domingo, fevereiro 27, 2011

COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DO TITANIC
Desde 2007 que as comemorações dos 100 anos de Titanic se iniciaram, primeiro com o centenário do jantar de verão de 1907 entre Ismay e Pirrie onde nasceu a ideia de construirem três grandes navios, Olympic, Titanic e Gigantic, depois comemorou-se o início da construção e este ano o lançamento ao mar do grande navio. Estas comemorações culminarão em 2012 com o centenário da viagem inaugural e do seu naufrágio. Os mais variados eventos já começaram a ser preparados.
O vencedor de Oscares, o roteirista Julian Fellowes recebeu € 380.000 da Sound and Vision Fund para escrever uma das séries de drama mais importantes sobre o naufrágio do Titanic. "Titanic", uma série de televisão de quatro partes, será transmitida pela ITV, TV3, para coincidir com o centenário do desastre em Abril do próximo ano. Fellowes tornou-se conhecido com o seu primeiro roteiro "Gosford Park", que ganhou um Oscar em 2002. Desde então, tem sido solicitado para escrever e dirigir vários filmes junto com um dos mais aclamados roteiristas de drama da ITV, Downton Abbey. The Sound and Vision Fund prevê um corte orçamental de cerca de € 7.000.000, um valor muito a quem do fundamental para a sobrevivência dos produtores independentes. A realização vai para Dublin, para a Samson Films. O produtor David Collins disse a Fellowes que tinha muito interesse numa história bem conhecida. Samson, da Samson Films também foi premiado com € 280.000 para o seu drama The Importance of Being Whatever. Quarenta e cinco projectos receberam financiamento. Eles incluem um documentário sobre a ex-colunista do Times, a irlandesa Nuala O'Faolain e outro sobre os irlandeses no 11 de Setembro.
Uma trilha sonora será composta para marcar o centenário da morte de um dos habitantes mais famosos de Colne, Wallace Hartley que regeu a orquestra do Titanic. A Colne Orchestra prepara um concerto histórico para 15 de Abril, dia em que o navio afundou com a perda de mais de 1.500 vidas. Peter Young, ex-diretor musical e organista na Holy Trinity Church em Colne, iniciou os planos para uma peça musical especial para marcar o centenário. Insistindo com os vereadores da cidade, conquistou uma verba de £1,500 para a composição, o trabalho terá como base o instrumento musical preferido de Hartley, o violino. O pai de Hartley era maestro na capela Bethel, perto da Holy Trinity Church. Vários outros eventos também estão sendo programados para marcar o aniversário. A recém-criada Comissão Titanic está também em conversações com o correspondente da BBC do programa Songs of Praise, para a possibilidade de transmitir o concerto de Colne, em Abril. E Jonathan Evans-Jones, que interpretou Hartley em 1997 no filme de James Cameron, também foi convidado a participar. Hartley e sua orquestra tornaram-se mundialmente famosos por continuar a tocar depois que o navio bateu num iceberg na rota para Nova Iorque, sabendo que iriam afundar com navio porque não havia mais botes salva-vidas suficientes. O padre Tony Rindl, reitor em Colne, disse: "Um dos objectivos destes eventos não é só comemorar a morte de Wallace Hartley, em 2012, mas continuar a promover a nossa ligação com ele. A integridade e a dignidade que associamos a Wallace Hartley é algo que devemos ensinar às crianças de todas as idades." A comissão também abordará as empresas locais a fim de garantir patrocínios para a iniciativa. Hartley está enterrado no cemitério da cidade, existe também um monumento em Albert Road e uma placa azul é exibida na sua casa de infância, perto do The Crown Hotel.

