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quinta-feira, novembro 30, 2023
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terça-feira, novembro 21, 2023
HMHS BRITANNIC 107 ANOS
Terça-feira, 21 de Novembro de 1916. O Britannic estava navegando pelo Canal de Kea no mar Egeu, em plena Primeira Guerra Mundial. Perto das 8:00 da manhã, uma tremenda explosão golpeou o Britannic, adornou e começou afundar muito depressa pela proa. O Capitão Bartlett experimentou encalhar o Britannic na Ilha de Kea, mas não teve sucesso. Em 55 minutos, o maior transatlântico da Inglaterra, com apenas 351 dias de vida, afundou. A explosão ocorreu aparentemente entre a 2ª e a 3ª antepara a prova de água e a antepara 2 e 1 também foram danificadas. Ao mesmo tempo, começou a fazer água na sala de caldeiras 5 e 6. Este era asperamente o mesmo dano que levou seu irmão, o Titanic, a afundar.
Infelizmente 30 pessoas morreram na ocasião. A maioria destas mortes ocorreu quando os hélices emergiram das águas e sugou alguns barcos salva-vidas. Os motores ainda estavam em funcionamento, pois na correria de tentar encalhar o navio, esqueceram de parar os motores.
O Britannic está tombado de lado a apenas 350 pés (107m) de profundidade. Tão raso que a proa bateu no fundo antes dele afundar totalmente, e devido ao imenso peso do navio a proa se retorceu toda. Ele foi descoberto em 1976 em uma Exploração dirigida pelo oceanógrafo Jacques Cousteau.
É fácil distinguir o Britannic de seus irmãos, devido aos gigantescos turcos de barco salva-vidas, e também porque a maioria das fotografias suas mostram ele todo pintado de branco com uma faixa verde pintada no casco de proa a popa, separada apenas por 3 grandes cruzes vermelhas de cada lado, designando-o como um navio hospital. O HMHS Britannic nunca chegou a receber um centavo para transportar um passageiro.
Mortos no naufrágio do HMHS Britannic: Arthur Binks / Arthur Dennis / Charles C. S. Garland / Charles J. D. Phillips / Frank Joseph Earley / G. Philps / George De Lara Honeycott / George James Bostock / George Sherrin / George William Godwin / George William King / Henry Freebury / Henry James Toogood / James Patrick Rice / John Cropper / John George McFeat / Joseph Brown / Leonard George / Leonard Smith / Percival W. E. White / Pownall Gillespie / Robert Charles Babey / Thomas A. Crawford / Thomas Francis Tully / Thomas Jones / Thomas Taylor McDonald / Walter Jenkins / William Sharpe / William Smith / William Stone.
sexta-feira, novembro 17, 2023
O TITANIC NAZISTA
Hitler se matou há 72 horas, e a guerra está na reta final – no dia seguinte, a Alemanha anunciaria sua rendição. Mas, naquele 3 de maio de 1945, a Força Aérea Britânica (RAF) ainda tinha uma missão a cumprir. Os Aliados haviam descoberto, interceptando comunicações alemãs, que oficiais do governo nazista e da Schutzstaffel (a SS, organização que administrava os campos de concentração) preparavam uma fuga, de navio, para a Noruega. Então a RAF enviou um esquadrão de caças Hawker Typhoon para interceptar e afundar o Cap Arcona: um transatlântico de passageiros que fora convertido para uso militar, e supostamente transportava fugitivos nazistas. Era verdade. Mas não era toda a verdade. Começava ali um dos episódios mais trágicos de toda a Segunda Guerra, sobre o qual historiadores se debruçam até hoje – e um piloto da própria RAF definiu, anos depois, como “crime de guerra”. Quando o Arcona nasceu, em 1927, era impossível imaginar um final assim. Ele foi construído pelo estaleiro alemão Blohm & Voss, por encomenda da operadora marítima Hamburg Sud (ambas as empresas existem até hoje), para transportar passageiros entre a Alemanha e a América do Sul. O navio fazia o trajeto entre Hamburgo e Buenos Aires, com uma parada no Porto de Santos. Era uma embarcação