terça-feira, maio 09, 2006

TITANIC
por Jefferson Krüger
Capítulo XXV – Uma Desgraça
Arthur Van Shelstter vai ao encontro de sua amada, enfrentando grandes obstáculos, correndo risco de vida.Entrando na sala de máquinas ele encontra destroços de aparelhos que rolaram pelo porão de cargas, atrapalhando sua passagem. Ele escala os objetos e consegue passar. Ele é obrigado a retirar sua camisa que rasgou toda entre os escombros.
ARTHUR
- Baby!!! Responda. Mamãe!
Baby e Amanda ouvem os chamados. Baby responde.
BARBARA
- Arthur aqui.
AMANDA
- Cale essa boca sua rata de esgoto.
Ela bate na boca de Baby que sangra. Depois ela tenta derrubá-la nas caldeiras ferventes lá em baixo. Arthur as encontram e corre em direção de Baby.
ARTHUR
- Meu amor!
AMANDA
- Não se aproxime Arthur, eu a jogo lá em baixo.
BARBARA (implorando)
- Não, por favor!
ARTHUR
- Mamãe não faça isso, venha comigo vou levá-la aos botes salva-vidas.
AMANDA (enlouquecida)
- Nãoo!!!
E força o corpo de Baby por cima da grade. O navio balança bruscamente. As duas se desequilibram e caem.
ARTHUR (desesperado)
- Nãããooo!!!
Ele corre e vê que elas estão penduradas. Baby segura na grade e Amanda em seu pé.
ARTHUR
- Segurem-se vou puxá-las.
Amanda começa a escorregar pela meia de Baby. Não suportando mais ela cai lá em baixo, na caldeira com água fervente.
BARBARA
- Ahhh!!!
ARTHUR
- Mããee!!!
- Venha Baby, suba.
A grade se desprende, ela quase cai, mas Arthur a segura pelo braço e consegue puxá-la. Através de uma escotilha uma onda de água começa a escoar em direção a eles. Desesperados eles correm o máximo possível.
Chegando a sala de máquinas, Arthur fecha a escotilha para conter por um momento a fúria das águas. Que logo voltaria a atormentá-los.
ARTHUR
- Vamos Baby, isso não conterá a água por muito tempo.
Chegando a um portão que separava as classes, William e Francis ficam presos junto com muitas outras famílias.
FRANCIS
- Por favor, moço abra este portão, há muitas mulheres e crianças aqui!
CAMAREIRO
- Desculpe-me senhorita, mas devemos conter o tumulto até que organizem os botes com calma.
WILLIAM
- Meu senhor! Há uma onda enorme vindo para os conveses superiores. Logo tudo isto estará cheio d’água, estamos correndo perigo aqui dentro.
CAMAREIRO
- Desculpe-me, mas tenho ordens a cumprir.
WILLIAM
- Danem-se essas malditas ordens, abra já este portão e nos deixe passar!
Irritado William e outros homens arrombam o portão, o qual cai por cima dos camareiros e marinheiros, que são pisoteados por todos.
WILLIAM
- Vamos meu amor.
Capítulo XXVI – Guggenhein
Em frente ao nobre relógio, ao querubim fascinante, abaixo da opulenta cúpula da suntuosa escadaria da primeira classe, um ato de bravura e cavalheirismo é realizado. Benjamin Guggenhein e seu criado se preparam com suas melhores roupas prontos para fumar um charuto e tomar um brandy para se aquecerem naquela noite tão fria.
MORDOMO (dando-lhe um colete salva-vidas)
- Senhor Guggenhein! Separei este para o senhor.
GUGGENHEIN
- Vista-o o senhor mesmo. Estamos com nossas melhores roupas, salvamos nossas senhoras, e estamos prontos para morrer como cavalheiros.
- Morreremos com honra, mas gostaríamos de uns charutos e um pouco mais de brandy.
MORDOMO
- Sim senhor Guggenhein.
Na ponte, o capitão Smith da ordem para os operadores pararem com seu trabalho, para eles se salvarem.
BRIDE
- Vamos John temos de sair daqui este lugar está indo para o fundo do oceano. Vamos!
PHILIPS
- Não! Tenho de arrumar ajuda para nossa salvação.
BRIDE (vestindo seu colete)
- Você está louco!
No salão de fumar, junto à lareira está Thomas Andrews lamentando por seu navio não ter dado certo.
CAMAREIRO
- Senhor Andrews? Não vai se salvar?
THOMAS ANDREWS (chorando)
- Desculpe-me, mas eu lamento muito... Não ter construído um navio mais resistente.
