Mellissa - Já temos imagens do navio no fundo do oceano...
Uma imagem escura deu então lugar a uma forma esverdeada, ao que parecia ser a proa do navio... Ouviam-se as comunicações entre os mergulhadores a bordo dos submersíveis.
- Virem um pouco à vossa direita... Perfeito! Olhem para aquilo! Estão a ver?
- Sim é o Titanic! Vejam só, é o Titanic.
- Ok, vamos passar pela proa em direcção ao convés e entrar pela fenda para chegarmos à sala das máquinas.
Melissa - São imagens em directo... Dizem os especialistas que se o Titanic tivesse batido de frente provavelmente não se teria afundado, isso é verdade senhor comandante Clambes?
Clambes - Bem, possivelmente teria feito alguns danos sérios mas ter-se-ia aguentado a flutuar. Mas concerteza que nestes casos só por milagre não haveriam perdas humanas a lamentar. Provavelmente os homens que dormiriam naquela zona mais a vante do navio teriam perdido a vida... mas isso serão sempre hipóteses...
Mellissa - Aliás especula-se muito sobre as várias hipóteses do que teria acontecido com certos passageiros em determinadas situações, o senhor Ducan como historiador, deve saber inúmeras histórias, como por exemplo, sobre os portões de terceira classe terem sido fechados... senhor Ducan, até onde poderemos separar a verdade da ficção? O que aconteceu de verdade?
Ducan - Numa situação como aquelas e de acordo com testemunhos alguns portões sim foram fechados, mas outros vêm contradizê-lo dizendo que não, que foram formados grupos que os deslocaram até ao cimo da coberta dos botes. Esperamos saber isso mesmo hoje nesta expedição...
Melissa - Senhor Richard, concerteza sabe do que estamos a falar pois viveu melhor do que ninguém estas situações uma vez que esteve no Titanic. Gostaria de nos contar um pouco da sua experiência a bordo do Titanic?
Os olhos brilharam, um número infindavel de imagens passavam-lhe pela mente, não era nada que nunca o tivesse acompanhado durante os seus 98 anos de vida... estava-se em silêncio... ouviam-se os comunicadores, as imagens do navio no fundo do mar apareciam, mas nada daquilo o fazia temer, e resolveu começar a falar.
Richard - A família da minha mãe vivia em Londres. O meu pai tinha muitos hotéis, lojas e casas. Houve uma descida de valores e decidiram expandir o negócio para Seatle na América onde tinhamos um tio da minha mãe a viver. Viajavam sempre todos juntos em primeira classe para onde quer que fossem. O meu pai, a minha mãe, a minha irmã, iamos todos para Seatle. Não era suposto embarcarmos no Titanic. Tinhamos reserva noutro. Mas devido à greve dos mineiros do carvão a nossa passagem foi cancelada. Telefonaram ao meu pai e disseram que havia uma vaga ou uma cabina em primeira classe no Titanic...
As lembranças de Richard retornaram a 1912, estava agora com apenas 12 anos, era loiro, olhos azuis, típico menino nórdico de boas famílias inglesas... estava em casa com os pais a avó e a irmã ainda bebé... O telefone tocava...
Camille - ... está a sorrir para o Richard...
James - Senhor Barks, telefone para o senhor.
George - Disse quem era?
James - De uma companhia de navios, disse ser muito importante.
George - Sim?
- Estou sim, muito boa tarde. Fala da White Star Line, estamos a falar para casa do senhor George Barks?
George - Sim, fala o próprio.
- Sr. Barks, temos uma vaga no Titanic, querem ocupá-la?
E ele, claro, ficou agarrado ao telefone, atirou-se ao ar e disse que sim. Veio e disse à minha mãe:
George - Vamos na primeira viagem do Titanic!
Ele estava encantado, que sorte, não era?
Amanhã não percam, tem mais TITANIC...
1 comentário:
Concordo com o Diego, tá ficando emocionante essa história.
Parabéns mesmo.
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