A OceanGate, empresa de exploração marítima que operava o submersível Titan, que desapareceu e implodiu em junho, suspendeu todas as atividades comerciais e de exploração, conforme anúncio no site da empresa nesta quinta-feira (6). Agências marítimas do Canadá, França e Reino Unido unem-se agora à Guarda Costeira dos Estados Unidos, que lidera a operação para investigar o incidente, segundo o capitão Jason Neubauer disse durante coletiva de imprensa. A ideia deste Conselho de Investigação Marítima é conseguir descobrir o que levou o submersível a implodir. O submersível desceu com as luzes externas e internas apagadas para economizar bateria, tendo como fonte de luz somente telas de computadores e canetas iluminadas. Horas após o mergulho do Titan, a comunicação com o submersível foi perdida. Rob McCallum, ex-conselheiro da OceanGate, afirmou que o submersível Titan, teria tentado subir de volta à superfície momentos antes de implodir. O fato indica a possibilidade de que os cinco tripulantes teriam tentado abortar a missão antes do acidente, que matou todos os que estavam a bordo. As falas do ex-conselheiro foram realizadas em entrevista ao The New Yorker. À revista, ele afirmou ter recebido relatórios iniciais sobre o acidente que corroboram suas falas. “O relatório que recebi imediatamente após o evento, muito antes da identificação do problema, foi que o submarino estava afundando a cerca 3.500 metros”, disse. Ele descreveu que o submersível “perdeu peso”, fazendo com que o mergulho fosse abortado. Em seguida, porém, a nave perdeu comunicação com a nave-mãe. McCallum é cofundador da empresa de expedição de aventura EYOS Expeditions e já conduziu mergulhos ao Titanic e a outros pontos do fundo do oceano. Segundo cálculos realizados pelo engenheiro e especialista em submarinos José Luis Martín para o Jornal NIUS, o submarino enfrentou momentos terríveis que duraram entre 48 e 71 segundos, desde a perda de estabilidade até à implosão. A esposa de Shahzada Dawood, um dos ricos que morreu na tragédia, revelou que todos morreram praticamente no escuro. O fundo do oceano não tem luz. De acordo com a viúva de Shahzada Dawood, o que iluminava o submarino eram organismos marinhos, lulas e peixes brilhantes. O documentarista Jade Pan participou da expedição da OceanGate, no submarino Titan, em 2021, para analisar os destroços do navio Titanic. Porém, quase que a viagem se tornou em um verdadeiro filme de terror. Acontece que o submersível ficou sem bateria após cerca de duas horas de excursão. Rush, uma das vítimas do incidente de 18 de junho, quando o submarino implodiu, estava presente nessa mesma ocasião. Ao explicar o motivo da bateria ter acabado, o mesmo pediu para que os tripulantes que dormissem enquanto removiam os pesos que estavam incorporados ao submarino - conforme explicou Pan ao The Travel Show da BBC. Depois de tudo, o CEO da OceanGate conseguiu largar os pesos do submarino, que emergiu à superfície do mar. Além do Titanic, a OceanGate oferecia mergulhos para fontes hidrotermais no Arquipélago dos Açores, Portugal, ambos com custo de US$ 250.000 por passageiro, de acordo com seu site.
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