sábado, fevereiro 19, 2011


UM RELATO COMOVENTE
Com o 100º aniversário do desastre do Titanic já no próximo ano, uma história dramática, contada em primeira mão, foi descoberta entre os papéis de um membro da tripulação sobrevivente, que mais tarde trabalhou em Southend Pier. Joseph George Scarrott de 34 anos embarcou em 1912 no Titanic, "parecia um sonho tornado realidade", escreveu. Joseph, de Portland Avenue, perto de Southend High Street, viveu até os 60 após o pesadelo do Atlântico. Ele morreu no antigo Hospital Rochford, em 1938, deixando uma viúva. Cinco anos antes, enquanto trabalhava como vigia nocturno no cais, Joseph escreveu artigos sobre a tragédia do Titanic para a Pier Review, a revista do então Southend Corporation Pier Department. Lembrando-se daquela noite entorpecente, Joseph escreveu: "Por volta das 23:30 eu estava em pé a amarrar o bote número dois no convés quando de repente houve um estrondo e enormes blocos de gelo cairam ao longo de todo o lado estibordo, enchendo completamente o convés. Por um momento o Titanic balançou para a frente e para trás, depois pareceu que tudo tinha voltado ao normal, como se nada tivesse acontecido. Fui para baixo para chamar os outros para virem ver, e escusado será dizer que os achei a todos acordados. Pela meia-noite tivemos a ordem: "Todos ao convés para limpar e despejar todos os botes." - Eu estava trabalhando no bote 14, quando o Capitão Smith deu a tal ordem que nunca esqueceremos: "Homens, vocês sabem o vosso dever, colocar as mulheres e crianças nos botes primeiro." - Eu perguntei ao Sr. Wilde, o imediato, que estava perto de mim, se eu deveria ir para o número 11, o bote que me estava atribuido. Mas como eu era o único marinheiro no número 14 naquele momento, ele mandou-me ficar. Achei que era difícil conseguir fazer as mulheres entrarem nos botes, porque elas estavam com a idéia que o Titanic era inafundável. Mas conseguimos colocar 60 a bordo e foi-nos dada ordem de nos afastarmos. Com cinco maquinistas e um empregado de limpeza de janelas, eu tinha um total de 66. À medida que o bote estava sendo descido, o Sr. Lowe, quinto oficial, embarcou e eu estava muito contente com isso porque haviam pessoas a tentar saltar para o bote enquanto este descia. Lowe estava com um revólver e ameaçou atirar caso houvesse qualquer tentativa de entrar no barco. Na verdade, ele disparou dois tiros para o lado do navio, como um aviso." Joseph descreveu como a embarcação balançava perigosamente vários metros acima da água antes de finalmente tocar a superfície do mar, entre os gritos dos passageiros aterrorizados. Ele escreveu: "Tinhamos remado cerca de 200 metros para longe da sucção quando o navio se afundou. De repente, o navio virou para estibordo, em seguida, deu-se um estrondo como um trovão e foi para o fundo, de frente. Antes de desaparecer, ele partiu-se ao meio entre a terceira e quarta chaminé, perto da linha de água pouco antes de afundar. Nesse momento, todo o horror da situação veio sobre todos nós. Podíamos ouvir os gritos e mais gritos de socorro dos que estavam na água. A noite estava muito escura e era difícil decidir qual o caminho a tomar para a operação de resgate. Quando os nossos olhos se acostumaram à escuridão descobrimos que estávamos entre os destroços e corpos boiando com os coletes salva-vidas. Vimos apenas um homem vivo e depois de muito esforço, conseguimos puxá-lo para o bote, mas ele morreu pouco depois." - O homem que Joseph se refere aqui era o passageiro de primeira-classe William Hoyt que depois de resgatado da água ainda tentaram desesperadamente aquecê-lo e ajudá-lo a respirar tirando-lhe os colarinhos da sua camisa de gala, mas pouco depois perdeu os sentidos e morreu silenciosamente. "Ao amanhecer pudemos ver vários botes com sobreviventes, bem perto de nós. Recebemos ordem para juntarmos os botes uns aos outros para formar um grande objecto de forma a que qualquer navio de resgate nos pudesse ver rapidamente."
O Carpathia resgatou Joseph e os outros e pelo meio-dia estavam a caminho de New York. Joseph voltou ao mar, servindo em diversos navios até 1921. Os registos pessoais do seu serviço regular referem-se a ele com uma avaliação de "muito bom".
Agora, quase um século depois desde o desastre que já gerou artigos, livros, programas de TV e do premiado filme Titanic de 1997, as memórias de Joseph foram dadas a conhecer por uma sobrinha, de 86 anos de idade, Muriel Lockwood, de Southend.

