreviventes pelo Carpathia. Publicado pela “Editorial Presença”, com o título “A Tragédia do Titanic”.
O Lançamento do Olympic Um enorme evento cerimonial foi realizado em 31 de Maio de 1911 nos estaleiros da Harland & Wolff em Belfast.

O LANÇAMENTO DO TITANIC

 

O LANÇAMENTO DO TITANIC 
Um enorme evento cerimonial foi realizado em 31 de Maio de 1911 nos estaleiros da Harland & Wolff em Belfast. O Titanic tinha sido construído em uma rampa de deslize especial no maior canteiro naval do mundo. O rio Lagan tinha sido dragado para acomodar os cascos fundos do Titanic e do Olympic. Os sócios e imprensa estavam presentes, muitos destes foram trazidos especialmente da Inglaterra para Belfast em um navio da White Star Line reservado para a ocasião. Junto com dignitários como John Pierpont Morgan (maior acionista da White Star Line), Joseph Bruce Ismay (administrador e diretor da White Star Line e filho do fundador da empresa) e o William James Pirrie (presidente da Harland & Wolff), 100000 pessoas saíram para ver o grande lançamento do casco do Titanic. Mas não havia nenhum batismo, nenhuma garrafa de champanhe se esmagou contra o casco dele. A White Star não fazia questão de se viciar em tais práticas antiquadas e supersticiosas. Bruce Ismay apertou um botão, e os carrilhões elétricos empurraram as 26.000 toneladas, que deslizaram sobre 23 toneladas de sebo, óleo e sabão, o Titanic estava na água. Graças ao peso do mesmo, ele atingiu uma velocidade de 12 nós, igual à velocidade máxima de muitos dos navios a vapor que então trabalharam o Atlântico Norte.

sexta-feira, maio 23, 2025

A NIGHT TO REMEMBER


 A NIGHT TO REMEMBER 

PARTE II

“A Night to Remember”, escrito por Walter Lord (1917-2002) oferece-nos uma narração “ao vivo”, que resultou do testemunho de sobreviventes, de familiares das vítimas e de pessoas envolvidas nas operações de salvamento. Uma recapitulação dos acontecimentos vividos minuto a minuto, desde a colisão com o iceberg até à recolha dos sobreviventes pelo Carpathia. Publicado pela “Editorial Presença”, com o título “A Tragédia do Titanic”, aqui ficam alguns trechos:
... O nº 3 chegou às 6h00. O Casal Speddon subiu a bordo vestido de forma impecável. Logo atrás dele, vinha o dragomano(*) de Henry Sleeper Harper, Hamad Hassah, e o pequinês Sun-Yat-sen. Harper não levou muito tempo a descobrir Ogden no convés, cumprimentando-o com um distanciamento típico: - Louis, como é que consegue manter-se tão jovem? ...
... Bruce Ismay cambaleou pelo convés às 6h30, murmurando "Sou Ismay, sou Ismay". Ficou junto do passadiço, a tremer, encostado a uma antepara. O Dr. McGhee aproximou-se com amabilidade ... (Pág. 136)
(*) Dragomano - Um tradutor das línguas árabe, turca ou persa, empregado como intérprete, especialmente no Próximo Oriente
-... Entretanto, chegou o Olympic. Por que não transferir os passageiros para ele? Rostron achou que era uma solução pavorosa, não conseguia convencer-se a sujeitar aquela gente a mais uma transferência no mar alto. Além disso, o Olympic era o irmão gémeo do Titanic. A própria visão do navio levaria os passageiros a pensar num fantasma odioso. Para não se comprometer, voltou ao camarote do Dr. McGhee, falou de novo com Ismay. O presidente da White Star estremeceu só de pensar nisso ... (Pág. 140)
-... A história completa foi sendo conhecida pouco a pouco, mas alguns dos contos forjados nos primeiros dias nunca mais desaparecerm: a senhora que se recusou a deixar o seu grande dinamarquês para trás, a banda a tocar "Neaver My God to Thee", o capitão Smith e o primeiro oficial Murdoch a suicidarem-se, Mrs. Brown a dirigir o salva-vidas nº 6 de revólver em punho ... Mas as lendas fazem parte dos grandes eventos, e são úteis quando servem para manter vivas as memórias de actos corajosos de auto-sacrifício. As lendas não eram, porém, necessárias na altura. As pessoas sentiram-se esmagadas pela tragédia... (Pág. 146)
-... Mrs. Noël MacFie ( então condessa de Rothes ), por exemplo, conta que, estando a jantar com amigos um ano depois do desastre, sentiu de repente a horrível sensação de frio e o horror profundo que sempre associa com o Titanic. Por momentos, ficou confusa, sem perceber a razão. Apercebeu-se, então, de que a orquestra estava a tocar "Os Contos de Hoffmann", a última peça tocada depois do jantar naquela noite funesta de domingo ... (Pág. 156)

