segunda-feira, agosto 18, 2025

TITANICFANS 20 ANOS

ANIVERSÁRIO TITANICFANS 20 ANOS

Há 20 anos a manter este projecto, único em Portugal, e que venham outros mais! 20 anos de TitanicFans mas 30 de dedicação ao tema. Hoje estamos todos de parabéns!

sexta-feira, agosto 15, 2025

UM ERRO FATAL

E SE O JACK NÃO FOSSE O LEO?

Erro de Matthew McConaughey que o fez perder papel principal de 'Titanic' para Leonardo DiCaprio é revelado por livro. O diretor do clássico filme revelou que o astro responsável por interpretar o icônico personagem também quase não foi escalado Uma vez escalados, é difícil demais imaginar certos personagens interpretados por outros atores. Por isso, de acordo com o três vezes vencedor do Oscar James Cameron, o processo de escalação de elenco é um dos mais frágeis de Hollywood. “Tente imaginar ‘Titanic’ sem Leo [DiCaprio] ou Kate [Winslet], é muito difícil”, afirmou o diretor em entrevista sobre o filme que o fez ganhar as três estatuetas – Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Edição. Entretanto, por mais difícil que seja pensar em outro ator interpretando Jack, um astro da indústria cinematográfica quase ficou com o papel. Vencedor do Oscar por ‘O Clube de Compra Dallas’ (2013), Matthew McConaughey quase ficou com o protagonista do icônico longa-metragem de 1997. Mas, segundo um novo livro, algumas palavras o fizeram perder o lendário papel. Em sua autobiografia, ‘The Bigger Picture’, o produtor de ‘Titanic’, Jon Landau, revelou os bastidores do teste de McConaughey para o personagem que pinta retratos, dança em festas da terceira classe e tenta desesperadamente boiar em uma porta. Segundo um trecho da obra, divulgado pelo jornalista Matthew Belloni, o ator perdeu o icônico papel porque se recusou a fazer uma pequena mudança. “Nós trouxemos ele para fazer uma cena com Kate [Winslet],” Landau escreveu no seu livro. “Você quer ver a química, não só como eles ficarão no filme, mas como eles interagem”, destacou o produtor. Segundo ele, o começo foi bem promissor, Winslet “entrou na onda de Matthew, do seu charme e sua presença” e ele leu suas falas com seu sotaque característico do Sul dos Estados Unidos. James Cameron ficou feliz, mas pediu uma mudança. Uma vez que Jack foi escrito como um órfão de Wisconsin (estado do Norte dos Estados Unidos), o diretor queria que o ator nascido no Texas fizesse um sotaque de acordo. “Não. Acho que foi ótimo assim. Obrigado”, respondeu McConaughey. E foi essa inflexibilidade que lhe custou o papel, segundo Landau. Ironicamente, Leonardo DiCaprio também não facilitou a vida do responsável pela franquia ‘Avatar’. Em uma entrevista com a GQ, o cineasta contou como foi o processo com o vencedor do Oscar por ‘O Regresso’ (2015). “Na realidade, eu não tinha pensando nem em Kate [Winslet] antes. Ela tinha feito alguns dramas históricos e estava ganhando uma reputação de ‘Kate de corset’ por causa dos filmes históricos. E eu pensei ‘Vai ser a escalação de elenco mais preguiçosa do mundo’. Mas eu conhecei Kate e ela era fantástica. Isso aconteceu bem no começo, achamos Kate”, começou Cameron. “Então, veio Leo. Eu lembro que tivemos uma reunião com ele e depois um teste de câmera. E foi engraçado porque na reunião estavam diversas mulheres da produção, elas queriam todas conhecer Leo. Então, Leo chegou e, claro, encantou a todos – inclusive eu. E eu disse ‘Vamos ver como você fica com a Kate’”, relembrou James. “Então, ele veio alguns dias depois e eu estava com a câmera pronta para gravar o vídeo. Ele não sabia que eu ia fazer o teste, ele achou que era só mais uma reunião, para conhecer Kate. E eu disse ‘Vamos a outra sala, e vamos ler algumas falas e gravar um pouco’. E ele disse ‘Eu não leio’. E eu disse ‘Ah, então obrigado por ter vindo’”, destacou o diretor. “E ele: ‘Você tá dizendo que se eu não ler, eu não ganho o papel?’ E eu: ‘É, exatamente isso. Esse é um filme gigante, que vai tomar dois anos da minha vida, enquanto você está fazendo outras cinco coisas. Então eu não vou ferrar tudo escolhendo o ator errado. Então, ou você vai ler, ou não vai ganhar o papel’”, prosseguiu relatando. “Ele topou fazer, mas cada parte do seu corpo estava exalando negatividade, até que eu disse ‘Ação’. Aí, ele se transformou no Jack. Então a Kate só acendeu. E eles tiveram algo ali e fizeram a cena. Foi como se nuvens negras tivessem se aberto e um raio de sol brilhasse e iluminasse Jack. E eu pensei: ‘Tá bom, ele é o cara!’”, finalizou o diretor. Por mais que Matthew McConaughey tenha tentado “ser o cara”, Leonardo DiCaprio de fato “nasceu” para interpretar Jack, tanto que, depois do papel, sua carreira deslanchou de vez. Já McConaughey, mesmo sem o icônico personagem, conseguiu fazer seu nome em Hollywood. Ou seja, tem algumas coisas que realmente (não) são para ser.

