CARTA DE INDIGNAÇÃO DE COSMO DUFF GORDON
No início de 2015, foi a leilão uma carta de Lady Lucille-Duff Gordon escrita um mês depois do naufrágio, muito indignada com o tratamento que ela e o seu marido tiveram em Inglaterra por terem sobrevivido. Leia aqui.
Agora veio à tona uma nova carta, desta vez do seu marido, Sir Cosmo-Duff Gordon, o aristocrata acusado de ter pago para o seu bote não voltar atrás e recolher mais pessoas do Titanic.
A carta vai ser leiloada em Nova Iorque no final do mês, refere o Telegraph. A mensagem, escrita à mão pela secretária de Duff-Gordon, Mabel Francatelli, deverá atingir os 5.468,22 euros.
A carta, escrita por Francatelli, tinha como remetente outro passageiro, o norte-americano Abraham Lincoln Salomon, e foi escrita depois de Duff-Gordon ter sido interrogado pela Scotland Yard, em Londres. “Esperamos que já tenha recuperado daquela experiência horrível. Temo que ainda estejamos muito enervados, uma vez que tivemos de passar por tantas complicações e ansiedades durante o interrogatório que nos foi feito injustamente assim que chegamos a Londres”, refere a mensagem.
Sir Cosmo Duff-Gordon, a sua mulher, Lady Lucy, e a sua secretária foram três dos cerca de 700 passageiros que sobreviveram ao naufrágio do Titanic. Os três estavam entre os 12 passageiros que embarcaram no bote salva-vidas nº 1, com capacidade para 40 pessoas, e foram os únicos a ser interrogados pela Scotland Yard.
Depois de terem chegado a Londres, Duff-Gordon e a família foram acusados de terem pago para passar à frente de crianças e mulheres, que tinha prioridade no acesso aos botes salva-vidas. Durante o interrogatório realizado pela polícia inglesa, o aristocrata admitiu ter pago a tripulação. O escândalo foi tal que, de acordo com o Telegraph, Duff-Gordon nunca mais saiu de casa.
Apesar do incidente envolvendo Duff-Gordon, ao contrário do que geralmente se pensa, os passageiros mais abastados não tiveram acesso privilegiado aos botes salva-vidas. Cerca de 25 minutos depois de o Titanic ter embatido contra o icebergue, o comandante, Edward Smith, ordenou que os barcos de salvamento fossem disponibilizados. No seguimento desta ordem, Smith deu ordens para que as crianças e mulheres tivessem prioridade no acesso aos botes.
A ordem foi seguida demasiado à risca pela tripulação, que chegou mesmo a impedir a entrada de alguns homens nos barcos, apesar de ainda existirem lugares vagos. O naufrágio do Titanic provocou a morte de cerca de 1500 pessoas. Cerca 17% pertenciam à primeira classe. A carta de Cosmo Duff-Gordon vai ser leiloada pela Lion Heart Autographs a 30 de Setembro em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.
Notícia em observador.pt
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