PARENTE DE SOBREVIVENTE CONDENA EXPEDIÇÕES
'A ideia de fazer turismo num naufrágio onde 1.496 pessoas perderam a vida num desastre verdadeiramente horrível de proporções épicas é ofensiva', desabafou. Uma parente de dois sobreviventes do Titanic, que naufragou em 15 de abril de 1912, condenou duramente o plano de um bilionário de Ohio (EUA) de levar um submarino de US$ 20 milhões ao local do naufrágio quase um ano após a tragédia do OceanGate, que custou a vida dos cinco tripulantes no Atlântico Norte. O investidor imobiliário Larry Connor anunciou na semana passada que ele e o cofundador da Triton Submarines, Patrick Lahey, mergulharão a cerca de 3.800 metros de profundidade em submersível para duas pessoas para ver o histórico local do naufrágio. No entanto, a expedição em alto mar no Oceano Atlântico não agradou a Shelley, descendente de Leah e Phillip Aks, sobreviventes do Titanic. Ela afirmou que o "local de descanso" do Titanic deve permanecer intacto, especialmente após o desastre de Oceangate em junho de 2023, contou o "Sun". "Durante gerações, as pessoas que têm dinheiro vão gastá-lo fazendo coisas para provar seu machismo e apaziguar seu senso de aventura, mas isso significa que deveriam?", questionou ela. Shelley criticou o bilionário e outros magnatas por quererem desenvolver uma indústria turística em torno de uma das maiores tragédias do mundo. "Fundamentalmente, acho que se poderia dizer que essas pessoas têm mais dinheiro do que bom senso. E a ideia de fazer turismo num naufrágio onde 1.496 pessoas perderam a vida num desastre verdadeiramente horrível de proporções épicas é ofensiva. O que aconteceu a bordo daquele navio foi extremamente traumático e angustiante para minha bisavó e meu tio-avô (já falecidos). Este foi um momento devastador e marcante em suas vidas e teve repercussões duradouras para toda a minha família", lamentou ela. Shelley disse ter conversado com muitas outras pessoas que perderam parentes quando o Titanic afundou e que compartilha a opinião de que o turismo ao "cemitério" debaixo d'água é errado. "Tem tanta gente que vê o naufrágio como um túmulo e fica realmente ofendido com isso, com essa ideia de turismo comercial. Eles acreditam que é uma abominação", finalizou ela. A bisavó de Binder, Leah Aks, tinha 18 anos quando embarcou no navio em Southampton, Reino Unido, em 10 de abril de 1912, com seu filho Phillip, de 10 meses. O marido de Leah, Sam Aks, tinha deixado o Reino Unido três meses antes para começar a se preparar vida nova nos EUA e queria que a sua jovem esposa e o recém-nascido ficassem para trás para viajar no Titanic, uma vez que ele – como muitos outros – acreditava que o navio era inafundável.
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