sábado, abril 22, 2006

TITANIC
Foi um momento mágico o qual eu queria que durasse uma eternidade...
- Boa noite, menino.
George - Hum... estás a sair-te lindamente.
Camille - George, continuo a achar que não foi boa ideia.
George - Porquê?
Camille - Porque o David vai estar aqui...
George - O David está neste navio Camille, são 270 metros de cumprimento, mesmo durante o dia eles se cruzarão, é inevitável.
Camille - Só se eu não estiver por perto.
George - E para além de te deitares tarde, vais querer ficar acordada durante o dia também?
Tudo tinha sido concebido até ao ínfimo pormenor para tornar mais cómoda a travessia, nada tinha sido deixado ao acaso. Na nossa mesa podiamos encontrar algumas das pessoas mais ilustres do navio, Margaret Brown, a Condessa de Rothes, John Jacob Astor e a esposa, Thomas Andrews e o comandante do navio...
Harriett - Amável como sempre, comandante...
John - A entrada por favor... Estás a portar-te muito bem.
George - Senhor Comandante, este é o meu filho, Richard.
Margaret - Não é um rapaz que passe despercebido!
Cap. Smith - Prazer em conhecer-te, Richard.
Richard - O prazer é todo meu. É uma honra sentar-me na mesma mesa que o Comandante deste grande navio.
Cap. Smith - Menos... a honra deste grande navio deve-se ao seu projectista, o Sr. Andrews.
Andrews - Na verdade eu só abracei o projecto, foi-me confiado. O Titanic passou a ser o meu navio. Aproveito para convidar o Richard a fazer uma visita pelas instalações e a família também, claro.
Camille - O Richard vai adorar.
Cap. Smith - Aproveitem para passar pela ponte de comando, será um prazer tê-los por lá.
Hellen - O seu filho é realmente muito bonito, Camille.
George - Ah, quando um filho é feito por gosto... Hellen, tem de dar um rebento ao David.
David - Os seus filhos foram feitos por gosto, George?
Hellen - David...
O meu pai ficou em silêncio por breves instantes, e depois respondeu.
George - Foram sim, Fraser. Qualquer criança que é posta neste mundo deve merecer o amor dos pais.
Margaret - Apoiado. Proponho um brinde ao mais jovem elemento desta mesa e também ao comandante deste navio. A uma viagem histórica e ao Titanic!
Após a ceia, a música da orquestra contribuiu para criar a atmosfera própria de uma noite mágica, na qual era possível renovar velhas amizades e estabelecer outras novas.
Camille - Tango! Adoro tango...
Hellen - O David é doido por dança.
David - George, permita-me que dance com a sua esposa?
O meu pai e a minha mãe olharam um para o outro e ao piscar de olhos da minha mãe o meu pai respondeu:
George - Desde que me a devolva intacta... e a sua esposa não se incomodar...
A meio entre a dança eles conversavam algo que ninguém compreendia.
Camille - Sabia que eu vinha no Titanic, não sabia, David?
David - Claro, e quero conhecer o meu filho.
Camille - Depois de tanto tempo? Não veio só por isso... está com problemas financeiros toda a gente sabe disso.
David - És muito inteligente... É verdade, os meus negócios não estão nada a correr como eu previa...
Camille - E o que tem o Richard a ver com isso?
David - O George colocou imóveis da Peter Barks em nome do Richard para assegurar o futuro dele....
Camille - E então?
Eles dançavam e deslumbravam e todos no salão murmuravam entre si. Aos olhos do meu pai via-se o arrependimento!
David - E então que, ou digo à sociedade inglesa e americana inteiras que o Richard não é filho do George e eu tomo a posse do que pertence ao Richard como pai legítimo, ou vocês me pagam as dívidas e me livram do escândalo de abrir falência.
Camille - Sacana! Tu não tens como provar nada!
David - As cartas de amor assinadas por ti informando-me da gravidez quando eu estava na California serão suficientes.
Camille - Quanto vale a oferta que pretendes pelo teu silêncio?
David - 3 milhões de dólares.
Camille - Mas isso é uma fortuna!
A minha mãe falou alto, nesse instante. David não se conteve e beijou-a diante de todos e diante do meu pai. Ele estava petrificado, a minha mãe soltou-se e deu-lhe uma bofetada, a senhora Hellen Fraser saiu a correr pela porta de entrada a chorar. O meu pai levantou-se em seguida e sem proferir palavra saiu como uma flecha do salão rumo à saída meio nervoso meio melancólico.
Camille - George, espera por favor. George!
Harriett - Meu Deus, que vergonha tão grande.
John - Vamos para a cama Richard, o jantar terminou.
Richard - O que se passou, tio? Eu vi aquele homem beijar a minha mãe.
John - Está tudo bem. Vamos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Nossa que canalha é esse David, não quer nada com o filho, só tem olhos para a fortuna do menino, coitado do George. Espero que esse David morra no navio.

Bela história meu amigo.

Parabéns!!!!

Abraços.

Anónimo disse...

Oi...
NOSSA!!!!!!!ESSE JANTAR PEGOU FOGO...
ESSE FRASER HEIN?!
CONCORDO COM O ALENCAR...
MAL POSSO ESPERAR O PRÓXIMO CAPÍTULO...
PARABÉNS!!!!!!!!
BEIJOS