domingo, junho 26, 2011

AS PROFECIAS DE MORGAN ROBERTSON
Na noite fria de 14 para 15 de Abril de 1912, uma jovem passageira sentada num bote salva-vidas junto com outras mulheres e crianças, não podia acreditar no que se estava a passar. Enquanto via no horizonte do Oceano Atlântico o Titanic a afundar-se com 1500 pessoas a bordo, lembrava-se que, apenas umas semanas antes, tinha lido uma história idêntica ao que agora se estava a passar, um livro que falava de um navio muito parecido ao Titanic, que naufragava no mar. Nunca se deixou de se perguntar por que é que não deu importância àquele livro.
O prefácio do livro a Night to Remember de Walter Lord editado em Portugal pela Editorial Presença com o nome A Tragédia do Titanic (livro que deu origem ao filme com o mesmo nome em 1958) pode ajudar-nos a entender o que aquela passageira no bote sentiu.
"Em 1898, Morgan Robertson, um escritor que lutava para se afirmar engendrou um romance sobre um transatlântico formidável, um paquete de dimensões nunca vistas. O navio de Robertson ia repleto de gente rica e enfatuada e, numa noite fria de Abril, embatia contra um icebergue, afundando-se. De certo modo, o acidente vinha provar a futilidade das coisas humanas e não foi por acaso que o romance foi publicado com o título Futility, pela firma M. F. Mansfield. Passados catorze anos, uma companhia britânica de transportes, a White Star Line, construiu um paquete que apresentava semelhanças notáveis com o navio de Robertson. O novo transatlântico deslocava 66 000 toneladas. O de Robertson 70 000. O navio real tinha 270 metros de comprimento, em vez dos 245 de ficção. Ambos os navios tinham três hélices e podiam atingir 24 a 25 nós (cerca de 45km/hora). Ambos tinham capacidade para transportar cerca de 3000 passageiros e, em ambos os casos, os salva-vidas só chegavam  para uma parte deles. Como ambos os navios eram considerados «insubmergíveis», ninguém se preocupou muito com isso."
O final deste prefácio remata com uma prova assustadora desta semelhança com a realidade: "O paquete de Robertson chamava-se Titan; a White Star Line tinha dado o nome Titanic ao seu." De acordo com o seu livro o Titan foi "a maior embarcação a flutuar e a maior das obras realizadas pelo Homem". (Expressão semelhante à usada por Ismay ao dizer: "She is the largest object made by man in all of history." - É o maior objecto construido pelo Homem em toda a História.Além disso, como o Titanic, o Titan tinha compartimentos estanques novos que poderiam ser fechados a partir da ponte num instante, e também foi considerado "praticamente impossível de afundar", o Titan poderia flutuar com nove dos seus compartimentos estanques inundados. A tragédia do romance é diferente em alguns aspectos quanto ao desastre na vida real, o Titan embateu no icebergue e afundou rapidamente na sua terceira viagem de Nova York para Inglaterra, e a forma específica como afundou não é exatamente a mesma, mas as semelhanças são impressionantes:
TITAN / TITANIC
Nacionalidade Britânica / Britânica
Comprimento 245m / 270m
Deslocamento 70.000 / 66.000
Hélices 3 / 3
Mastros 2 / 2
Matéria metal / metal
Compartimentos 19 / 16
Botes 24 / 20
Capacidade a bordo 3000 passageiros / 3547 passageiros
Passageiros a bordo 2000 / 2209
Velocidade de Impacto 25 nós / 22,5 nós
Hora de colisão Perto da meia-noite / 23h40
Local da colisão Estibordo / Estibordo
Local do afundamento Atlântico Norte / Atlântico Norte
Mês de viagem Abril / Abril
Viagem inaugural New York - England / England - New York
Cognome Inafundável / Inafundável
Aviso do vigia Ice, ice ahead. Iceberg right under the bow / Iceberg Right Ahead
Em 1914, Robertson repetiu a façanha com uma história chamada Beyond the Spectrum (Além do Espectro), a história era sobre uma guerra entre americanos e japoneses, que começou com um ataque furtivo e inesperado dos japoneses no Havaí que envolvia o uso de uma arma americana semelhante à bomba atómica.