O camareiro deixa um colete para o senhor Andrews e se vai. Logo depois um carrinho com pratos rola piso abaixo e tranca a passagem atrás dele. Quem desejar usar este caminho terá de retirar o carrinho da porta giratória, mas isso tiraria boa parte do seu tempo.
Enquanto isso, Arthur e Baby sobem desesperados pela escadaria que vai dar na 3ª classe. Eles passam pelo refeitório e salão social da classe inferior e lá encontram um bebê abandonado. BARBARA (surpresa)
- Espere! Veja Arthur!
ARTHUR
- Meu Deus do céu, não podemos deixar esse pequeno bebê aqui sozinho.
Arthur pega o bebê e eles seguem em frente. A água está logo atrás deles, adentrando pelo salão. Vendo que a água poderia alcançá-los rapidamente mais à frente, Arthur tem uma idéia.
ARTHUR
- Baby essa água logo vai nos alcançar, temos de trancar a passagem.
BARBARA
- Mas com o que?
ARTHUR
- Veja! Podemos trancar com o armário.
BARBARA
- Me de o bebê.
Ele pega e empurra o armário até a entrada da escada, trancando a passagem da água por aquele trecho. Eles então seguem novamente ao convés superior.
No bote 6, Molly Brown e outras mulheres tentam forçar o quartemaster Hichens a retornar para buscar mais pessoas.
MOLLY
- Parem! Nós temos de voltar!
HICHENS
- Esqueça!!!
MOLLY
- Não grite está me assustando.
HICHENS
- Sente-se aí, senão quem vai boiar no mar e desocupar mais um lugar no barco é você minha senhora. E agora feche essa sua boca!!!
Molly Brown, se cala e senta-se ao lado de Helena e tenta confortá-la pela perda de Gabriel.
HELENA (ainda chorando)
- Não é justo. Logo agora que eu encontrei quem me amasse e me entendesse como eu sou, eu o perco dessa maneira tão infeliz.
MOLLY
- Acalme-se minha jovem, ele ainda pode estar vivo. Não perca as esperanças.
Molly a abraça e Helena continua a chorar. O bote segue para longe.
No navio, os oficiais tentam retirar os desmontáveis de cima do teto da ponte de comando.
MURDOCH
- Vamos temos de encher esse barco o mais rápido possível.
O barco cai virado para baixo por conta dos suportes que não agüentaram na descida. As pessoas tentam desvirá-lo o mais rápido que podem, pois a água já adentra naquela parte.
HOMEM
- Capitão, o que devemos fazer agora?
CAPITÂO SMITH (derrotado)
- Façam o que quiser! Salvem suas vidas.
O capitão entra em sua cabine de comando e se tranca lá.
Enquanto isso, Baby e Arthur sobem rapidamente as escadarias da primeira classe, na esperança de chegarem a salvo ao topo. Muitas pessoas também sobem desesperadas. De repente um lustre cai sobre um homem que passava ao lado de Baby. Ela se assusta.
BARBARA (horrorizada)
- Ahhh!!!!
Logo depois, outro incidente ocorre. Uma mulher que subia a grande escadaria tropeça nos pertences de outros passageiros, que os largaram ali, e vai em direção a dois homens que estavam próximos ao corrimão. Os três rolam por cima do alambrado caindo conveses abaixo, deixando Baby ainda mais aterrorizada ao ver tudo aquilo.
BARBARA (amedrontada)
- Ahhh!!!... Eu não sei se consigo continuar... (chorando)
ARTHUR
- Ei meu amor, não desista agora. Nós estamos quase lá em cima. Precisamos continuar e nos salvar... Salvar também esse pobre e inocente bebê.
BARBARA (ainda chocada com a situação)
- Esse navio sempre me assustou apesar de todo esse luxo e conforto. Tudo que sonhei naquele pesadelo em noites anteriores está mesmo acontecendo ou será esse mais um pesadelo?
ARTHUR
- Que pesadelo você teve?... Bem não importa, mas isto realmente é um pesadelo!
- Mas não vamos desistir agora... Vamos!
Capítulo XXVII – Entregues ao Senhor (Nearer My God To Thee)
Os músicos começam a tocar aquela, que dizia ser a última música tocada durante o naufrágio. Os passageiros mais desgostosos começam a cantar junto com os músicos, “Cada vez mais perto de Deus”.

