segunda-feira, abril 24, 2006

TITANIC

Camille - Richard, acorda. Richard, estás com um pesadelo.
Richard - Mãe, estavam pessoas a gritar.
Camille - Foi apenas um sonho, Richard. Dorme. A mãe está aqui. Não vamos assustar a Catherine.
Richard - Havia gelo e um naufrágio. Eles estavam na água gelada e gritavam e choravam e estava escuro.
Camille - Richard, a Catherine já está a chorar, por favor, acalma-te.
George - O que se passa?
Camille - Parece que foi um pesadelo. Está muito nervoso. Tenta acalmá-lo. Vou adormecer a Catherine.
George - Eu passo a noite com ele. Então, meu pequeno? Calma, está tudo bem.

Ao amanhecer de 11 de Abril, o navio avançava a toda a velocidade na direcção oposta ao sol. O comandante Smith ordenou que se fizessem várias provas de manobra sem que se observasse qualquer problema. O vento fresco e tonificante varreu do ar os últimos restos de névoa e abriu o largo horizonte em que começaram a perfilar-se as montanhas do sul da Irlanda.
Nesse dia, os promontórios que definem a baía tinham-se convertido em improvisadas escadarias apinhadas de público, pois milhares de pessoas acorreram de diferentes pontos da Irlanda para observar com os seus próprios olhos o gigante dos mares que avançava sobre a água azul com cintilamntes escamas de prata sobre o sol que já se fazia sentir. Saí do meu camarote cedo, tomei o pequeno-almoço no quarto e sai com a minha irmã para o convés, onde apanhei o elevador para o convés A. O navio ainda estava adormecido.

A minha irmã mais nova tinha um ano e para passar o tempo, eu empurrava-a no carrinho para a frente e para trás no convés A. Espreitava para a Sala da Palmeira e era a visão mais bela que já tinha tido. Era novo, totalmente novo. Eu ficava ali encantado com a beleza de tudo. O som das máquinas do navio não passava de um som abafado, mas perceptível devido ao silêncio que ainda permanecia no navio... estava sol, e uma leve brisa assobiou por todo o convés A fazendo cintilar os lustres de cristal da Sala da Palmeira.

Era uma grande novidade ir a bordo do maior navio de sempre. Não é exagero dizer que era fácil uma pessoa perder-se dentro do Titanic. Podiam andar-se quilómetros ao longo de cada convés e passagem, caminhando sempre por novos sítios. Era um navio magnífico e tinham a bordo a nata dos funcionários da White Star Line. O Bruce Ismay ia a bordo. Tinhamos a bordo o projectista bem como doze milionários e respectivas esposas. Toda a gente estava decidida a divertir-se. O meu pai surgiu mais o meu tio, os meus avós e juntamente com eles um passageiro convidado pela White Star Line a participar da viagem inaugural do Titanic até Queenstown, o Padre Francis Browne.

Harriet - Richard, meu querido. Então, meu amor, o que se passou esta noite? Coitado, teve um pesadelo daqueles...

John - Estavamos à tua procura.

Rev. Browne - Senhora Morgan, chegue aqui. Uma fotografia para a posteridade.

Arthur - Hey, George, olha para isto. Vamos ficar na História.

Um feixe de luz saiu da máquina como um relâmpago, seguido de uma pequena nuvém de fumo.

Às onze e trinta o transatlântico fundeou na baía de Queenstown, a cerca de duas milhas da costa.

Harry - Os passageiros que desembarcam na Irlanda, dirijam-se ao convés. Aportámos a Queenstown.

Já a seguir, o Titanic parte de Queenstown em direcção ao Atlântico.

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns, a cada dia fica mais interessnate a sua história.

Ótima idéia de colocar isso no BLOG.

PARABÉNS Mário, de coração.

Abraços....