Na manhã de 7 de Dezembro de 1941, uma operação aeronaval de ataque à base norte-americana de Pearl Harbor, efetuada pela Marinha Imperial Japonesa, na ilha de Oahu, Havaí, foi executado de surpresa contra a frota do Pacífico da Marinha dos Estados Unidos da América e as suas forças de defesas, o corpo aéreo do Exército e a força aérea da Marinha. O ataque danificou ou destruiu 11 navios e 188 aviões e matou 2403 militares e 68 civis. Contudo, os três porta-aviões da frota do Pacífico não se encontravam no porto, pelo que não foram danificados, tal como os depósitos de combustível e outras instalações. Utilizando estes recursos a Marinha foi capaz de, em seis meses a um ano, reconstruir a frota. O ataque marcou a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial e o início da Guerra do Pacífico.
Agosto de 1945... Após seis meses de intenso bombardeio em 67 cidades do Império do Japão, o presidente americano Harry S. Truman  ordena um ataque nunca antes visto. No dia 6 de Agosto a bomba atómica "Little Boy" caiu sobre Hiroshima numa segunda-feira. Três dias depois, no dia 9, a "Fat Man" caiu sobre Nagasaki. As estimativas, do primeiro massacre por armas de destruição maciça, sobre uma população civil, apontam para um número total de mortos a variar entre 140 mil em Hiroshima e 80 mil em Nagasaki, sendo algumas estimativas consideravelmente mais elevadas quando são contabilizadas as mortes posteriores devido à exposição à radiação. A maioria dos mortos eram civis. As explosões nucleares, a destruição das duas cidades e as centenas de milhares de mortos em poucos segundos levaram o Império do Japão à rendição incondicional em 15 de Agosto de 1945, com a subsequente assinatura oficial do armistício em 2 de Setembro na baía de Tóquio e com ele o fim da II Guerra Mundial. 
Robertson viu a sua profecia do Titanic tornar-se realidade, mas não chegou a ver a profecia de Pearl Harbour e da bomba atómica, pois faleceu em 1915.

domingo, junho 19, 2011

 A CRIANÇA DESCONHECIDA
Cinco dias após o navio de passageiros Titanic afundar, a tripulação do navio de resgate Mackay-Bennett resgatou do Oceano Atlântico em 21 de Abril de 1912, o corpo de um menino de cabelos louros, com cerca de 2 anos. Juntamente com muitas outras vítimas, o seu corpo foi levado para um cemitério em Halifax, Nova Escócia, onde a tripulação do Mackay-Bennett encomendou uma lápide dedicada à "criança desconhecida" que foi colocada sobre o seu túmulo. Quando se afundou, o Titanic levou consigo a vida de 1.497 das 2209 pessoas a bordo. Alguns corpos foram recuperados, mas os seus nomes permanecem uma incógnita, enquanto outros ainda estão desaparecidos. Agora os pesquisadores acreditam que finalmente resolveram a identidade do desconhecido bebé ao concluir que ele tinha 19 meses de idade, sendo por isso Sidney Leslie Goodwin, de Inglaterra. Embora a criança desconhecida já tenha sido identificada incorrectamente duas vezes, os pesquisadores acreditam que finalmente agora determinaram a identidade da criança como um Goodwin. Após a recuperação do seu corpo, ele foi inicialmente identificado como sendo o menino sueco de 2 anos de idade, Gösta Leonard Palsson, que foi visto sendo arrastado para o mar quando o navio se afundou. O corpo da mãe desse rapaz, Alma Palsson, foi recuperado com os bilhetes de todos os quatro filhos no seu bolso, e foi enterrado numa sepultura atrás da criança desconhecida. O esforço para verificar a identidade da criança usando a ciência genética começou há pouco mais de uma década atrás, quando Ryan Parr, um professor adjunto da Universidade Lakehead, em Ontário, que trabalhou com o DNA extraído de restos humanos antigos, assistia a alguns vídeos sobre o Titanic. "Eu pensei 'Uau, pergunto-me se alguém ainda está interessado, ou ainda se preocupa com as vítimas não identificadas do Titanic'", disse Parr. Em 2001, com a permissão da família Palsson, os restos da criança desconhecida foram exumados de Fairview Lawn Cemetery, um dos cemitérios de Halifax, onde as vítimas do Titanic foram enterradas. Parr esperava investigar também as identidades de outras vítimas, apesar da decomposição dos corpos dificultar a tarefa. Dois dos caixões recolhidos apenas continham lama, e da criança desconhecida apenas restava um longo fragmento (seis centímetros) de um osso do braço e três dentes. Mas isso foi o suficiente. A partir desses restos, Parr e sua equipa extrairam o DNA de uma secção de mitocôndrias (produtoras de energia das células) chamada HV1 que rapidamente sofrem mutações. O DNA mitocondrial é passado de mãe para filho, assim a equipa comparou a sequência de DNA da criança desconhecida com amostras de parentes maternos da criança Palsson. Estas semelhanças por sua vez, não foram encontradas. Eles ampliaram a sua busca para