domingo, setembro 18, 2016

A COLISÃO DO OLYMPIC

O OLYMPIC CHOCA COM O HAWKE 
Depois de apenas três meses de serviço na linha atlântica, em 20 de Setembro de 1911, uma quarta-feira, o Olympic teve de permanecer desarmado durante seis meses, em consequência de um choque com um navio militar da frota britânica.
O Olympic acabava de deixar Southampton e contornava a baía de Thorn Knoll, quando avistou, a duas milhas de distância, o cruzeiro HMS Hawke, procedente de Solent, que voltava à base de Portsmouth depois de realizar alguns testes de máquinas a três quintos de potência, com os motores a 82 rotações. Rapidamente, as duas embarcações navegavam em rota de colisão e, apesar das manobras junto ao leme, o choque entre elas causou sérios danos a ambas. As conseqüências da colisão foram muito além dos danos sofridos no choque e maiores ainda do que a necessidade de se determinar qual dos dois navios era o culpado pelas avarias, pois o ocorrido fora sentido inclusive em Belfast, onde os prazos de trabalho do Titanic sofreram uma brusca e inesperada interrupção. Três horas e dez minutos depois do choque, Ismay enviou um telegrama de Liverpool ao almirantado de Londres para informar sobre a colisão e para pedir que a base naval de Portsmouth oferecesse ao transatlântico da White Star toda a assistência necessária. Porém, o Olympic prescindiu de ajuda e, embora gravemente danificado, ancorou em Cowes, onde esperou a maré subir para entrar no porto de Southampton com apenas um motor.
No dia que se seguiu ao acidente, a casa Ocean Stream Navigation, proprietária da White Star Line, pleiteou uma indemnização pelos danos sofridos e, como não podia enfrentar directamente o almirantado, que gozava do benefício de imunidade, levou a julgamento o capitão do cruzeiro da Marinha Real, William Frederick Blunt. O almirantado respondeu com um pedido de indemnização contra a White Star Line pelos danos sofridos no Hawke. Consequentemente, os dois processos foram unificados na secção do Supremo Tribunal, presidida por sir Samuel Evans. Embora se tratasse apenas de uma compensação pelos bens materiais, pois não havia mortos ou feridos, uma causa que tratasse de problemas entre um navio de guerra e a maior e mais luxuosa embarcação do mundo não poderia ser conduzida como um assunto rotineiro. A própria escolha dos advogados mostrava que as duas partes em litígio pretendiam esgotar todos os recursos.
O representante legal do almirantado foi o parlamentário sir Rufus Isaacs, segundo fiscal geral, cujo assistente era Butler Aspinall, conselheiro da Coroa. Na qualidade de presidente da White Star Line, Ismay preferiu ser representado por F. Laing, um famoso advogado de inquestionável experiência e também conselheiro da Coroa.

Sem comentários: