TITANIC
Estavamos junto à banda quando o primeiro foguete subiu no alto e deu aquele clarão, as pessoas andavam de um lado para o outro, lembro-me bem da banda a tocar de forma ritmada. O Bruce Ismay estava no tombadilho a gritar:
Murdoch - Para a frente agora. Formem fila no Bote 9 para começarem a embarcar.
Ismay - Pelo o amor de Deus, rápido.
Lowe - Sim, senhor.
Ismay - Não há tempo a perder. Mulheres e crianças para o tombadilho. Desçam os botes! Para baixo. Não demorem a noite toda. Mexam-se mais depressa. Soltem de uma vez.
Lowe - Ei, saia daqui, seu doido! Se sair da frente, talvez consigam. Não se meta e tudo correrá bem.
Ismay - Só queria ajudar. Andem mais depressa. Para baixo! Para baixo! Para baixo! Para baixo!
Lowe - Quer que eu os faça descer rápidamente? Quer que os afogue a todos? Quem é você para dar ordens?
Ismay - Não me aponte o dedo! Sabe quem eu sou?
Lowe - Você é um passageiro e eu sou um oficial do navio. Até pode ser o príncipe de Gales. Agora faça o que lhe disse. Afaste-se, ou parto-lhe os dentes.
Ismay - Sou um passageiro.
Lowe - Então vá para junto dos passageiros e deixe a tripulação trabalhar.
Ismay - Sim, muito bem. Desculpe, eu...
Fleet - Estamos a tentar encher este barco. Não conseguiremos sem a vossa colaboração. Ajudem-me soltem o 3!Murdoch - Para a frente agora. Formem fila no Bote 9 para começarem a embarcar.
Ismay - Pelo o amor de Deus, rápido.
Lowe - Sim, senhor.
Ismay - Não há tempo a perder. Mulheres e crianças para o tombadilho. Desçam os botes! Para baixo. Não demorem a noite toda. Mexam-se mais depressa. Soltem de uma vez.
Lowe - Ei, saia daqui, seu doido! Se sair da frente, talvez consigam. Não se meta e tudo correrá bem.
Ismay - Só queria ajudar. Andem mais depressa. Para baixo! Para baixo! Para baixo! Para baixo!
Lowe - Quer que eu os faça descer rápidamente? Quer que os afogue a todos? Quem é você para dar ordens?
Ismay - Não me aponte o dedo! Sabe quem eu sou?
Lowe - Você é um passageiro e eu sou um oficial do navio. Até pode ser o príncipe de Gales. Agora faça o que lhe disse. Afaste-se, ou parto-lhe os dentes.
Ismay - Sou um passageiro.
Lowe - Então vá para junto dos passageiros e deixe a tripulação trabalhar.
Ismay - Sim, muito bem. Desculpe, eu...
Richard - Que quer dizer aquilo?
George - Quer dizer que os lumes estão apagados, que as caldeiras estão frias e que o Titanic não sai daqui.
Fleet - Estão em perfeita segurança.
Camille - As minhas jóias!
John - Não sejas tonta. Se nos afundarmos, não te servirão de nada.
George - Faz o que ele diz. Anda. Não te deixamos cair. Se ficares aí, morres afogada!
Fleet - Desta vez são só mulheres.
Harriett - Adeus, boa sorte.
David - Barks, este navio ainda se aguenta por mais oito horas. Ainda agora fui informado disso por um grande marinheiro, Sr. Crosby de Milwaukie.
Arthur - Minha filha, isto está muito feio.
Eu disse ao meu pai:
Richard - Vês aquela luz? Aquele barco vem salvar-nos.
Mal tinha acabado de pronunciar as palavras, a luz apagou-se e deixou-nos às escuras, foi a última vez que o vi o meu pai, ele estava no convés. Ele estava a fumar um cigarro e disse:
George - Vou ver-vos em Nova Iorque. Vou ver-vos em Nova Iorque. As nossas esperanças foram animadas com as trocas de mensagens via rádio com os navios que passavam, um deles viria com certeza a caminho para nos salvar. Para tranquilizar as senhoras, mostrei-lhes uma luz branca e nítida. Pensei ser de um barco a 8km de distância. O vapor acabou por se aproximar cada vez mais, até estar, diria eu, a umas 5 milhas de distância de nós. Não só víamos as luzes a olho nú, como distinguíamos as luzes das vigias. Por que é que não fizeram caso do nosso pedido de socorro, foguetes que explodem no ar com uma chuva de estrelas, só Deus sabe. Que oportunidade desperdiçou aquele comandante. Podia ter acostado o navio ao Titanic e embarcado practicamente todos os passageiros mas não o fez, e os dois navios afastaram-se cada vez mais.