enorme, com mais de 200 metros de comprimento e muito luxo, desde a decoração suntuosa até as várias opções de lazer, incluindo uma quadra de tênis. Vários políticos e empresários importantes viajaram na primeira classe da linha, que operou até 1939. Mas essa opulência daria lugar, com o avanço da Segunda Guerra, ao estoicismo militar. Em 1940, a Kriegsmarine (marinha nazista) requisitou o Cap Arcona e o transformou em navio para transporte de tropas. Ele teve o interior esvaziado, com a mobília de luxo trocada por acomodações simples, e foi pintado de cinza – nada mais distante do fausto do Titanic, que inspirara a construção do Arcona. Dois anos depois, a história dele se cruzaria novamente com a do gigante britânico. Os nazistas decidiram fazer sua própria versão cinematográfica do acidente naval mais famoso da história. “Eles eram fanáticos por propaganda, e [o ministro nazista] Joseph Goebbels supervisionou vários filmes. Mas eram obras meio desajeitadas, porque pareciam claramente propagandísticas”, descreve o historiador Robert Watson, professor da Universidade Lynn, nos EUA, e autor do livro The Nazi Titanic, sobre a história do Cap Arcona. Hitler achava que era preciso investir em filmes melhores e mais complexos, que realmente servissem para manipular a opinião pública. Num momento em que o avanço das tropas alemãs fracassava no front oriental, no Norte da África e na Grã-Bretanha, o fuhrer incumbiu Goebbels de fortalecer o estúdio de cinema Babelsberg: um dos maiores do mundo na época, apelidado de “Hollywood do Rio Reno”. Foi ali que Leni Riefenstahl dirigiu O Triunfo da Vontade (1935), uma produção de alto orçamento que Hitler adorou. Agora, ele queria obras que pudessem concorrer com Casablanca, de 1942, que fez enorme sucesso internacional – e trazia uma clara mensagem antinazista. Foi aí que surgiu a ideia: fazer um filme alemão recontando o naufrágio do Titanic, ocorrido em 1912. “O Titanic dos nazistas combinava ação, drama e romance. Hitler e Goebbels direcionaram muitos recursos para o filme, que era a obra de propaganda mais cara já produzida”, diz Watson. Milhares de soldados foram mobilizados para fazer figuração, e artistas de renome foram contratados. O cineasta Herbert Selpin, autor de 21 filmes, foi o escolhido para a direção. “Mas a estrela do filme era mesmo o Cap Arcona”, diz Watson. A trama gira ao redor de um oficial alemão, puramente fictício, chamado Petersen. É ele quem percebe que o Titanic estava acelerando demais, algo perigoso em uma zona cheia de icebergs. Petersen pede várias vezes a Bruce Ismay, o presidente da companhia, que o navio desacelere, mas suas tentativas são infrutíferas. É que havia um motivo escuso. Ismay desejava que o Titanic batesse o recorde de velocidade no Atlântico Norte: isso faria as ações de sua empresa naval, que estavam em queda, subirem. Mas não ficava só nisso. Ismay e os outros diretores pretendiam vender suas ações e recomprá-las, a um preço mais baixo, logo antes de o recorde ser anunciado – para aí vender novamente na alta. Era uma mistura de imprudência com insider trading (uso de informações privilegiadas, um crime financeiro). Após a colisão, Petersen ganha protagonismo com sua bravura e sua dedicação no resgate dos outros passageiros. Os alemães, que viajavam na terceira classe, são representados como heróis, enquanto a elite britânica é mostrada como covarde. Conforme o navio afunda, os ingleses mais ricos tentam comprar lugar nos poucos barcos salva-vidas disponíveis. Não conseguem, e morrem junto com as demais vítimas. Petersen sobrevive, e testemunha contra o patrão Ismay na Justiça. Mas toda a culpa acaba recaindo unicamente sobre o capitão do navio – que havia morrido no naufrágio. Na última cena, uma mensagem reforça o tom de denúncia do filme: “As mortes de 