TALHERES DO TITANIC ACHADOS EM PORTUGAL
Portugal tem uma história de tradições com o mar, de marinheiros, descobridores e pescadores desde que se fez nação há quase mil anos e a sua ligação ao Titanic não provém apenas do mar, nem dos quatro passageiros portugueses que estavam a bordo. A história aqui contada
já se ouve falar há muitos anos, tantos quantos o Titanic tem desde que
se afundou em 1912 e é hoje contada por Ana Maria Lopes, neta de um
comandante de um navio pesqueiro chamado Golfinho, da época do Titanic e
actual detentora de uma herança desejada por muitos. Ílhavo é uma cidade do centro litoral de Portugal pertencente ao Distrito de Aveiro com tradição de mar e de pesca de bacalhau.
O navio Trombetas |
De Abril até Outubro partiam desta pequena cidade os barcos ou lugres em direcção à mesma rota aproximada do Titanic para a pesca do bacalhau. Um desses pesqueiros de nome "Trombetas", em finais de Maio de 1912, encontrava-se pescando próximo ao local do naufrágio. Conta Ana Maria Lopes que após
a tragédia do Titanic, ao chegar à Terra Nova, os Grandes Bancos estavam pejados de despojos
flutuantes do desafortunado paquete. A tripulação do navio Trombetas recolheu
alguns destes destroços, entre os quais estava um armário de sala de jantar do Titanic,
com talheres da “White Star Line” todos marcados com o símbolo da
proprietária do navio. Ao chegar à Figueira da Foz, em
Outubro, já concluída a campanha de pesca, o capitão do Trombetas, João Francisco Grilo entregou ao seu armador,
Lusitânia de Pesca a dita caixa.
Ficha do Capitão João Grilo |
Contudo, talvez por receio (já que se sabia que teria havido um pesqueiro próximo ao Titanic que não prestou auxílio às vitimas e desapareceu do local), não se interessou muito pelo assunto,
aconselhando-o a ficar com uma parte e a distribuir os restantes, em
Ílhavo, pelos familiares e amigos mais íntimos. Foi assim que Ana Maria Lopes herdou o seu quinhão deste serviço de jantar do Titanic que terá sido entregue ao seu avô capitão do Golfinho.
As colheres herdadas |
Sendo apenas uma tradição oral, Ana Maria Lopes continuou ligada a esta história e ao Titanic desde muito pequenina, e ao visitar a exposição do Titanic em Lisboa em 2009, constatou que a história era mesmo verdade, porque os talheres de prata que guardava em casa eram idênticos aos que estavam em apresentação nas galerias da exposição e que tinham sido recolhidos do fundo do oceano. Agora que o centenário da tragédia está cada vez mais próximo, alguns pesquisadores conceituados do Titanic e televisões estrangeiras têm-se deslocado ao local para avaliar as peças que se encontram espalhadas por algumas casas de família de capitães de Ílhavo, e acredita-se cada vez mais que esta história tem tudo para ser autêntica.
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