sexta-feira, abril 07, 2017

EVENTOS EM 7, 8 E 9 DE ABRIL DE 1912

EVENTOS EM 7, 8 E 9 DE ABRIL DE 1912 
Às 6h30min do dia 07 de Abril, Andrews começa nova inspeção do navio. Mais tarde, retira-se para o escritório do estaleiro em Southampton. A bordo, com exceção dos que tentam debelar o fogo na carvoeira, não se trabalha no domingo. Nenhuma fumaça é expelida pelas chaminés. Durante todo o dia, ouve-se apenas o sino do navio marcando a passagem das horas. Nesse domingo de Páscoa de 1912, um empregado do Titanic John Brookman, com 27 anos, casa-se com a sua esposa Alice antes de partir no Titanic. Dali a uma semana, Alice estaria viúva. 
No dia 8 de Abril, a carga está completa. Finaliza-se também o carregamento das provisões. Os alimentos frescos são guardados nos grandes refrigeradores do bailéu (convés do navio entre o tank top e o convés G).
Também são carregadas 57.000 peças de cozinha e louça, 29.000 peças de vidro e 44.000 talheres. O abastecimento de água potável presume um consumo diário de 63.000 litros.
Andrews, que se encontra no navio desde o amanhecer, fiscaliza todos os procedimentos e resolve pequenos problemas surgidos nos últimos dias. Em seu alojamento, William Murdoch escreve carta à irmã, Margaret, dizendo que espera ser mantido como Chefe dos Oficiais pelo Capitão Smith. Seu trunfo é o Capitão Bartlett, que se mostrou satisfeito com seu serviço no trajeto Belfast-Southampton.
No dia 9 de Abril, todos os oficiais, menos o Capitão Smith, passaram a noite a bordo, cumprindo os quartos regulares de serviço e supervisionando os preparativos para o embarque dos passageiros. Nos guindastes, na calefação e outros trabalhos, o navio gasta 415 toneladas de carvão. A sobra do que trouxe de Belfast, somada às 4.427 toneladas que recebeu de outros navios, computam-lhe um total de 5.892 toneladas. Não enche as carvoeiras, cuja capacidade é de 8.000 toneladas, mas é bastante para sete dias de viagem: o consumo diário, em velocidade de cruzeiro, é de 650 toneladas. Persiste, entretanto, o incêndio da carvoeira da sexta sala de caldeiras. O Capitão Smith traz do Olympic o Chefe dos Oficiais Henry Wilde, rebaixando Murdoch para primeiro oficial e Lightoller para segundo oficial. O segundo anteriormente nomeado, David Blair, que vem do Teutonic, é descartado e, para sua felicidade, não viajará. Para a infelicidade de quem segue a bordo e será vítima da incúria e da sobrançaria, ninguém lhe pergunta onde guardou o binóculo dos vigias. Wilde estava cotado para comandar o Oceanic, mas permanecia em Southampton por causa da greve. Sua nomeação desgosta os oficiais, sobretudo os que são afectados. Nos dias seguintes, os tripulantes continuarão a chamar Murdoch de "chefe". Nova imposição do Capitão Smith: o comissário Barker é rebaixado a assistente e é contratado como comissário-chefe Hugh McElroy, que também vem do Olympic, com um salário 25% maior. O Titanic é visitado pelo supervisor local do Board of Trade, Capitão Maurice Clarke, que inspecciona o navio acompanhado de Andrews e dos oficiais Lowe e Moody. Testa a lâmpada Morse e lança um foguete de sinalização, aprovando. Embarca num dos botes salva-vidas, o Standard 11, e ordena que os oficiais o lancem, com apenas nove tripulantes. Aprova também, quando deveria ter arriado o bote com a lotação completa, 65 passageiros. A incerteza dos oficiais quanto à resistência dos turcos os induzirá a reduzir a ocupação dos botes durante a primeira hora e meia do naufrágio, causando a perda de quase 500 vidas. A inspecção é tão superficial que não alcança os conveses inferiores, validando o certificado de qualidade de um navio que traz ardendo uma das carvoeiras - incidente que o capitão, por sua vez, trata de omitir, acordando com a insensata auto-suficiência da empresa: "Não consigo imaginar algo que possa levar um navio a naufragar", ele declarou, antes do embarque, "a moderna construção naval está muito acima de qualquer fatalidade". Retirando-se o supervisor, Smith faz sua própria inspecção, acompanhado de Wilde e Murdoch. Na ponte, um jornalista londrino o fotografa. Andrews escreve à esposa, Helen, comentando que o Titanic está pronto, e amanhã, ao zarpar, contribuirá para dar mais prestígio à Harland & Wolff. Na última noite em Southampton, todos os oficiais dormirão no navio, menos o capitão.
Realização: Mário Silva, Música: Main Title (Brave Heart) - James Horner, Vídeo: Titanicfans, Textos Cronológicos: TitanicMomentos.

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