incluir cinco outros meninos menores de 3 anos que tinha morrido no desastre. Alan Ruffman, que se envolveu no projecto como um associado de pesquisa do Maritime Museum of the Atlantic, em última análise, rastreou as linhas maternas de todos os seis filhos (incluindo a criança Palsson) com a ajuda de genealogistas, historiadores, pesquisadores do Titanic, tradutores, bibliotecários , arquivistas e membros das famílias. Comparando o  HV1 da criança desconhecida com essas outras jovens vítimas do Titanic, os pesquisadores eliminaram quase todos, menos dois dos rapazes: Eino Panula Viljami, um menino de 13 meses de idade finlandês, e Sidney Goodwin de 19 meses, sueco. Uma análise de pericia dos dentes da criança colocaram a sua idade entre os 9 e os 15 meses o que aparentemente eliminaria Goodwin, que era mais velho. Assim, os pesquisadores concluíram que o menino seria Eino Panula e, em 2004, publicaram os seus resultados. Mas as dúvidas permaneceram. Um última análise a um par de sapatos de couro recuperados da criança desconhecida e realizada no Maritime Museum of the Atlantic tinha levado os pesquisadores a questionar a identificação. Os sapatos tinham sido salvos por Clarence Northover, um sargento da polícia de Halifax, em 1912, que ajudou a guardar os corpos e os pertences das vítimas do Titanic, segundo o site do museu. Uma carta do neto de Northover, Earle, conta como as roupas da vítima tinham sido queimadas para impedir caçadores de souvenirs. Clarence Northover não conseguiu queimar os sapatos, na esperança de algum familiar os reclamar, e pôs os sapatos na gaveta da escrivaninha do posto de polícia. Em 2002, Earle Northover doou a reliquia ao museu. Mesmo desgastados, estes sapatos eram muito grandes para um menino de 13 meses de idade. Parr e sua equipe tentaram a identificação novamente, desta vez com a ajuda da U.S. Armed Forces DNA Identification Laboratory. Eles focaram-se noutro resto mortal, a secção menos propensa a mutação do DNA mitocondrial, onde encontraram uma única diferença que indicava que Goodwin poderia realmente ser a criança desconhecida. Assim, a U.S. Armed Forces DNA Identification Laboratory confirmou essa suspeita quando encontraram uma diferença singular em outra secção do DNA. "Felizmente, era uma diferença rara, de modo que é o que lhe dá 98% de certeza da identificação estar correcta," disse Parr. Antes de morrer, Sidney Goodwin viajava no Titanic com os seus pais, Frederick e Augusta, e cinco irmãos da Inglaterra para Niagara Falls, NY. Carol Goodwin, de 77 anos, residente Wisconsin, ouviu falar sobre a família e das irmãs de Frederick Goodwin, uma das quais era avó de Carol. "Não posso dizer que realmente me assustou ou me surpreendeu", disse Carol Goodwin sobre a notícia de que a criança desconhecida era seu parente. "Eu achei que iria levar o seu tempo até se saber a verdade." Quando criança, ela aprendeu sobre a família de Frederick Goodwin ao escutar as conversas entre a sua avó e a sua tia-avó. "Elas não falavam muito sobre as crianças," disse Carol Goodwin ao LiveScience. O interesse de Goodwin na história da família aconteceu quando a sua neta Becky de 13 anos de idade, viu uma exposição do Titanic e escreveu uma redação para a escola. Quando o seu professor quis submeter o artigo para a revista "Junior Scholastic," Goodwin decidiu começar a pesquisar. Agora Goodwin está trabalhando em dois livros sobre o assunto, um menor sobre a criança desconhecida e um livro maior, com o título "Os Goodwin a bordo do Titanic: Saga de uma Família de terceira classe." E, dentro de um ano, ela e o seu marido tencionam fazer um cruzeiro em memória do centenário do Titanic. Em 6 de Agosto de 2008, parentes da família Goodwin fizeram um serviço fúnebre em Fairview Lawn Cemetery onde eles agora acreditam estar Sidney Goodwin que foi enterrado sob a lápide da criança desconhecida. Um primo leu os nomes de cerca de 50 crianças que também morreram quando o Titanic afundou e um sino tocava a cada um dos nomes mencionados. Uma chuva suave começou a cair quando o primeiro nome foi lido, e parou quando a lista terminou. Em último caso, a família deixou a lápide e o túmulo como estavam. "A lápide da criança desconhecida representa todas as crianças que morreram no Titanic, e deixamos isso dessa forma", disse ela. Os restantes membros da família Goodwin nunca foram recuperados. "Desde que aqueles corpos não identificados foram enterrados em Halifax, que leio os relatórios do médico legista para cada um deles, e nada se encaixa", disse ela. Um artigo descrevendo a análise genética que levou à identificação final dos restos mortais do menino desconhecido está programado para ser publicado na edição de Junho 2011 da revista Forensic Science International Genetics que já está disponível online.

