A LENDA DA MÚMIA
Os mistérios e tragédias relatadas passam por quando a dita múmia do museu foi encontrada por quatro jovens exploradores em 1890, antes que estes a transportassem para a Inglaterra morreram todos em vários acidentes. Contudo, ela acabou por ser transportada para terras de sua Majestade como aqui contado a pedido de um determinado milionário que a comprou, mas meses depois, de forma misteriosa suicidou-se. Um jornalista, Douglas Murray, sabendo dos seus mistérios, fotografou-a e quando fez a revelação da foto, surgiu a foto demoníaca de uma mulher, poucos dias depois o mesmo jornalista morreu de acidente de carro. A 30 de Setembro de 1916, um artigo no Ligths contém uma carta de Miss E. Bates, que disse que quem lhe contou algumas destas desgraças foi Douglas Murray, uma das "vítimas" da maldição. Em 1928 a autobiografia de William John Warner também mostra as mesmas informações que o actor contou durante entrevistas pessoais com Douglas Murray. Mas como, em menos de quatro anos, a lenda de que um sarcófago amaldiçoado que estava a bordo do Titanic foi o culpado do naufrágio? Vimos como o interesse de William T. Stead pelo sarcófago do Museu Britânico pode ter criado uma "associação mental" entre as duas situações nas cabeças das pessoas que sobreviveram. Curiosamente, há uma excelente prova de que em algum momento entre 1912 e 1916, uma certa pessoa fez esta "associação mental" e criou conscientemente a lenda de que o túmulo de uma múmia amaldiçoada estava a bordo do Titanic. A autobiografia de Peter Underwood (conhecido investigador britânico do paranormal) explica como ela conheceu "a pequena grande dama" Margaret Murray, uma mulher que teria levado uma vida muito interessante. A "pequena grande dama" viveu para ver a publicação da sua autobiografia "My First Hundred Years", e a sua vida, descrita por Underwood "continha desde viagens espaciais a dias de bicicleta no passado." Ela conseguiu o seu doutoramento num tempo em que as mulheres que conseguiam alcançar esse feito, eram consideradas bruxas. Margaret também se interessava por egiptologia e passou grande parte do seu tempo no Egipto; Peter Underwood uma vez viu uma fotografia de 1908 (a deste post), em que Margaret (a mulher da direita) mostrava a autópsia a uma múmia.
Margaret Murray sempre insistiu que foi ela quem criou a história da múmia do sarcófago amaldiçoado a bordo do Titanic.
Murray disse certa vez a Underwood que uma ilustre mulher cientista lhe confessou que já tinha acreditado no ocultismo, e lhe pediu para contar a "verdadeira história" do sarcófago amaldiçoado do Museu Britânico. Margaret decidiu então que, se ela queria uma boa história, tinha vindo ao lugar certo; dando vazão à sua veia artística e humoristica, Margaret Murray começou por inventar uma história emocionante para o deleite desta "ilustre cientista". Começou por dizer que nem começaria por enumerar os que tinham ficado feridos no transporte do caixão para o Museu Britânico nem as lesões e mortes de visitantes e funcionários do museu enquanto o sarcófago estava em exposição. Ele disse que o pessoal do museu ficou tão alarmado com esses percalços que substituíram o sarcófago original por uma réplica. Ninguém notou nada de anormal até que um arqueólogo americano detectou a substituição e ameaçou denunciar a fraude. O museu explicou o motivo da substituição e um americano, Lord Canterville, rindo-se com a superstição e o pitoresco da situação, ofereceu-se para comprar o sarcófago original. O Museu aceitou a oferta e o novo proprietário decidiu que o sarcófago seria transportado no Titanic para a América, mas ele não iria a bordo. Depois que o Titanic afundou, o túmulo flutuou à superfície sendo recuperado por um navio de socorro próximo ao local, e que levou a relíquia para os Estados Unidos, esperando por instruções do seu proprietário, ainda na Inglaterra. Mas agora, com medo do artefacto e da sua "má sorte", o proprietário ordenou que este fosse devolvido ao Museu Britânico. Colocaram a relíquia a bordo do Empress of Ireland, que afundou no Canadá com grande perda de vidas. Mais uma vez o sarcófago flutuou e foi recuperado. Depois, um alemão o teria comprado em leilão e deu-o ao Kaiser detonando a Primeira Grande Guerra Mundial.
Margaret disse a Underwood que sentia que tinha criado uma história muito boa. E que se divertiu contando-a a outros como se fosse verdade. Murray acrescentou que, quando ela levou os alunos ao Museu Britânico para estudar os hieróglifos sempre avisou que qualquer crente no ocultismo devia permanecer fora da sala que continha o sarcófago; inevitavelmente, muitas pessoas acreditavam na história de Margaret e a oportunidade de inspeccionar o antigo sarcófago era prontamente recusada.
A lenda da maldição do Titanic ainda permanece forte depois de mais de um século, mas como podemos ver é apenas isso, uma lenda.
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