Quando James Cameron começou as gravações de Titanic em 1996, queria usar a obra do mestre do cubismo no filme, que há anos integra a colecção do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), mas a Sociedade dos Direitos dos Autores, que protege a propriedade intelectual de mais de 50 mil artistas, incluindo de Picasso, recusou. Cameron foi mais teimoso e mesmo assim usou uma cópia do quadro original para as suas cenas, desencadeando um processo judicial contra si. O realizador foi obrigado a pagar uma multa, cujo valor nunca foi revelado, e o assunto ficou arrumado. Sempre que o filme vai parar aos cinemas, como é o caso atualmente, a Sociedade dos Direitos dos Autores garante que James Cameron está a usar a imagem do quadro indevidamente. "A nova versão do filme em 3D viola o acordo. Os direitos do artista têm de ser negociados e clarificados, este é um novo uso do trabalho", disse ao The Art Newspaper, Theodore Feder, chefe executivo da Sociedade, explicando que vai levar novamente o processo a tribunal. Talvez por causa de todo este caso, na versão em 3D James Cameron optou por apenas uma cena com a obra, e retirou o plano onde o quadro aparece perdido no mar, já depois do naufrágio. Na versão original, o quadro afunda-se com a maior parte dos bens dos passageiros. A obra de Picasso não é a única que aparece no filme. Quando Kate Winslet, que dá vida a Rose DeWitt Bukater, está a arrumar as suas coisas no seu camarim, tem ainda quadros de Monet e Renoir. Logo a seguir ao filme ter estreado, surgiram várias questões sobre se as obras tinham realmente estado no Titanic e por isso a sua referência no filme, facto negado pelas várias instituições que têm os quadros em sua posse há muitos anos. Sobre o assunto, o realizador nunca quis fazer qualquer comentário.
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