“Eu sobrevivi ao naufrágio do Titanic”
Parte II
“No domingo, 14 de abril, nosso quinto dia no mar, o tempo ficou excepcionalmente frio — tão intensamente frio que não havia muitas pessoas no convés superior do navio. Ouvimos dizer que haviam sido dados avisos sobre icebergs (massas de gelo flutuantes) naquela área. Não se esperava avistar algum na rota do navio, portanto o Titanic manteve sua velocidade máxima. Entretanto, o comandante do Californian, outro navio no Atlântico do Norte, avisou por rádio o Titanic sobre serem avistados icebergs no nosso caminho. Isto foi desconsiderado. O preço pago pelo excesso de confiança da parte do comandante Smith, quase 700 co-tripulantes e mais de 800 passageiros, foi realmente muito elevado.
“Às 23,45 horas aproximadamente, no domingo de 14 de abril, eu e minha irmã acordamos devido a uma sacudida. Ela estava no beliche de cima na cabina e exclamou: ‘Aconteceu alguma coisa!’
“‘Torne a dormir’, eu lhe disse. ‘Você se preocupa demais.’ Pouco depois, um senhor idoso, que ficamos conhecendo no navio e que tinha interesse paterno por nós, veio à nossa cabina e disse calmamente: ‘Saiam da cabina e vão ao convés superior. Não se preocupem em levar seus pertences agora. Poderão buscar mais tarde.’
“Nossas passagens eram de terceira classe, o que significava que só podíamos ir até o convés da segunda classe. Mas os da segunda e da terceira classe não podiam ultrapassar um portão vigiado que dava para o convés superior da primeira classe. Todavia, foi-nos dito que seria prudente irmos ao convés superior da primeira classe, a fim de termos mais probabilidade de entrar num barco salva-vidas. O único meio de podermos fazer isso era por subirmos pela escada de ferro desde o convés da terceira classe embaixo até cinco ou seis conveses acima aos barcos salva-vidas. Fizemos isso com muita dificuldade, pois foi difícil para minha irmã trepar na escada de ferro. Mas, com a ajuda de outros, conseguimos.
“Que cena! A maioria dos barcos salva-vidas já tinham partido. A tripulação só permitia que mulheres e crianças entrassem nos barcos salva-vidas — não havia suficientes para todos. Vimos mulheres chorando, não querendo deixar seus maridos; maridos implorando a suas esposas e filhos que se apressassem a entrar nos barcos salva-vidas. Em meio a este total pandemônio e histeria em massa estávamos eu e minha irmã, duas crianças imigrantes, que não sabiam falar inglês, terrivelmente assustadas, chorando e procurando ajuda.
“Às 23,45 horas aproximadamente, no domingo de 14 de abril, eu e minha irmã acordamos devido a uma sacudida. Ela estava no beliche de cima na cabina e exclamou: ‘Aconteceu alguma coisa!’
“‘Torne a dormir’, eu lhe disse. ‘Você se preocupa demais.’ Pouco depois, um senhor idoso, que ficamos conhecendo no navio e que tinha interesse paterno por nós, veio à nossa cabina e disse calmamente: ‘Saiam da cabina e vão ao convés superior. Não se preocupem em levar seus pertences agora. Poderão buscar mais tarde.’
“Nossas passagens eram de terceira classe, o que significava que só podíamos ir até o convés da segunda classe. Mas os da segunda e da terceira classe não podiam ultrapassar um portão vigiado que dava para o convés superior da primeira classe. Todavia, foi-nos dito que seria prudente irmos ao convés superior da primeira classe, a fim de termos mais probabilidade de entrar num barco salva-vidas. O único meio de podermos fazer isso era por subirmos pela escada de ferro desde o convés da terceira classe embaixo até cinco ou seis conveses acima aos barcos salva-vidas. Fizemos isso com muita dificuldade, pois foi difícil para minha irmã trepar na escada de ferro. Mas, com a ajuda de outros, conseguimos.
“Que cena! A maioria dos barcos salva-vidas já tinham partido. A tripulação só permitia que mulheres e crianças entrassem nos barcos salva-vidas — não havia suficientes para todos. Vimos mulheres chorando, não querendo deixar seus maridos; maridos implorando a suas esposas e filhos que se apressassem a entrar nos barcos salva-vidas. Em meio a este total pandemônio e histeria em massa estávamos eu e minha irmã, duas crianças imigrantes, que não sabiam falar inglês, terrivelmente assustadas, chorando e procurando ajuda.
(continua...)
in "Despertai!" de sexta-feira, 22 de Janeiro de 1982.
1 comentário:
O momento de azar do pai em não poder seguir viagem com a família, foi a sorte dele depois do dia 15.
Aguardando os próximos posts.
Parabéns...
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