Em revistamonet.globo.com matéria com edição de Gabriel Tieppo

sexta-feira, agosto 08, 2025

REVELADO O RELATÓRIO SOBRE O TITAN

REVELADO O RELATÓRIO SOBRE O TITAN

As práticas incorretas da OceanGate causaram a tragédia do submarino Titan, revela relatório da Guarda Costeira. Os familiares de duas das vítimas da implosão de 2023 exigem uma regulamentação mais rigorosa, na sequência do relatório condenatório divulgado na terça-feira. As práticas de segurança "criticamente deficientes" da OceanGate contribuíram para uma implosão "evitável" que matou cinco pessoas a bordo do seu submersível Titan, de acordo com um relatório da Guarda Costeira dos EUA divulgado na terça-feira. O submersível implodiu 90 minutos após um mergulho nos destroços do Titanic, a 18 de junho de 2023, matando o diretor executivo Stockton Rush e quatro outros passageiros, incluindo um pai e um filho britânico-paquistaneses. O relatório identificou oito fatores principais que contribuíram para a implosão fatal, incluindo processos de conceção e de ensaio inadequados, análise de dados insuficiente e a utilização de fibra de carbono na construção, o que tornou a embarcação incapaz de resistir à pressão do mar profundo. O relatório também revelou a existência de um "ambiente de trabalho tóxico" na OceanGate, em que o despedimento era habitualmente utilizado como forma de evitar que o pessoal se pronunciasse sobre questões de segurança. Para além dos oito fatores principais da tragédia, o relatório enumera outros quatro que podem ter contribuído para a mesma. A guarda costeira considera as práticas operacionais da OceanGate "criticamente deficientes" e salienta "disparidades flagrantes entre os seus protocolos de segurança escritos e as suas práticas efetivas". O relatório diz também que a OceanGate não dispunha de regulamentos abrangentes para a supervisão dos seus submersíveis. A conclusão mais condenatória do relatório é, sem dúvida, o facto de a OceanGate utilizar "táticas de intimidação" para evitar o controlo regulamentar. "Ao criar e explorar estrategicamente a confusão regulamentar e os desafios de supervisão, a OceanGate conseguiu, em última análise, operar a Titan completamente à margem dos protocolos estabelecidos para as águas profundas", diz o relatório. Jason Neubauer, do Marine Board of Investigation, disse que as conclusões ajudarão a evitar tragédias futuras. "Há necessidade de uma supervisão mais forte e de opções claras para os operadores que estão a explorar novos conceitos fora do quadro regulamentar existente", afirmou num comunicado. A família de dois dos passageiros que morreram no submarino Titan apelou a uma regulamentação mais rigorosa, após a publicação do relatório da guarda costeira. O empresário britânico-paquistanês Shahzada Dawood, de 48 anos, e o seu filho Suleman, de 19, foram dois dos três clientes mortos quando o Titan implodiu. "Nenhum relatório pode alterar o resultado desolador, nem preencher o vazio incomensurável deixado por dois membros queridos da nossa família", afirma um comunicado da família. "Se o legado de Shahzada e Suleman puder ser um catalisador para a mudança regulatória que ajuda a evitar que tal perda aconteça novamente, isso trará alguma medida de paz". Para além dos Dawoods e do CEO da OceanGate, Rush, o aventureiro britânico Hamish Harding, que dirigia a concessionária de jatos privados Action Aviation, sediada no Dubai, está entre os mortos. A completar a tripulação de cinco pessoas estava o antigo submarinista francês e especialista em Titanic, Paul-Henry Nargeolet. A OceanGate começou a levar passageiros para o naufrágio do Titanic em 2021, cobrando US $ 250.000 (€ 216.000) por pessoa pela viagem. Na sequência da implosão do Titan a 18 de junho de 2023, o escritório da empresa foi encerrado a 21 de junho e a 6 de julho a empresa tinha cessado todas as operações.