quinta-feira, junho 09, 2011

THE TITANIC BAND

CD I SALONISTI TITANIC BAND 
O TITANICFANS recomenda vivamente este CD! Uma raridade agora disponível, com as peças originais que podem ser ouvidas no filme Titanic de James Cameron a um preço acessível. O TITANICFANS teve o privilégio de receber um exemplar gratuito por cortesia do Titanic WebSite site seguro e responsável pela venda do produto. O TitanicFans disponibiliza um medley audio das músicas que se podem ouvir no CD basta carregar aqui. Este CD nunca esteve disponível antes, foram expressamente produzidas para tocarem no filme, e algumas são facilmente identificáveis. Em baixo segue a lista completa das músicas que podem ser ouvidas.
1. Méditation aus Tahïs (Jack assina o desenho e Call diz a Lovejoy para encontrar a Rose. / Jack signs the drawing and Cal tells Lovejoy to find Rose).
2. Miss Hook of Holland
3. Méditations sur le Premier Prélude
4. Estudiantina, Walzer (Música ao jantar, cena excluída da estrela cadente, Cal dá a Rose o seu casaco. / Song at dinner, deleted scene Shooting Star, Cal gives to Rose his jacket).
5. Vision of Salome (Rose e Ruth tomam chá antes da cena do vôo. / Rose and Ruth have tea before the flying scene).
6. Ave Maria (IM Trio)
7. Orpheus in der Unterwelt, Ouvert (Ismay parte no bote C. / Ismay departs in Standard C). 
8. Barcarole (Hoffmanns Erzählunge) (Andrews ordena a Lightoller que encha os botes. (Andrews orders Lightoller to fill the boats).
9. Barbiere di Seviglia (Ouvertüre)
10. Songe d' Automne (Destroços do navio. / Shipwreck).
11. Lied ohne Worte (Conhecendo os Astors. / Meeting the Astors).
12. Sphinx (Cena excluída Ismay em pânico, Rose recusa entrar no bote com Ruth e Molly. / Deleted scene "Ismay Panics", Rose refuses to get into the boat with Ruth and Molly).
13. Valse Septembre (Rose idosa vendo os destroços no monitor, Jack entrega o recado a Rose / Old Rose sees the wreck on the monitor, Jack gives Rose the note).
14. Margeriten-Walzer / Aus "Faust" (Rose arrumando os Picassos, Cal oferece o colar a Rose, cena excluida "Sonhos de Rose", Jack convida Rose para uma festa de verdade, Rose questiona o Coronel Gracie se ainda existem botes do lado esquerdo / Rose arranges the Picassos, Cal gives Rose the Heart, deleted scene Rose’s Dreams, Jack invites Rose to a real party, Rose asks Gracie if there are any boats left).
15. An der schönen blauen Donau (Walzer) (A grande escadaria, Guggenheim e o brandy, Smith afasta-se e fecha-se sozinho na ponte / The Grand Staircase, Guggenheim and the brandy, Smith shuts himself away on the flooding bridge).
16. Näher mein Gott zu Dir (Nearer my God to Thee - 1856)
17. Titsy Bitsy Girl (Rose e Jack escapam da suite / Rose and Jack escape from the suite).
18. Hochzeitsreigen (Wedding Dance) (Paragem em Cherbourg, jantar antes de Rose tentar saltar / stopping at Cherbourg and dinner before Rose tries to jump). 
19. Alexander's Ragtime Band (Cena excluída de Molly pedindo gelo, Andrews diz a Rose que o navio se vai afundar / Deleted scene "How 'Bout a Little Ice?", Andrews tells Rose the ship will sink).
