UMA FATALIDADE NAS DOCAS DE SOUTHAMPTON
William Henry Taylor, 27 anos, nasceu em Hampshire e viveu na Broad St, Southampton. Tinha estado no mar por 8 anos e antes de assinar contrato com o Titanic como fogueiro e bombeiro, tinha servido no navio Orotava. Taylor sobreviveu ao naufrágio a bordo do bote 15 e depois testemunhou perante o Inquérito do Senado nos EUA.
Ele estava já a dormir quando a colisão ocorreu. Ouviu o sino de perigo eminente tocar. Cerca de dez minutos depois, ouviu alguém dizer que a água entrava de rompante pela primeira escotilha na proa do navio onde estava a carga dos correios. "Vimos (a água) a entrar através das escotilhas." Ele e os outros bombeiros fizeram as malas e foram para a sala de reunião esperar por instruções. Um oficial então ordenou-lhes que fossem para o convés com seus coletes vestidos. O bote que Taylor tinha atribuído era o nº 15, ele foi "empurrado para o convés... e me mandaram entrar no bote." Outra fogueiro, (Dymond) foi colocado no comando do barco. Depois de encherem o bote fora do convés, foi dada ordem de descer para a água. Remamos então até ficarmos a alguma distância do navio, com medo da sucção quando o navio se afundasse. Não iamos voltar para resgatar os sobreviventes", porque a maioria deles (os passageiros do barco) disseram: "Remem!". Lembrou-se, de ouvir os gritos de afogamento por cerca de 10 minutos a um quarto de hora.
Mais tarde, cerca das 07:30, foram resgatados pelo Carpathia. Taylor declarou que não tinha havido nenhum exercício no navio no domingo. Além disso, de acordo com o seu testemunho, cerca de 73 bombeiros salvaram-se naquela noite, alguns apanhados já da água. No seu bote salva-vidas só haviam 6. Ele também foi um dos muitos que disseram que viram a luz de um outro navio, à distância, que não chegou a prestar ajuda. Ele acrescentou, mais tarde, que corriam um monte piadas sobre o Titanic, mesmo depois de ter atingido o icebergue. Ele declarou que entre a tripulação achavam que não havia nada a temer, o navio era inafundável. Taylor morreu em 1914 na sequência de um acidente nas docas de Southampton, quando foi atingido por um grande poste de metal. A sua viúva que se casou novamente, morreu em 1955. Aqui fica a notícia de jornal de Sábado 28 de Março de 1914 do Hampshire Advertiser
Fatalidade nas docas.
H. K. Pope realizou um inquérito na terça-feira sobre a morte de William Henry Taylor, de 29 anos, um operário, que foi fatalmente atingido num acidente nas docas. - O Sr. Arthur Emanuel, que representou a companhia London and South Wester Railway expressou as condolências da Companhia para com os familiares da vítima - O Sr. G. A. Waller observava os processos em nome da viúva. - O Dr. Braham, cirurgião da casa Royal South Hants and Southampton Hospital, disse que Taylor foi internado com uma perna e coluna vertebral fraturadas. As lesões foram, causadas por uma peça pesada que caiu em cima dele. Ele morreu na noite de domingo devido aos ferimentos. O Dr. Braham afirma que a tal peça que chamavam de "principal", pesando cerca de uma tonelada caiu sobre ele nas docas, e obrigou a que cerca de vinte homens a conseguissem levantar. - Henry Marsh de Wimpson, Millbrook, disse no passado dia 12 que esta peça era utilizada para efectuar o trabalho de descer a carga na doca nº2. Cerca das 9h40, eles estavam apenas a prepararem-se para colocar os guinchos sobre estes "principais" para levantá-los, quando o gancho ou suporte, caiu e o "principal" que é suportado por este caiu em cima falecido. Os outros "principais" eram apoiados por ferros tipo "L", mas este não. Mesmo que este tivesse sido apoiado por um ferro "L" o suporte poderia ter caído do mesmo modo. Uma testemunha disse que tinha sido ferido neste tipo de trabalho há alguns anos atrás. Este trabalho em particular foi realizado de forma habitual e todas as precauções habituais nestes caso tinham sido tomadas. Na medida em que em causa estava um acidente de trabalho, não se poderia culpar ninguém. O júri tomou o veredicto de "morte acidental".
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