terça-feira, maio 16, 2006

TITANIC
por Jefferson Krüger
Capítulo XVI - Seduzida
É noite de 14 de abril, está muito frio lá fora. Amanda veste-se com seu casaco de pele e vai ao encontro de Seal.
SEAL
- Linda como sempre Amanda!
AMANDA (rindo)
- Seu cafageste! Hum
Ele beija as costas da mão dela, logo depois a puxa e beija em seu pescoço.
AMANDA (delirando)
- Você é que continua galante apesar de estar vestido entre trapos!
SEAL
- Soube que meu veneno não acabou com o problema de sua futura nora.
AMANDA
- Pois é, aquela gentinha a salvou a tempo.
SEAL
- Agora qual é o plano?
Depois de algum tempo de conversa os dois se despedem e vão embora. Já na popa, convés dos botes, estão os jovens apaixonados. William e Francis. Eles estão a passear desde à tarde, desde aquele beijo tão surpreendente. Observam as estrelas, já essas brilham com todo vigor em seus olhos.
FRANCIS
- Sabe William, um dia eu hei de ser livre. Darei um jeito de fugir das garras do meu pai.
WILLIAM
- Livre como uma gaivota a voar pelo mar, hehe.
FRANCIS
- Eu falo sério! Um dia irei responder a altura. Não deixarei ele me maltratar mais.
WILLIAM
- E agora você tem a mim para lhe ajudar nesse sonho maluco. Eu vou lhe proteger do que quer que seja.
Eles se olham por um minuto, com olha fixo e riem. Ela recosta sobre o peito dele e ficam a observar as estrelas por mais uns minutos. Mas logo distraem com o barulho de uma espreguiçadeira caindo ao chão. Era o marinheiro recolhendo as cadeiras do convés, essa ele deixou cair por acidente. Ela percebe que já é tarde e precisa voltar para sua cabine, pois seu pai já deve de estar “soltando os cachorros atrás dela”.
FRANCIS
- Meu Deus! Já é tarde, preciso voltar.
WILLIAM
- Seu pai?
FRANCIS
- Sim. Já deve estar muito bravo por estar fora desde a manhã e não dar uma satisfação a ele.
WILLIAM
- Vá com Deus minha princesa!
Ele sobra um beijo a ela, mas logo depois ela sem agüentar de saudades pula em seu colo. O pastor a beija com louvor. E ela se vai finalmente para a triste prisão de sempre.
No convés inferior, popa, a bela Francesca volta de mais uma noite onde soltou a voz no jantar, está indo pra seu camarote.
O local está vazio, todos estão lá dentro. Seal vai em direção a escada que leva a terceira classe, quando avista nossa bela cantora.
SEAL
- Olá gracinha! Posso acompanhá-la ao seu camarote.
Ela dá um tapa na cara de Seal.
FRANCESCA
- Quem você pensa que é seu porco. Não me confunda com suas vadias!
SEAL (agarrando-a)
- Claro que não, você é muito mais especial!
FRANCESCA
- Socoorroo! Me ajudem por favor!
Francesca grita desesperada. Seal rasga sua roupa ali mesmo e a possui. É tarde, Francesca chora de desespero, mas ele já se aproveitou dela. Paul Gwen ouve os gritos e corre para ajudar sua amada.
FRANCESCA (avistando Paul)
- Rápido me ajude.
SEAL (esbofeteando Francesca)
- Cale-se sua vadia!
PAUL (puxando Seal de cima dela)
- Solte ela seu desgraçado!
Seal cai e bate a cabeça no alambrado, fica meio tonto, mas parte pra briga.
SEAL (dando um soco em Paul)
- Não deveria ter se metido rapaz!
Eles brigam. Seal saca uma arma e atira em Paul que cai no chão. Seal foge.
FRANCESCA (chorando)
- Não!!!
Capítulo XVII – O Iceberg
Os oficiais chegam para ajudar. Francesca está caída toda esfrangalhada. Paul geme ao seu lado e desmaia.
MOODY
- Senhorita o que aconteceu? Quem lhe fez isso?
FRANCESCA (chorando)
- Me ajude, por favor! Ajude-o, ele está sangrando muito.
BOXHALL
- Senhor Lowe vai buscar uma coberta ou qualquer coisa que cubra a senhorita. E busque também o médico.
LOWE
- Sim. Volto já.
MOODY
- Agora acalme-se, ele já volta. Enquanto isso enrole-se em meu palitó.
Do outro lado do navio, proa, Gabriel e Helena encontram-se depois do jantar.
GABRIEL
- Eu adoro fugir dessas festas chatas. Ninguém liga pra nós lá, os jovens. Hehe
HELENA
- É mesmo, ficamos tão isolados.
GABRIEL
- Mas agora você tem a mim e eu a você!
No cesto do mastro, os vigias observam o enorme iceberg se aproximando.
FLEET (apontando para o outro oficial)
- Olhe só isso.
Ele toca o sino e liga para a ponte para avisar.
PITMAN
- O que foi? O que você viu?
FLEET
- Iceberg a nossa frente! Virem!
MURDOCH
- Vire! Vire seu miserável! Vire!
O marinheiro vira todo o timão. Está no máximo, mas ele tenta virar mais. O iceberg chega mais e mais perto. E então chega e corta como uma navalha o casco do grande navio.
FLEET
- Meu Deus, nós batemos!
No porão de cargas, a água entra com voracidade lavando os caixotes e tudo que está abrigado lá em baixo. Nas caldeiras frontais, a água começa a entrar.
FOGUISTA
- O que está acontecendo? Abafem as fornalhas!
Gabriel e Helena se beijam. Quando de repente Helena vê a sua frente uma enorme pedra de gelo se aproximando. Ela arregala os olhos.
HELENA (assustada)
- Veja!
Helena abraça Gabriel forte.
Outras pessoas que estavam por ali também avistam o iceberg. Uma menina pequena, assustada, abraça seu pai ao ser coberta pela sombra da montanha de gelo.
MENINA (assustada)
- Papai!
Os oficiais e a cantora sentem o tremor no convés superior.
BOXHALL
- Senhor Lowe leve-a para a cabine, vou ver o que está acontecendo.
Na ponte, Murdoch aciona o botão que fecha as portas à prova d’água. Os foguistas e operários saem depressa dali, alguns não conseguem. Na sala de fumar, o drinque de Gracie é derramado pelo tapete.
Beatrix Slavier sente tontura e Andrew a segura em seus braços. Molly Brown está em seu camarote lendo um livro, com o baque ela é jogada no chão.
MOLLY
- Minha nossa!
Nos fundos do Palm Court, John Thayer e o senhor Allison estavam conversando e tomado vinho. De repente, Thayer avista o gelo a sua frente e se engasga com a bebida, já o senhor Allison não entende nada.
O iceberg se afasta. Ismay acorda com o barulho de uma jarra caindo no chão. Ele veste seu roupão e pantufas e vai a ponte. Thomas Andrews que estava analisando as danificações causadas pelo incêndio nas caldeiras, também percebe algo quando sua taça de vinho cai sobre um de seus desenhos.
Na ponte o capitão, pergunta o que sucedeu. Avisado do que aconteceu ele reúne todos os oficiais.

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