Noticía Euronews

Direitos de autor AP Photo

De Gavin Blackburn

Publicado a 05/08/2025 - 22:10 GMT+2

sexta-feira, agosto 01, 2025

COMO ESCOLHER UM TRANSATLÂNTICO


COMO ESCOLHER UM TRANSATLÂNTICO 
A escolha de um transatlântico para uma travessia de um continente a outro podia depender do lugar de onde o navio zarpava e de seu ponto de destino. Halifax ou Nova York, Liverpool ou Southampton, Queenstown ou Plymouth eram cidades que os diretores de todas as companhias levavam em consideração, devido à afluência de passageiros e às comunicações via terrestre com os grandes centros urbanos. A data do bota-fora e as dimensões do navio eram elementos determinantes para aquele passageiro especialmente preocupado, que exigia a máxima segurança. A geometria da construção dos navios tampouco era indiferente, já que, no entendimento dos emigrantes pouco cultos, o número de chaminés era proporcional à segurança oferecida em mar pelo navio. No Titanic, a falsa quarta chaminé não tinha função alguma, senão a estética; ela não servia para expelir os gases produzidos pela combustão. Seu papel era aumentar o impacto produzido pelo navio, tornando-o ainda mais gigantesco. A nacionalidade do transatlântico era outro fator a ser levado em conta. O prestígio oriundo da corrida de velocidade no oceano era tão alto, que não pertencia apenas à companhia proprietária do transatlântico, mas também ao governo do país de origem do navio. A competição se iniciava nas mesas dos desenhistas e se alimentava de sentimentos patrióticos, pois a honra e o orgulho da nação estavam em jogo e era preciso fazer qualquer coisa para que a empresa triunfasse, pois ela encheria o país de glórias. A velocidade e as novidades tecnológicas a bordo eram requisitos fundamentais, mas não suficientes, para garantir a fidelidade de determinada clientela. O serviço devia oferecer “algo mais”, capaz de favorecer certa companhia em detrimento de outra. Nesse sentido, os britânicos estavam indiscutivelmente mais adiantados do que os demais, e refletiam fielmente a rígida hierarquia social, imune às grandes mudanças e adepta da severa disciplina marítima. Era precisamente por esse motivo, que a White Star Line merecia possuir sua “Faixa Azul”. O comportamento do pessoal do Titanic era exemplar e se aliava à gentileza, à educação e ao respeito por todos os passageiros. Não era fruto de improvisações, pois tratava-se de uma arte cultivada em navios pertencentes à gerações de naus anteriores ao Olympic e baseada no compromisso de todo o pessoal, desde o simples camareiro ao capitão. A delicadeza de um simples gesto de dobrar as mantas para um passageiro que estivesse deitado, descansando em uma poltrona do convés social devia fazer com que ele se sentisse protegido e sob bons cuidados. Servido no camarote, o café da manhã respeitava a privacidade dos passageiros, que não precisavam ir até o refeitório e podiam desfrutar de uma atmosfera íntima. Todas essas atenções eram o motivo da fidelidade dos passageiros à companhia. Depois de completar uma travessia, os viajantes estabeleciam verdadeiros laços de amizade com o pessoal de bordo que, justamente por essa razão, era mantido pela companhia sempre no mesmo navio. Era comum, por exemplo, que o passageiro não precisasse pedir nada ao sentar-se junto a uma mesa, pois sua bebida preferida lhe era servida com a mesma discreta e constante atenção. O esplendor dos salões, o conforto das suítes e a elegância da decoração eram constantes na especial qualidade do serviço. O espaço a bordo de um navio era o símbolo evidente do grau de poder daquele que o freqüentaria. As posses de uma determinada classe social eram definidas em função do lugar que lhe era designado. Na primeira classe do Titanic, a sala usada pelos passageiros para se refrescarem depois do banho turco era duas vezes e meia maior que o refeitório da segunda classe. A cúspide era o lugar reservado ao capitão do navio, o “único senhor depois de Deus”. Receber um convite para jantar ao seu lado era um privilégio de poucos e o sonho de muitos. O prestígio do comandante era um dos motivos essenciais na escolha entre uma e outra nau. Além dos conhecimentos e da competência técnica essenciais ao exercício de sua autoridade, o capitão devia possuir um grande “savoir faire” e a capacidade de comunicação própria de um homem do mundo civilizado. Devia também ser capaz de cumprir com suas obrigações de comandante do mesmo modo com que atendia às exigências e frivolidades de seus ilustres hóspedes. Se corresse a notícia de que o príncipe de Gales viajaria a bordo de determinado transatlântico, seguramente não seria possível encontrar um lugar disponível nele. A travessia era um momento único no que diz respeito às relações pessoais, uma oportunidade para encontrar pessoas interessantes, como atores de teatro, novos-ricos americanos, atletas famosos, personalidades do mundo literário, um marajá hindu ou membros da Coroa inglesa. Uma das primeiras expectativas depois do embarque era a leitura da lista de passageiros, feita discretamente por um funcionário por detrás das portas dos camarotes.