1.500 pessoas continuam impunes, uma acusação eterna à ganância da Inglaterra”. A produção do Titanic alemão teve seus contratempos. Selpin, o diretor, foi denunciado para o alto escalão nazista após ter criticado os figurantes militares, que passaram boa parte do tempo bêbados e atrapalharam as filmagens. Chamado a prestar esclarecimentos a Goebbels, acabou preso – e seu corpo foi encontrado enforcado na cela no dia seguinte. As filmagens foram completadas por outro cineasta, Werner Klinger, que não é mencionado nos créditos. O filme estreou em 1943, em algumas cidades ocupadas pelos nazistas, como Praga e Paris. Mas Goebbels não quis que ele fosse exibido ao povo alemão. Em um momento em que as baixas nazistas cresciam, e aumentava o risco de derrota para os Aliados, talvez ele tenha achado que não pegaria bem um filme de tragédia, com mortes em massa. Após o término das filmagens, o Cap Arcona foi devolvido aos militares. Em 1945, quando as tropas aliadas avançavam e a derrota nazista era iminente, o navio passou a ser usado para evacuar militares e civis alemães, de áreas sob ataque do Exército Vermelho, para zonas mais seguras na Alemanha e na Dinamarca. A certa altura, os nazistas decidiram transformar alguns navios em campos de concentração flutuantes. Segundo o historiador Robert Watson, a ideia foi de Heinrich Himmler, o líder da SS. O Cap Arcona foi ancorado a três quilômetros da costa, perto da cidade de Neustadt in Holstein, no extremo norte da Alemanha. “No fim de abril de 1945, prisioneiros e sobreviventes do Holocausto começaram a ser levados para a embarcação, na qual foram amontoados sob o convés”, diz Watson. Até hoje não se sabe ao certo por que os nazistas fizeram isso. Uma das hipóteses é que os industriais de Hamburgo quisessem entregar sua cidade sem resistência aos britânicos, na esperança de manter o patrimônio – e, para tanto, fosse preciso eliminar qualquer vestígio dos campos de concentração. Então os prisioneiros foram enviados para o Cap Arcona, e outras duas embarcações ancoradas perto dele. “Era uma mistura de diferentes nacionalidades e grupos, incluindo prisioneiros políticos, gente detida em campos de concentração e condenados a trabalhos forçados”, explica o historiador alemão Stefan Nies, que está montando um centro de documentação sobre o Cap Arcona (com previsão de inauguração em 2027, na cidade de Neustadt). Ele afirma que a confusão do final da guerra e a falta de registros tornam muito difícil saber exatamente quem estava nos navios – mas havia pessoas de 30 nacionalidades, e a maioria não era de origem judaica. Os Aliados sabiam o que estava acontecendo. “Um conde sueco chamado Folke Bernadotte, dirigente da Cruz Vermelha e sobrinho do rei da Suécia, encontrou os navios com prisioneiros e conseguiu resgatar parte deles. Ele avisou os britânicos sobre os navios-prisão, e enviou as coordenadas”, conta Watson. Por que, então, os britânicos afundaram o Cap Arcona? “Embora a inteligência britânica tivesse alguma noção de que poderia haver prisioneiros a bordo, a situação nos últimos dias da guerra era caótica. Vários fatores provavelmente pesaram na decisão, como a crença de que os navios [também] carregavam tropas nazistas”, afirma a historiadora Julia Werner, que trabalha com Nies no projeto sobre o Cap Arcona. Para Watson, ocorreu um erro burocrático. As coordenadas enviadas pelo conde sueco teriam chegado ao comando da RAF de forma truncada, e sido interpretadas como referentes a alvos militares. “Naquele dia, os aviões sobrevoaram a baía de Lübeck e Neustadt e avistaram aquele enorme navio. Ele estava baixo com relação à água: significava que estava cheio de gente ou de combustível. Os pilotos não sabiam a razão, então dispararam”, diz Watson. Era um dia nublado e chuvoso, com péssima visibilidade. Além