Capt. Smith - Dispare um e continue a dispará-los com intervalos de 5 ou 6 minutos.
Rowe - Já só há 7 na caixa.
Capt. Smith - Então dispare todos até se acabarem.
Margaret - Vamos, Harriett. Entre.
Fleet - Não tenha medo, eles sabem o que fazem. A senhora também vai.
Margaret - Vou quando eu quiser. Largue-me! Ninguém me dá ordens. O Comandante Smith vai saber disto. E você cale-se! Vá lá, Camille. Há muito espaço. Vamos, Dorothy. É a seguir.
Harriett - Entre, Dorothy. Camille, entre no bote.
Richard - Não seja pateta, Mãe. Entre no escaler mais a mana. Eu cá me arranjo.
A última coisa que o meu pai me disse foi:
George - Parece mais perigoso ires nesse barco que ficares aqui comigo.
Estava decidido a não abandonar o navio. Depois o meu pai pôs o braço em volta da minha mãe, beijando-a, baixou-se e disse-me:
George - Até breve, até logo.
Dorothy - Não quero entrar num barco pequeno... O Edward, preciso do Edward...
George - Dorothy! Tenha calma.
Camille - Dorothy, por favor! Pare! Acalme-se!
Levaram-nos para o barco nº3, os oficiais embarcaram a minha irmã, eles disseram:
Wild - Já chega neste barco. Podem baixar. Para baixo!
E a minha mãe começou a gritar dizendo:
Camille - Esperem. Por favor deixem-me sair deste barco, esse aí é o meu filho.
E eles deixaram-na sair do barco.
Wild - Podem baixar!
Harriett - A minha filha.
Camille - Não é nada vou no próximo, mãe.
Harriett - Desculpa, nunca acerto.
Camille - Adeus, mãe. Adeus, Margaret, dê cumprimentos aos amigos lá da terra.
Richard - Dorothy!
Camille - Pare de chorar, Dorothy.
Ela estava muito transtornada, estava com medo dos botes e estava apaixonada, ela queria encontrar o Edward, passageiro de terceira-classe por quem ela se apaixonou.
George - Dorothy, onde vai? Volte aqui.
Richard - Dorothy!
Ela saiu a correr pelo convés e eu corri atrás e perdi-me no meio da multidão.
George - Richard! Richard!
Camille - O meu filho!
John - O Richard foi atrás, não os vejo! Eu fiquei no Titanic, fui lá baixo e vi um oficial embarcar pessoas no barco seguinte.
Capt. Smith - Chame esse navio e quando ele responder diga-lhe «Somos o Titanic e estamos a ir para o fundo, por favor aprontem todos os salva-vidas».
Californian
Groves - Olhe para ele.
Gibson - Outro foguete.
Groves - Quantos já disparou? 3? Um navio não dispara foguetes no mar sem um motivo.
Gibson - Talvez estejam em dificuldades. Obrigado.
Groves - São sinais da companhia?
Gibson - Não sei, mas parecem-me foguetes brancos.
Capt. Rostron - Que foi?
Groves - É o Groves. Aquele navio está a disparar foguetes. Já vai em três.
Rostron - Serão dirigidos a outra embarcação?
Groves - Dirigem-se a outra embarcação?
Gibson - Foguetes iluminantes? Não, são brancos.
Groves - Só sabemos que são brancos.
Rostron - Experimentem outra vez a lanterna. Se obtiverem resposta, digam-me.
Gibson - Dê-lhe uma olhadela. A posição na água parece-me esquisita, as luzes parecem-me esquisitas.
Olympic
- Vocês viraram para sul para virem ao nosso encontro?
Titanic
Phillips - Estamos a meter as mulheres nos salva-vidas.
Frankfort
- Já há alguns navios perto de vocês?
Titanic
Phillips - Ó maldito idiota!
Frankfort
- Que se passa, meu velho?
Titanic
Phillips - Seu palerma, fique alerta e não interrompa!
2 comentários:
VOCÊ DISSE BEM: SEMANA DE RECORDAÇÕES...
ESTAVA COMENTANDO COM O ALENCAR, QUE SEMPRE IMAGINO O QUE REALMENTE ACONTECEU NESTA VIAGEM...
PARA MIM É TUDO MUITO FASCINANTE...
PARABÉNS PELO POST...
EXCELENTE
FELIZ PÁSCOA...
BEIJOS
Demais esse episódio.
Aguardarei ancioso o próximo.
Nossa dá uma aflição ler isso e tentar imaginar o real, o que de fato aconteceu.
Chega a dar calafrios, hehehe.
Novamente meus Parabéns...
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