sábado, fevereiro 12, 2011

EXPOSIÇÃO TITANIC NO BRASIL
O TitanicFans alegra-se pela excelente notícia anunciada de que a grande exposição Titanic The Artefact Exhibition chega finalmente ao Brasil. Em Lisboa esta exposição decorreu de Maio a Outubro de 2009 tornando-se um grande sucesso. Se quiser saber em pormenor a exposição percorrida pelo TitanicFans clique TitanicFans Exposição em Lisboa. A partir do dia 17 de março deste ano será aberta em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a mostra internacional “Titanic: a exposição”. De acordo com os organizadores, há expectativa de que a exposição seja levada também a Curitiba e Brasília. A mostra conta com 243 objetos resgatados do fundo do mar por mergulhadores. Ela é dividida em oito partes: Construção, A Partida, A Vida a Bordo, Sala das Caldeiras, Iceberg, O Resgate, Recuperação e Memorial. A exposição conta ainda com uma réplica de um iceberg de 3,5 metros de altura que pode ser tocada pelos visitantes. A réplica diminui a temperatura das salas ao lado e permite aos visitantes experimentarem o clima enfrentado pelos passageiros do Titanic. Os organizadores revelaram que o relato de um vigia do navio permitiu reproduzir o iceberg. Na entrada da exposição os visitantes recebem um cartão de embarque com o nome de uma das milhares vítimas do naufrágio. Ao final é possível consultar os dados desta e de qualquer outra vítima. Ao todo morreram 1.523 pessoas e outras 705 sobreviveram. O navio afundou na madrugada do dia 15 de abril de 1912. Os destroços do navio permaneceram no fundo do mar por 73 anos, até que as primeiras expedições começassem a recuperar peças e objetos perdidos.
PARA MAIS INFORMAÇÕES VISITE O SITE Titanic em Porto Alegre

