domingo, março 20, 2011

UMA CONTA PARA PAGAR DEPOIS DE MORTO
O violinista escocês que tocava enquanto o Titanic afundou recebeu uma factura de uma divida enviada pelos seus patrões por alterações ao seu uniforme... após morrer no naufrágio! Com apenas 21 anos, John Law Hume de Dumfries foi um dos grandes homens da banda do Titanic que morreram como cavalheiros na noite de 14 para 15 de Abril de 1912. Duas semanas depois, o seu pai, Andrew Hume, recebeu uma conta  para pagar de cinco xelins e quatro pence por alterações ao uniforme vinda da CW & FN Black, a empresa sedeada em Liverpool, que contratou os músicos. A carta da empresa especificava que as despesas foram pela costura do emblema da White Star Line no seu casaco, colarinhos novos para a sua camisa, pela limpeza e por passarem a ferro o seu uniforme. Hume ainda tinha vestido o casaco quando o seu corpo foi recuperado dos destroços. Qual destino cruel, esta viagem seria a sua última travessia antes de ir para casa para se casar com a sua noiva já grávida. A sua sobrinha-neta, Yvonne Hume, escreveu a primeira biografia do talentoso músico, intitulada "RMS Titanic: o primeiro violino" que será publicada no próximo mês. Ela disse: "Apenas 15 dias após o naufrágio do Titanic, e já depois do seu corpo ter sido recuperado, mas ainda não identificado, o pai recebe esta factura para pagamento. Deve ter sido um dos actos mais frios e insensíveis que se fizeram depois do desastre. Naturalmente, ele não teria como pagá-la. Estava morto." Ela acrescentou: "Eu acho tão triste quando se pensa que ele nunca chegou a ver o seu bebê ou a sua noiva novamente. Ele era uma pessoa muito popular e simpática e era muito talentoso e a sua história tem sido transmitida através da minha família. Mas nunca houve um livro dedicado a ele e acho que agora é a hora da sua história ser contada". Os músicos já tinham passado por más relações com os seus patrões, que reduziram o seu salário mensal de £6 10s por mês para £4 e cancelaram ainda o subsídio de dez xelins pelo uniforme pouco antes do Titanic partir. A carta desencadeou uma tempestade no momento em que foi publicada no boletim mensal do Sindicato dos Músicos de Amalgamated.

8 comentários:

Rodrigo disse...

Eu conhecia parcialmente a história dele, e aqui acabo de confirmar o absurdo desta atitude em relação à família, para mim um ato dantesco...

Penso que todos os envolvidos nesta história merecem ter suas histórias reveladas, para que o lado humano sobrevenha à todo mito, que por vezes, obscureçe suas histórias...


*** Mario, ainda ontem 19/03 estive olhando para as fotos dos músicos e relembrei algo que já tinha notado: toda vez que me deparo com a foto de John Law, a mesma sensação me acontece, ou seja, me lembro de você, pois a semelhança é muito grande...

Para mim é incrivel, pois além da semelhança, o RMS Titanic é relacionado aos dois ( ele e você ).. Espero que não se chateie, pois eu tinha que dizer.

Abraço amigo.

Mário Monteiro disse...

Amigo, obrigado pelo comentário, na verdade não é o primeiro que me diz isso, há muitos anos que me dizem o mesmo. E para mim é deveras uma honra.

Ana Rita Correia disse...

Uma história que merece ser contade, de certeza. É impressionante a frieza de quem fez isto...

Lucas Rubio disse...

Histórias que sempre existem...ainda bem que temos amigos como o Mário, o Rodrigo e o Alencar para contá-las para nós...Abração amigo Mário!!!

ulisses disse...

Fiquei de cara com esse acontecimento...e pensar que não é de hoje essa história dos músicos ganharem mal!é o fim!

Mário Monteiro disse...

é verdade, um músico tem que lutar para conquistar um lugar e não é fácil.

ulisses disse...

Acho que não só na linha dos músicos ,pois isso acontece no setor de eventos no geral...sou promoter de eventos/bartenders..aí já viu né?
abraços

Mário Monteiro disse...

conheço pouco mas pelo jeito que fala é um setor complicado =/