disso, os jovens pilotos britânicos tinham medo de que o Cap Arcona e os outros navios possuíssem canhões antiaéreos. Tudo conspirou para o desastre. “Foi um dos piores exemplos de fogo amigo da história, uma das horas mais sangrentas do Holocausto e da Segunda Guerra, um dos piores desastres marítimos, e a última grande tragédia da guerra”, resume Watson. Estima-se que houvesse cerca de 5.000 prisioneiros no Cap Arcona. Cerca de 350 deles conseguiram nadar e chegar até a costa, sendo resgatados pelos Aliados – que os descreveram como “esquálidos”. “Os prisioneiros haviam sido mantidos em condições deploráveis, com superlotação, falta de higiene, pouca água e comida”, diz Nies. O bombardeio fez com que o fogo se espalhasse rapidamente pelo Cap Arcona. Havia poucas rotas de fuga. Para os que conseguiam chegar ao convés, a opção era pular no frio mar Báltico. “Não havia botes e coletes salva-vidas suficientes. O que havia foi tomado pela tripulação”, conta Nies. Os oficiais nazistas presentes no Arcona conseguiram, em grande parte, sobreviver. Lanchas alemãs resgataram cerca de 400 guardas da SS. Os demais prisioneiros, em torno de 4.650, morreram. Logo após a guerra, o Titanic nazista foi exibido nos cinemas da URSS e dos países do bloco soviético. Sua mensagem contra o capitalismo britânico vinha bem a calhar. Mas a origem do filme, a Alemanha nazista, foi omitida do público. Em 1949, uma versão editada do filme foi exibida nos cinemas da Alemanha Ocidental: cortaram as cenas anti- britânicas. Naquele mesmo ano, o casco e os destroços do Cap Arcona chegaram à costa, puxados pelas ondas. O navio foi desmontado e transformado em sucata. Sua história acabou ali. Mas a das vítimas não. A água continuou trazendo os corpos dos mortos por muito tempo: os últimos esqueletos surgiram em 1971, quase três décadas após o naufrágio.
https://super.abril.com.br/historia/o-titanic-nazista
sexta-feira, novembro 10, 2023
MENU EM LEILÃO
O menu de primeira classe vai ser leiloado pela casa de leilões britânica Henry Aldridge and Son Ltd., refere a CNN internacional. Na descrição da leiloeira é referido que a ementa diz respeito ao "jantar de primeira classe de 11 de abril de 1912, o primeiro jantar depois de o Titanic ter deixado Queenstown, que era a sua última paragem antes do destino pretendido, Nova Iorque". "A ementa ostenta um emblema vermelho em relevo da White Star Line e, originalmente, apresentava letras douradas com as iniciais OSNC (Ocean Steamship Navigation Company) ao lado das letras R.M.S. Titanic. Estas últimas mostram sinais de imersão em água, tendo sido parcialmente apagadas. O verso da ementa também apresenta claramente outros indícios deste facto. Isto indica que o menu foi sujeito às águas geladas do Atlântico Norte na manhã de 15 de abril de 1912, tendo saído do navio com um sobrevivente que esteve exposto a essas águas frias ou recuperado junto a um dos falecidos", é explicado. A ementa foi descoberta num álbum de fotografias da década de 1960 e revela a opulência que os passageiros de primeira classe do navio terão experimentado. As opções de jantar incluíam ostras, lombo de vaca com creme de rábano e puré de pastinaca, entre outros pratos. Para sobremesa havia tarte de alperce e pudim Victoria. A casa de leilões frisa que, depois de falar "com os principais coleccionadores de recordações do Titanic a nível mundial" e de ter "consultado numerosos museus com colecções do Titanic", não foram encontrados "outros exemplos sobreviventes de um menu de jantar de 11 de abril da primeira classe".
sexta-feira, novembro 03, 2023
RENAULT 1912 TYPE CB COUPÉ DE VILLE
RENAULT 1912 TYPE CB COUPÉ DE VILLE
Notícia publicada no dia 01/11/2023 no Jornal dos Clássicos, com o título: O clássico que o Titanic esconde há 111 anos da autoria de Edgar Freitas.