Nearer, my God, to Thee
Nearer to Thee!
E’en tho’it be a cross
That raiseth me;
Still all my song shall be,
Nearer, my God, to Thee,
Nearer, my God, to Thee, Nearer to Thee!

Therer let the way appear,
Steps unto heav’n;
All that Thou sendest me,
In mercy giv’n;
Angels to beckon me
Nearer, my God, to Thee!
Nearer, my God, to Thee, Nearer to Thee!

Then with my waking tho’ts
Bright with Thy praise,
Out of my stony griefs
Bethel I’ll raise;
So by my woes to be
Nearer, my God, to Thee!
Nearer, my God, to Thee, Nearer to Thee!

O casal Istraus está aproveitando seus últimos momentos juntos. Deitados em sua cama debaixo de cobertas quentes, abraçados eles esperam a morte.
IDA
- Eu te amo Isador. Lhe encontro logo mais querido.
ISADOR
- Você foi a melhor coisa em toda a minha vida.
No corredor, a porta estoura com a pressão, deixando a água correr em frente. Vemos pela porta dos Istraus, que estava aberta, a correnteza da água e um último beijo de amor.
No convés, muitos passageiros vêem a água adentrar e saltam do navio. Um dos cães faz o mesmo. Ele nada durante algum tempo, mas não agüentará muito.
Já na primeira classe, Arthur e Baby decidem ir ao camarote dele para pegar roupas quentes para se aquecerem e ao bebê.
BARBARA
- Arthur, temos de aquecer você e ao bebê.
ARTHUR
- Tem razão amor, vamos ao meu camarote, lá pegaremos roupas quentes, coletes e cobertores.
O navio ergue-se cada vez mais, está a 45º de inclinação. Eles encontram uma moça no corredor das cabines, ela está em pânico. Arthur tenta acalmá-la.
ARTHUR
- O que foi mocinha. Acalme-se. Ei o que é isso você tem que ir para os botes.
MOÇA (chorando e gritando)
- Eu vou morrer, não eu não quero morrer!!!
BARBARA
- Calme senhorita nós vamos lhe ajudar.
(para Arthur)
- Veja Arthur o comissário, vamos pedir ajuda a ele.
ARTHUR
- Hei comissário, venha até aqui. Precisa levar essa moça aos botes, ela está em pânico.
COMISSARIO
- Claro, venha moça.
Eles entram no quarto de Arthur. Arthur veste-se apropriadamente para o frio, ele coloca um casaco extra em Baby, e pega uma manta para o bebê.

2 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns ao Jefferson pela ótima história.

Parabéns ao Mário pelo patrocínio e pelo belíssimo blog.

Um grande abraço para ambos.

Anónimo disse...

OI MÁRIO...
CONCORDO COM O ALNCAR...
REALMENTE O MOMENTO DO NAUFRÁGIO É MUITO DESESPERADOR...
TRISTE D+
OBRIGADA POR SUA VISITA...
BEIJINHOS