TITANICFANS
Este post é dedicado a todos os que nos visitam, foi a realização de um post que há muito desejava fazer aliado a uma das minhas músicas favoritas, uma montagem feita por mim mesmo para contar uma história.
Frank John William Goldsmith Jr. era um rapaz de nove anos que viajava em 3ª classe com os seus pais, John William de 33 anos e Emily Alice de 31, e os amigos Thomas Theobald e Alfred Rush. A família Goldsmith ia com destino a Detroit ao encontro de uma nova vida, ainda sofriam com a perda do seu outro filho, Bertie, que faleceu de Difteria nos finais de 1911. Segundo o livro de Ken Marshall "Inside Titanic", o quarto de Frank era uma pequena cabine de terceira classe. Por sua vez, um outro menino de primeira-classe, Billy, e sua família viajavam em uma suíte luxuosa. Os dois meninos estavam emocionados por estarem na primeira viagem do maior navio então construído. E eles não podiam esperar para explorar cada detalhe deste fabuloso navio: "Nós os miúdos passavamos muito tempo nas salas das caldeiras do navio a ver os alimentadores de fornalha a trabalhar. Eles cantavam canções. Muitas vezes quando olhávamos para eles, eles batiam com as pás nas grades dos contentores de carvão ao ritmo da cantoria." Finalmente a potente sereia lançou o silvo de aviso da partida eminente. A lotação total final era de 2208 pessoas a bordo, 1317 passageiros e 891 tripulantes. Às treze e trinta o Titanic levantou a âncora de estibordo, que o mantinha fundeado na baía, e iniciou a travessia do Atlântico, seguindo a famosa North Atlantic Run, uma das principais rotas marítimas do mundo. A vista da coberta superior do Titanic era maravilhosa. Este era o reino do comandante e dos oficiais de coberta.
Cpt. Smith - Leve-o para o alto-mar, Sr. Murdoch. Vamos dar-lhe exercício.
Murdoch - Sim, meu comandante. A todo o vapor, Sr. Moody.
Moody - A todo o vapor.
Quando decidem aumentar a velocidade, já no alto-mar, e empurrar aquele colosso toda a força e centenas de fogueiros atiram carvão para as fornalhas e vemos subir e descer as enormes bielas daqueles motores gigantescos, então compreendemos. Vemos a força interior do navio, vemos o seu poder. Thomas Andrews observa atentamente os engenheiros e maquinistas que iam ajustando e rodando as válvulas, na sala das caldeiras os fogueiros cantam uma canção de incentivo ao trabalho quente e pesado.
Chefe Bell - A todo o vapor.
- A todo o vapor.
Barrett - Vamos encher as caldeiras. A todo o vapor.
É então que vemos a satisfação dos oficiais que comandam o navio e a sensação de domínio sobre os outros elementos.
Murdoch - 21 nós, meu comandante.
Cpt. Smith - Agora é que lhe demos um osso para os dentes, eh, Sr. Murdoch.
A impressionante fila de caldeiras instaladas no Titanic eram alimentadas por enormes bocas abertas em cada caldeira onde se deitava o carvão que devia proporcionar ao Titanic a sua energia. Foi então que reparamos que no cimo da quarta chaminé que servia de ventilação inteiror encontrava-se um fogueiro de rosto enegrecido pela fuligem, provocando sonoras gargalhadas nos passageiros. Outros acreditaram ver a materialização de um ser infernal surgido das entranhas do navio e empenhado em recordar que por detrás de todo aquele luxo e aquela segurança se escondiam forças obscuras e ameaçadoras. Qualquer que tenha sido o motivo dessa curiosa escalada até à boca da chaminé, o incidente alimentou os rumores sobre a singularidade do Titanic. "Na tarde de 11 de Abril a minha mãe e eu ficamos na popa do navio a ver a Irlanda a desaparecer, com o coração aos saltos gritei «MÃE! ESTAMOS NO ATLÂNTICO!»"
Frank gritava de contentamento, sentiu a brisa do oceano, sentiu-se o rei do mundo, sentiu-se voar... A Irlanda ficava para trás, muito iria acontecer às 2208 pessoas que estavam a bordo, só 705 voltariam a ver terra de novo, entre eles Frank e a sua mãe...
Créditos: Mário Silva - Textos de posts do TitanicFans, Música: Sirens' Whispering - Vangelis, Vídeo: Titanic Birth of a Legend, Livro: "Inside Titanic" - Ken Marshall.