Um tragédia nunca vem só. E, para além da romantização associada ao fenómeno Titanic, este evento marcou o mundo de forma inquestionável. Ainda antes da sua viagem inaugural, o Titanic era já um sucesso. No período áureo das linhas transatlânticas, onde a aviação era apenas uma curiosidade extravagante, várias companhias de navegação competiam pela supremacia dos oceanos! À data, os navios eram provavelmente o expoente máximo da capacidade desta civilização humana. Eram, pois, o único meio de transporte de pessoas, bens, divisas e sonhos sobre o vasto oceano, conectando continentes. Longe de qualquer previsão negativa, o Titanic recebeu grande afluência de passageiros, que levavam as suas famílias rumo ao sonho americano, que regressavam de negócios, de ferias, etc. Um desses abastados passageiros, era William Carter of Bryn Mawr, dono de uma fortuna considerável, oriunda da exploração de carvão e ferro. Este, viajava junto da sua esposa e dois filhos pela Europa. Nesta mesma viagem, William adquiriu um automóvel muito especial, e logo tratou de o trazer consigo para o novo mundo. O automóvel outrora moderno, é hoje um clássico, e trata-se do requintado Renault 1912 Type CB Coupé de Ville. Possivelmente encantado com as linhas desportivas, o seu feliz proprietário tinha à sua disposição um exemplar da bela indústria automobilística europeia. Equipado com um motor de 2,6 litros, este clássico era categorizado na potência fiscal francesa como 12 cv, tendo portanto qualquer coisa como 25-30 cv e a capacidade de alcançar os 50 km/h. Dentro de algumas curiosidades sobre o carro, consta que o radiador se encontrava atrás do motor, permitindo um design mais inovador e assim conferindo à frente do automóvel um aspecto mais desportivo. Outra especificidade, prendia-se com a transmissão às rodas traseiras, visto que ao contrário da tradicional correia ou corrente, o Renault possuía já um veio de transmissão. Pese embora o facto de se designar por coupé e ter linhas em consonância, este clássico respeitava a longa tradição aristocrática, sendo portanto conduzido por um chauffeur, sendo este mesmo, de nome Augustus Aldworth, o ultimo a conduzir a viatura, aquando da deslocação para o porto de Southampton, de onde partiram para a viagem transatlântica. Infelizmente, e como uma tragédia nunca vem só, o Coupé de Ville acabou por desaparecer na imensidão do oceano, sendo sepultado juntamente com o Titanic a uns respeitosos quatro quilómetros de profundidade. Semelhante clássico foi presenteado e leilão, pela conceituada RM Sotheby’s em 2008, atingindo a fasquia dos 269.500 mil dólares, conferindo a este modelo, um estatuto de importância considerável. Tudo isto suscita imediatamente a pergunta irracional e inocente, «e se»? E se, fosse recuperado do fundo do oceano como tantos outros artefactos? Quanto valeria? De alguma forma, a natureza pouco sintética dos seus materiais suscita duvidas sobre a sua condição, sendo que, várias tentativas foram já realizadas para tentar perceber o seu estado de conservação. Uma equipa parece ter conseguido uma foto parcial de uma roda e um pára-choques, mas sem identificação possível. Durante muitas décadas esta história repousou, sendo apenas ressuscitada quando por ocasião das filmagens do filme Titanic, que estreou em 1997, foi revisto o manifesto de carga do navio. Este facto, juntamente com o pedido de indemnização que o dono fez à White Star Line, dona do Titanic, no valor de 5 mil dólares, dão credibilidade à presença do automóvel nos escombros no Titanic. Com alguma sorte e saber, William Carter, após garantir a segurança da sua esposa e dois filhos abordo de um bote, vagueou pelo Titanic, onde acabou, também ele, por embarcar num bote salva vidas mais perto do fim, juntamente com Bruce Ismay, director da W.S. Line. Salvando-se assim de uma morte certa a cargo das águas gélidas do Atlântico, a mesma sorte não teve o chauffeur que, junto com o Renault, desapareceu sem deixar rasto, na história trágica que marcou o afundamento da embarcação que todos julgavam inafundável. A presença do Renault como parte integrante do filme, pode ter acrescido valor ao já elegante automóvel, sendo que pode ser apreciado logo no início, sendo carregado no porão dianteiro. Embora esta cena passe despercebida no frenesim do porto e da corrida para entrar no barco dos sonhos, há também a reputada cena onde DiCaprio e Kate Winslet partilham o protagonismo com o próprio Coupé de Ville. A cena imortalizada pelos vidros embaciados, junta estas três estrelas num momento de descontracção e alguma sensualidade. Embora não haja nenhuma fotografia do automóvel que embarcou em 1912 rumo a nova York, ficará para sempre, nas nossas memorias, a imagem do vermelho vivo e da paixão que nele foi consumada.