sexta-feira, maio 16, 2025

A NIGHT TO REMEMBER

A NIGHT TO REMEMBER 
PARTE I

“A Night to Remember”, escrito por Walter Lord (1917-2002) oferece-nos uma narração “ao vivo”, que resultou do testemunho de sobreviventes, de familiares das vítimas e de pessoas envolvidas nas operações de salvamento. Uma recapitulação dos acontecimentos vividos minuto a minuto, desde a colisão com o iceberg até à recolha dos sobreviventes pelo Carpathia. Publicado pela “Editorial Presença”, com o título “A Tragédia do Titanic”, aqui ficam alguns trechos:
-... O Major Arthur Godfrey Peuchen, vice-comodoro do Royal Canadian Yacht Club, pendurou-se no cabo da roldana e deixou-se escorregar para dentro do barco. Foi o único passageiro do sexo masculino que Lightoller deixou entrar num salva-vidas. Os homens foram um pouco mais felizes do lado de estibordo. Murdoch continuou a deixá-los seguir, desde que houvesse lugares.... Quando chegou a altura de nº 3 ser descido, Henry Sleeper Harper juntou-se à mulher, mas levou também o cão pequinês, Sun Yat-sen..... (Pág. 64)
-... Ouvia-se porcelanas a partir-se, num ponto qualquer mais abaixo. Jack Thayer viu um homem a cambalear e a segurar uma garrafa cheia de gim Gordon, a levá-la à boca e a esvaziá-la de uma vez. “Mesmo que me veja livre desta encrenca”, disse Thayler para consigo, “nunca mais verei este homem”. ( Na realidade, foi um dos primeiros sobreviventes que encontrou )... (Pág.78)
-...Às 4h30 Stewart acordou o capitão Lord e começou a repetir-lhe a história de Stone.
– Já sei – interrompeu o capitão –, eles mantiveram-me informado.
Vestiu-se e dirigiu-se para a ponte. Começou a discutir a melhor forma de se libertar do campo de gelos e de regressar a Boston. Stewart interrompeu-o para perguntar se não queria contactar um navio que estava à vista, a sul. Lord respondeu:
– Não, penso que não é necessário; de momento, não estão a fazer quaisquer sinais.
Stewart deixou morrer a conversa... Dois minutos mais tarde, Stewart voava pela escada que subia para a ponte, a gritar: “Há um navio afundado!”
Regressou à cabine de TSF, voltou a subir, e deu a notícia arrasadora ao capitão Lord:
– O Titanic foi abalroado por um icebergue e afundou-se! O capitão Lord fez aquilo que se espera de um bom comandante de navios. Deu ordens para o navio se pôr em marcha e rumou para a última posição indicada pelo Titanic. (Pág. 131).

quarta-feira, maio 07, 2025

O NAUFRÁGIO DO LUSITANIA

  

 O NAUFRÁGIO DO LUSITANIA FOI HÁ 109 ANOS
O Lusitania saiu de New York no dia 1 de maio de 1915 com destino a Liverpool. No dia 6, quinta-feira o comandante foi informado de que havia submarinos alemães no seu percurso. No dia 7, sexta-feira, dia do naufrágio por volta das 14h10 o Lusitania foi atingido por um torpedo no seu lado de estibordo (lado direito do navio) pelo submarino alemão U-20. O navio possuía botes para todos os passageiros, mas como se manteve em movimento depois do choque, muitos botes não foram lançados. O Lusitania afundou em apenas 18 minutos, ou seja por volta das 14h28. Hoje questiona-se o motivo do Lusitania se ter afundado com apenas um torpedo e tão rápidamente. Alguns sobreviventes mencionam outras explosões do interior do navio que se acreditam ser desde munições a armas de guerra que escondidas seguiam a bordo. Esta tragédia ao largo de Kinsale na Irlanda, que vitimou 1198 pessoas, das 1959 a bordo, foi o motor de arranque para dois anos mais tarde os Estados Unidos da América entrarem na Primeira Grande Guerra Mundial.

sexta-feira, maio 02, 2025

TITANIC THE DIGITAL RESURRECTION


 TITANIC THE DIGITAL RESURRECTION 

O dia 15 de abril marcou 113 anos desde o naufrágio do RMS Titanic, um dos eventos mais lembrados da história. Para revisitar essa tragédia com novos olhos, a National Geographic apresenta Titanic: The Digital Resurrection, um documentário de 90 minutos que traz o retrato mais detalhado já feito do navio. Em 2022, o cineasta Anthony Geffen e sua equipe acompanharam a empresa de mapeamento submarino Magellan em uma expedição que durou três semanas no Atlântico Norte. A operação gerou 16 Terabytes de dados, 715 mil imagens em alta resolução e vídeos em 4K, registrando o naufrágio a 3.800 metros de profundidade como nunca antes. Depois de quase dois anos de análise, especialistas como o analista de Titanic Parks Stephenson, a metalurgista Jennifer Hooper e o capitão Chris Hearn trabalharam juntos para interpretar os dados. Através de uma estrutura de LED em tamanho real, eles puderamm caminhar virtualmente pelo navio e examinar de perto áreas que guardam segredos da noite do desastre. Entre os destaques da investigação, está a identificação de uma válvula de vapor aberta. A descoberta confirma relatos de que engenheiros permaneceram no local por mais de duas horas após a colisão, mantendo a eletricidade ativa e permitindo o envio de sinais de socorro. Esses homens podem ter salvado centenas de vidas à custa da própria. Outro ponto analisado foram os fragmentos do casco espalhados pelo fundo do mar. As peças revelam que o Titanic não se partiu de forma limpa, mas foi brutalmente rasgado, afetando diretamente áreas da primeira classe onde passageiros importantes, como J.J. Astor e Benjamin Guggenheim, buscavam segurança. A reputação do Primeiro Oficial William Murdoch também ganha uma nova perspectiva. A posição de um guindaste de salva-vidas, revelada nas imagens em alta resolução, indica que ele e sua equipe ainda tentavam lançar botes momentos antes da embarcação ser engolida pelo mar, apoiando relatos anteriores de sua atuação até o fim. O documentário também explora o campo de destroços, que se estende por cerca de 38 quilômetros quadrados e contém centenas de objetos pessoais, como relógios de bolso, bolsas, moedas de ouro, pentes e até um amuleto de dente de tubarão. A historiadora Yasmin Khan e a equipe de especialistas associam muitos desses itens às pessoas que estavam a bordo. As varreduras mostram ainda que a deterioraçao do navio está avançando rapidamente, com partes icônicas já em colapso.