sábado, fevereiro 05, 2011

PLASTIMODELISMO
São chamados de "brinquedos para adultos" e requerem muito tempo dispensado, paciência, dedicação e acima de tudo, amor. O Plastimodelismo consiste na construção em poliestireno, vulgo plástico, de réplicas à escala menor (maquetes) de grandes navios, edifícios, aviões, carros, motos, tanques de guerra e outros artigos bélicos mundialmente conhecidos e que fizeram História. Estes artigos têm como objectivo exposições ou simplesmente para decoração habitacional de particulares. As escalas destes exemplares podem variar entre 1/12 nos automóveis e 1/700 nos navios. Desde sempre o Homem fabricou pequenas réplicas construidas em madeira ou latão, para uso recorrente em exposições, uso judicial ou estudo de estratégias em guerra. Temos um exemplo usado no Inquérito do Senado para averiguar as causas do naufrágio do Titanic. Ainda existem modelos à venda nestes materiais como o Titanic da Salvat à escala de 1/250 totalmente em madeira de qualidade escandinava e pequenas peças de latão, ferro, papelão, cordel e tecido. Com o surgimento do plástico e a sua introdução na sociedade, entramos na era do plástico e logo em 1950 as empresas britânicas Frog e Airfix lançaram os primeiros modelos, os americanos correram atrás e em 1960 ascenderam no mercado com as empresas Revell, AMT e Monogram, os franceses não quiseram ficar a perder e lançaram os seus exemplares pela Heller SA. Em 1970 os japoneses revolucionaram o plastimodelismo lançando exemplares de melhor qualidade e precisão pelas empresas Tamiya e Hasegawa. Hoje, Rússia, China e Coréia do Sul apresentam-se no mercado como alternativas notórias, outros fabricantes conhecidos actualmente são a Trumpeter e a Italeri. São estes fabricantes que fazem chegar até nós verdadeiras obras de arte. Nem sempre é fácil encontrar estes modelos à venda, e o TitanicFans tem sido questionado frequentemente por locais onde se podem comprar modelos do Titanic. Um grande coleccionador destas réplicas é o nosso amigo titânico Irenilson Lopes Valente, de 48 anos e natural de Macaé no Estado do Rio de Janeiro - Brasil. Trabalhador na sua cidade natal na área comercial de duas empresas que atendem a Petrobras e outras empresas de On e OffShore, o nosso amigo Nilson consegue sempre um tempinho para se dedicar às suas construções de plastimodelismo. As fotos das suas maquetes aqui colocadas (cliquem nelas para as verem numa escala maior) comparadas com os navios originais e as palavras em entrevista ao TitanicFans falam por si:
Mário - Como surgiu a paixão pelo modelismo?
Nilson - Bem, este hobby é muito empolgante. Foi no início, e se mantém até hoje de uma maneira muito marcante na minha vida. Começou quando passei a assistir filmes de guerra e vi que nas batalhas eram utilizados muitos armamentos, tanto na terra, no mar e depois no ar.
Mário - Qual foi a sua primeira construção?
Nilson - Tinha comprado aqui em Macaé nos anos 80, numa papelaria de nome Fachada (fechada já alguns anos) alguns kits para montar. Me lembro de cada um deles: 1 avião DC-10 da TAP, 1 Concorde da Air France, e 2 Tristar, um de uma companhia inglesa e outra... não me recordo mais. Estes foram os meus primeiros kits montados e não os tenho mais. Também foram comprados 1 submarino atomico da classe Polaris, 1 navio de rodas americano o Robert Lee, 1 carro de bombeiro americano e 1 caça bombardeiro alemão M110, este doado em 1999 a um colega de modelismo Sgtº PM Eduardo. Bem, até aí eu não sabia que existia um enorme grupo de pessoas que também amavam este segmento e montavam de tudo o que se vendia em plastimodelismo. Deixei os aviões de lado e só montei 1 carro até hoje (o caminhão de bombeiro) para me dedicar a um tema que me fascina até hoje. Embarcações, navios, ships, o nome que quizer dar.
Mário - Qual o navio que mais prazer lhe deu construir?
Nilson - Já montei mais de cinquenta kits de navios, principalmente de guerra. E ainda tenho mais algumas dezenas para montar. Não tenho um kit montado preferido, passa a se tornar mais uma obra montada, trabalhada, pintada.
Mário - Quantos e quais os navios Ocean Liners já construiu?
Nilson - Antes de montar qualquer kit, eu busco nos meus livros e na internet tudo o que se refere ao navio a ser montado. Vejo o seu histórico e estudo, absorvo o conteúdo da história de cada um deles, das pessoas que estiveram a bordo, os que pereceram e os que sobreviveram. Do dia em que o navio foi lançado ao mar até o dia de seu final, seja afundado ou levado para ser desmantelado. Todo kit vem com dados de uma certa época ou momento em que o navio se apresentou. Porém, quando se procura mais dados você pode montar o navio e pintá-lo numa outra versão que ele se apresentou no decorrer da sua trajectória. Fiz isso com o Titanic, montando o seu irmão Olympic camuflado na 1ª Guerra, com o Queen Mary montando como o famoso "Big Gray"  também no período da 1ª Guerra, e por fim o Mauretânia como navio hospital também no período da 1ª Guerra, o Queen Elizabeth II (para ser restaurado) o USS Brasil e o Oriana. Como falei anteriormente, não se encontram para montar os grandes Liners no mercado nacional e nem lá fora com frequência, ex: Bremem, France, Lituânia, Estados Unidos, Kaiser, Queen Elizabeth I, Britannic, Rex, dentre outros.
Mário - Houve alguma maquete mais complicada e mais desafiadora de se fazer?
Nilson - Agora um segredo que vocês vão saber em primeira mão, e nem os meus amigos da A.M.M.E. (Associação Macaense de Modelismo em Escala) sabem. O kit que mais me deixou com um certo temor em montá-lo e que eu não montei ainda foi o do Titanic. Na época em que eu ia montá-lo estava passando o filme com Di Caprio e eu não tive coragem, pois não queria montar o Titanic só por montá-lo, eu queria é estudá-lo, olhar cada detalhe para não pecar na  montagem e não errar nas cores, não tinha vérvia suficiente para tal. Por isso que acabei montando o seu irmão Olympic.
P.S. Não conte para o pessoal da A.M.M.E.
Mário - Existem projectos para o futuro? Podemos saber quais?
Nilson - Vou comprar o Kit na mesma escala 1/400 da Academy e irei montá-lo com muito prazer. E enviarei as fotos para os novos amigos verem. Tenho uma gama variada de navios montados. São rebocadores, destroiers, fragatas, cruzadores de batalha, de bolso, anti-aéreos, encouraçados, porta-aviões, torpedeiros, auxiliares, de pesca, cargueiros, tender e mais.
Mário - Para já faço estas questões. E obrigado.
Nilson - Espero que este breve relato possa ter interessado a alguém que até já começou a montar alguma coisa e parou, ou quer começar a montar, têm outros segmentos como aviões, automóveis, militaria, ficção e até dioramas incríveis.
Um grande abraço. Irenilson Valente."
Gostei particularmente desta entrevista, e das fotos gentilmente oferecidas pelo nosso novo amigo titânico dos seus exemplares construídos. O TitanicFans vai aguardar pelas fotos do Titanic 1/400 já construido e de outros kits que venham a ficar prontos e fazer uma nova entrevista... e... ah! eu, o TitanicFans e os amigos titânicos prometem não contar nada à A.M.M.E. do seu temor em montar o Titanic!
Nota: De cima para baixo, as maquetes dos navios e seu original são: SS Olympic, RMS Queen Mary I, SS Queen Mary I - Big Gray, HMHS Mauretania, SS Aurea, SS Brasil.