sexta-feira, outubro 24, 2014

O TITANIC REALMENTE QUEBROU?

O QUE VIRAM OS SOBREVIVENTES 
PARTE IV
Conclusões dos testemunhos do Inquérito Americano:
Parece claro que muitas poucas pessoas afirmaram que o navio afundou intacto. Também é muito óbvio que os Assessores realmente não se esforçaram muito para clarificar esta questão nos muitos relatos dos sobreviventes. 8 pessoas viram ou tiveram a percepção que o Titanic se partiu: Alfred Olliver, Frank Osman, George Moore, Edward John Buley, George Frederick Crowe, Frank Oliver Evans, Arthur John Bright, Mrs. J. Stuart White. 3 pessoas afirmaram que o navio afundou intacto: Charles Herbert Lightoller, Herbert John Pitman, Hugh Woolner. As outras 36 pessoas não viram ou não deram qualquer informação se o Titanic se partiu ou não.

Conclusões dos testemunhos do Inquérito Britânico
Semelhante ao Inquérito Americano, também muitas poucas pessoas disseram ter visto o navio afundar intacto. Lendo atentamente testemunho atrás de testemunho, realmente sente-se que os Assessores "evitaram" a questão de saber se o navio se partiu. Muitas testemunhas foram questionadas se viram o navio afundar, e em seguida, o Assessor mudava abruptamente de assunto. Perto do final no relato de Lightoller, o comissário (Lord Mersey) ainda afirma que não entende como a popa se poderia endireitar. Ele já tinha como certo na sua mente que o navio tinha afundado intacto! 5 pessoas viram ou tiveram a percepção que o Titanic se partiuJohn Poingdestre, Thomas Ranger, Frederick Scott, Edward Brown, George Symons. 3 pessoas afirmaram que o navio afundou intacto: Charles Herbert Lightoller, Herbert John Pitman, Thomas Patrick Dillon. As outras 40 pessoas não viram ou não deram qualquer informação se o Titanic se partiu ou não.

Temos assim uns totais de: 13 pessoas que viram ou tiveram a percepção que o navio se partiu, 76 não viram ou não deram qualquer informação se o Titanic se partiu ou não, e apenas 4 afirmaram que se afundou intacto. 
É importante notar que duas pessoas alteraram os seus testemunhos: Edward John Buley que afirmou a quebra no Inquérito Americano, não foi questionado sobre o naufrágio no Inquérito Britânico. George Symons, que não comentou sobre o naufrágio no Inquérito Americano, afirmou-o no Britânico quando teve oportunidade.
Acho que os Assessores em ambos os inquéritos, de forma intencional ou não, realmente não tentaram descobrir se o Titanic se partiu. Então, muitas testemunhas simplesmente não foram questionados sobre isso, daí o número tão elevado de relatos sem informação sobre o momento da quebra. E, como mencionado acima, os assessores britânicos quase pareciam estar a evitar a questão, perguntando se a testemunha viu o navio afundar, e depois mudarem de assunto. Ainda assim, três vezes mais foi o número de pessoas que descreveram o navio partir-se em relação ás que disseram que se partiu intacto, e muitas delas descreveram mesmo onde se partiu: entre/ou na terceira e quarta chaminé. 
Das quatro testemunhas que afirmaram que o navio afundou intacto, duas delas eram oficiais da White Star Line. Devemos questionar, como é que a própria White Star Line veria os seus testemunhos, se eles dissessem que o navio se tinha despedaçado? Poderia a White Star acabar com as suas carreiras, tanto na White Star como nas outras companhias de navegação? Não há realmente nenhuma maneira de saber, mas tenho a certeza de que os oficiais sobreviventes do Titanic estavam bem cientes do problema do seu emprego se manter na White Star, e em outros lugares. 
Sabe-se que os números acima podem ser alterados por outros testemunhos na primeira pessoa. Lawrence Beesley, no seu livro "The lost of the SS Titanic", afirma no capítulo 4 que não achava que o navio se partiu em dois. 
O Coronel Gracie, em "The truth about the Titanic", diz no capítulo 3 que não achava que Titanic se partiu, na verdade, ele dedica vários parágrafos a este assunto. No entanto, deve-se admitir que, durante o momento da quebra, Gracie estava debaixo de água, lutando pela sua vida, devido à sucção, ou tentando subir no bote virado B com muitas outras pessoas à sua volta na água. 
Os jornais do naufrágio aumentaram consideravelmente o número de testemunhas que disseram que o navio se partiu. No entanto, uma vez que um testemunho deste tipo poderia ter sido alterado pelo próprio jornalista, e não temos nenhuma maneira de verificar se o sobrevivente realmente disse o que foi impresso, a maioria desses relatos são de uma confiabilidade duvidosa. Um jornalista que quisesse dramatizar uma história por si só fascinante, poderia facilmente publicar uma história mais sensacionalista dizendo que o Titanic se partiu ao meio, tal se encaixa perfeitamente neste cenário! 
Torna-se claro que, durante 73 anos acreditou-se que o Titanic afundou intacto, até que Ballard descobriu os destroços em 1985 e fez dela uma crença distorcida feita com base nos assessores dos inquéritos norte-americano e britânico que escolheram acreditar nas declarações de um número muito pequeno de pessoas, que incluem dois oficiais da White Star Line. A empresa estava prestes a perder muito mais que o Titanic, se fosse espalhado que os seus navios não foram construídos de forma sólida como queriam mostraram. Estas testemunhas que descreveram a quebra, uma situação que agora sabemos ser uma realidade, foram ignoradas. Mesmo hoje em dia, estes preciosos testemunhos dos inquéritos e até outros prestados ao longo dos anos por sobreviventes continuam a ser ignorados. O Titanic já teve várias teorias, começou por afundar num ângulo de quase 90 graus até 1985 quando foi descoberto partido em dois, depois passou a incluir-se a quebra nos 45 graus. Esses 45 graus foram rapidamente descidos para 33, depois para 11 numa nova teoria, e, finalmente em 2012, James Cameron abre uma nova e derradeira teoria tida como a correcta em que o ângulo sobe para os 23 graus (mesmo assim discutidos entre os 19 e os 23 até ao momento final do documentário), a quebra ocorre entre a terceira e segunda chaminé, a popa cai e afunda-se quase de lado. 
A noite estava escura, as ilusões de óptica, percepção e visão nocturnas variam de pessoa para pessoa. Devemos pensar um pouco nos testemunhos dos sobreviventes, acreditar que não é só o fantástico e o assustador que está em jogo, é também a palavra de cada um que ali esteve e viveu e sentiu a tragédia como nenhum de nós poderá sentir, nenhum computador poderá viver, nenhum cientista poderá afirmar. Como disse Walter Lord o autor do livro A Night To Remember: «Com uma certeza - só um louco seria capaz de se considerar detentor da verdade absoluta acerca do que aconteceu na noite incrível em que o Titanic se afundou.»

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