20. Alexander's Ragtime Band (piano solo).
21. Nocturne Op.9 No.2
22. Dichter und Bauer - Ouvertüre (Ismay pressiona o capitão Smith no chá. / Ismay pressures Smith at tea).
23. Frühlingslied
24. Aus Tannhäuser, Ouvertüre

sábado, junho 04, 2011

LIKE ISADORA DUNCAN... A WILD PAGAN SPIRIT... OR A MOVING PICTURE ACTRESS! 
Sem dúvida uma das melhores cenas excluídas do filme de Cameron! Rose sente-se livre e conta dos seus sonhos ao Jack, da força que possui e do que se sente capaz. Isadora Duncan e Picasso são dois dos nomes emergentes em 1912 mencionados pela personagem Rose. Dorothy Gibson famosa actriz, Richard Norris Williams II tenista campeão britanico, o jornalista William Stead e muitos outros famosos estavam a bordo do Titanic. Motivo de conversa a bordo seriam também Mata Hari, a dançarina exótica, o bailarino Vaslav Nijinski, Harry Houdini, o mágico, ou na área da politica como Zapata no México e Sun Yat Sen na China, personalidades de conhecimento obrigatório. Mas Isadora Duncan destaca-se nesta cena. Nascida Angela Isadora Duncan em São Francisco, a 27 de Maio de 1877 foi uma bailarina dos Estados Unidos. Isadora foi a segunda filha de um total de quatro do casal Dora Gray Duncan, pianista e professora de música e Joseph Charles, poeta. Considerada a pioneira da dança moderna, causou polemica ao ignorar todas as técnicas do balé clássico. A sua dança foi inspirada pelas figuras das dançarinas nos vasos gregos encontrados no Museu do Louvre. A sua proposta de dança era algo completamente diferente do habitual, com movimentos improvisados, inspirados, também, nos movimentos da natureza como o vento, plantas e borboletas. Os cabelos meio soltos e os pés descalços também faziam parte da identidade profissional da dançarina. A sua vestimenta era leve, eram túnicas, imitando as das figuras dos vasos gregos. O cenário simples, era composto apenas por uma cortina azul. Outro ponto forte na dança de Isadora é que ela utilizava músicas até então tidas apenas como para apreciação auditiva. Ela dançava ao som de Chopin e Wagner e a expressividade pessoal e improvisação estavam sempre presentes no seu estilo. Isadora tinha personalidade forte e não se curvava à tradições. Não era afeita ao casamento, tendo casado três vezes e só o fazendo porque tinha a possibilidade de separar-se, caso necessário. O seu primeiro marido foi o designer teatral Gordon Graig, do qual se separou, assim como separou-se do milionário parisiense Eugene Singer (responsável pelas máquinas Singer). Isadora teve um filho de cada relacionamento. Em 1898 Isadora foi para Londres em busca de reconhecimento profissional. Lá consolidou sua fama, fazendo a sua primeira apresentação em Paris no ano de 1902. Em 1908 escreve The Dance. Em 1913, um incidente tira a vida dos seus dois filhos, Deirdre e Patrik e de sua governanta, que morrem afogados no rio Sena. Devido ao acidente, Isadora passa alguns anos sem se apresentar. No ano de 1916 ela vai ao Brasil e se apresenta no Teatro Municipal, no Rio de Janeiro, nesta época ela estava com 38 anos de idade. Em 1920 vai para a Russia. Casa-se com o poeta soviético Serguei Iessienin, de quem se separa dois anos depois. Serguei suicida-se em 1925, é então que Isadora vai para França e passa os seus últimos anos, em Nice no anonimato sem o sucesso de outrora. Em 1927 escreve uma auto-biografia intitulada My Life e morre no mesmo ano, em 14 de Setembro. Em 1928 são editados os seus artigos póstumos em The Art of the Dance. Isadora morreu num acidente de carro conversível, quando a sua encharpe ficou presa a uma das rodas, enforcando-a. Durante anos uma amiga disse que as últimas palavras proferidas antes de entrar no carro foram: "Adeus, amigos! Vou para a glória.", tendo anos depois rectificado que eram "Adeus amigos. Vou para o amor". A sua intenção era que Isadora fosse recordada com uma frase mais elegante que aquela que realmente proferiu.
A cena do filme pode ser vista aqui.
A música de fundo que toca na cena é Marguerite Waltz de Charles Gounod e pode ser escutada aqui.