COSTA CONCORDIA
Pelo menos onze pessoas morreram e 14 ficaram feridas na
noite de sexta-feira 13 para 14 de Janeiro, em Itália, durante a evacuação de um cruzeiro que encalhou num
banco de areia na ilha de Giglio, no sul da região italiana da
Toscânia. O número provisório de vítimas foi revelado pelo presidente da
Câmara de Grosseto, sem indicar quantas pessoas estarão ainda
desaparecidas.
A bordo do Costa Concordia seguiam 4.231 pessoas, incluindo
passageiros e tripulação, numa viagem pelo Mediterrâneo, quando o navio
embateu num banco de areia.
O casco do cruzeiro ficou danificado e deixou entrar água.
Seguiram-se momentos de pânico entre os passageiros e alguns atiraram-se ao mar.
Alguns dos passageiros, citados pela ANSA, referiram "cenas dignas
do Titanic" a bordo, após a ordem de evacuação do navio, que causou
disputas entre as pessoas, choros e gritos, com alguns dos passageiros
que tentavam entrar nos botes salva-vidas a caírem para o mar.
Muitos dos sobreviventes chegaram com sinais de hipotermia e
receberam assistência em terra.
Continua por se saber o paradeiro de cerca de 20 pessoas que estavam a bordo do Costa Concordia e que as
autoridades italianas ainda não sabem a situação depois do
acidente na noite de sexta e de uma atribulada operação de resgate de
passageiros e tripulantes dadas as condições em que o navio ficou.
A empresa, que emitiu comunicados sobre o acidente à 1h00 e às 5h00 locais, entretanto não divulgou mais informações.
As
notícias da imprensa internacional baseiam-se em declarações à agência
italiana por parte do gabinete do presidente da Câmara de Grosseto,
próximo de onde o navio está “deitado”, com o lado de estibordo quase
todo submerso, vendo-se no casco um enorme rasgão, que algumas fontes
dizem ser de aproximadamente 30 metros.
Alguns
passageiros ouvidos pela imprensa internacional reclamaram de
desorganização na operação de evacuação do navio, dizendo que a
tripulação adiou a descida dos salva-vidas e, quando o quis fazer, já
não foi possível dada a inclinação que o Costa Concordia já tinha.
“Viram
o [filme] ‘Titanic’? Foi exactamente assim que aconteceu”, disse uma
dessas passageiros, professora em Los Angeles, que viajava com os pais e
a irmã.
A notícia diz que todos eles mostravam hematomas provocados
pelo rastejar desesperado por escadas e corredores praticamente na
vertical para tentarem chegarem aos salva-vidas.
Nas últimas horas
começaram a ser publicados relatos dramáticos, entre eles o da mãe da
professora de Los Angeles que contou em soluços o momento em que um
casal de argentinos lhe tentou passar a filha de três anos, porque não
se sentia capazes de sair do pátio que estava quase na vertical.
Ela
relatou que acabou por devolver a bébé aos pais porque se sentiu puxada
para baixo e teve receio que a criança caísse pelas escadas.
“Pensei
que era o fim e pensei que eles deveriam estar com a sua bébé”, disse,
enquanto uma das filhas se interrogava sobre o que é que terá acontecido
à família argentina.
Essa família de Los Angeles relatou que foram
dos últimos a abandonar o Costa Concordia e que tiveram que descer por
uma corda do lado do navio que estava fora de água para conseguirem
chegar a um barco de salvamento.
De acordo com os relatos dos passageiros foram surpreendidos ao jantar por um enorme estrondo, a que se seguiu um apagão.
Os passageiros relatam que depois pratos, copos, etc., começaram a cair
Um desses passageiros contou que fugiu para fora do restaurante, mas que lhe foi dito que não era nada “perigoso”.
As
notícias dizem também que por aproximadamente 45 minutos os tripulantes
sempre diziam que o apagão devia-se a um “problema técnico”.
Esses
passageiros também relataram que os mais experientes em cruzeiros
tratara imediatamente de colocar os coletes de salvação e dirigir-se
para os pontos de socorro, mas que os tripulantes tardaram em fazer
descer os barcos salva-vidas.
“Tivemos que gritar com os
controladores para libertarem os barcos”, disse um passageiro
sul-africano, que se queixou que os tripulantes não deixavam as pessoas
passar dos corredores para os salva-vidas.
Um passageiro francês,
oficial do exército, relatou também que nem nos barcos salva-vidas nem
em terra houve uma contagem dos sobreviventes.
O chefe da Guarda
Costeira no Porto de Livorno, citado pela CNN, comentou que o Costa
Concordia estava “perigosamente” próximo da costa e admitiu que o
acidente possa ter resultado de um problema técnico.
“Felizmente as
condições de mar ajudaram-nos”, referiu, acrescentou que com o número de
pessoas para resgatar do navio, em outras circunstâncias poderia ter
ocorrido uma “tragédia”.
O "Costa Concordia" de 290 metros, teve a sua viagem inaugural em 2006, e é um navio gémeo do "Costa Serena" e do "Costa Pacifica", e são os maiores barcos da "Costa Crociere"
em capacidade para o transporte de passageiros, a sua lotação chega a
4.890 pessoas embarcadas (3.780 passageiros, 1.110 tripulantes). Ambos
foram construídos pela "Fincantieri - Cantieri Navali Italiani S.p.A.". Estes barcos deram origem a um grupo de navios de cruzeiro que fazem parte de uma nova "Classe" de navio, a "Classe Concordia". O nome do navio, Concordia, simboliza paz e harmonia entre pessoas e países. Grandes cidades como Paris, Roma, Londres e Atenas,
cidades europeias, são lembradas na identificação dos lugares do navio,
assim como as pontes foram baptizadas com nomes em homenagem a países da
Europa, começando pela Olanda (ponte 1), Svezia (ponte 2), Belgio (ponte 3), Grecia (ponte 4), Italia (ponte 5), Gran-Bretagna (ponte 6), Irlanda (ponte 7), Portogallo (ponte 8), Francia (ponte 9), Germania (ponte 10), Spagna (ponte 11), Austria (ponte 12) e Polonia (ponte 14). O deck 13 por superstição não existe e não recebeu nome.