sábado, maio 28, 2011

 JOHN HUGO ROSS
O PASSAGEIRO ACAMADO 
John Hugo Ross nasceu em Glengarry Co., Ontário, 24 de Novembro de 1875, e mudou-se para Winnipeg, Manitoba com seus pais quando tinha dois anos de idade. Ele era filho de Arthur Wellington Ross, um membro do partido Liberal-Conservador do Parlamento do Canadá para a Manitoba Constituency of Lisgar e era corretor de imóveis, estando envolvido na construção da Canadian Pacific Railway, e em 1878 foi eleito membro da Assembléia Legislativa de Manitoba. Arthur Ross renunciou ao seu cargo em 1882 para concorrer a um cargo federal, e acabou por ser eleito deputado. Enquanto criança John Hugo foi descrito no Winnipeg Free Press como "um menino de faces rosadas vestido com umas  knickerbockers (calças curtas em voga na época), montado no seu trenó, ou saindo de patins. Aos domingos e ocasiões especiais, ele era um homenzinho de kilt". Durante a sua adolescência, o seu pai arranjou-lhe uma vaga de emprego para trabalhar com o tenente-governador de Manitoba, Coolbrook James Patterson. Trabalhou lá por um ano, e saiu de Winnipeg para Toronto, onde entrou no mundo dos negócios por si mesmo como corretor de mineração. A empresa faliu, e Hugo acabou por ter uma grande discussão com o seu pai e, em 1902, com 25 centavos no bolso, partiu para Klondike para se estrear na corrida ao ouro mas no momento em que chegou lá, percebeu que a corrida já tinha terminado. Quando o seu pai morreu, John Hugo Ross herdou a fortuna da família e voltou para Winnipeg para cuidar da sua mãe viúva. Elegante e extravagante, Ross tinha um humor sarcástico. Ele e o corretor de imóveis Thomson Beattie tinham escritórios de frente de um para o outro ao longo de todo o corredor do Merchants Bank Building. A secretária de Ross, Maud MacArthur, era na verdade, noiva de Beattie. Ross, Beattie e o banqueiro de Vancouver Thomas McCaffry partiram de Nova York no navio Franconia, em 20 de Janeiro de 1912. Depois de dois meses, no Egeu e no Egito Ross começou se sentindo mal, e o grupo decidiu encortar as suas curtas férias. "Estamos no último percurso pelas antigas terras e prontos para Winnipeg e os negócios", escreveu Hugo num postal aos amigos em Winnipeg. Ross cancelou a reserva no Mauritânia, e reservou a cabine A-10 no Titanic. Quando embarcou em 10 de Abril de 1912, ele estava tão doente de disenteria que teve que ser levado para o seu camarote em uma maca. A última pessoa a ver Ross vivo, provavelmente foi o Major Arthur Peuchen companheiro das regatas. Peuchen fez o seu caminho até a grande escadaria e viu Ross ainda de pijama. Quando foi dito a Ross que o navio tinha batido num iceberg e que ele deveria se vestir, Ross se recusou a acreditar que o problema era sério. "É só isso?" disse ele a Peuchen. "É preciso mais que um iceberg para me tirar deste navio". Presumivelmente, Ross se afogou deitado na sua cama. O seu corpo nunca foi recuperado, mas uma placa comemorativa com o nome dele pode ser encontrada em Winnipeg City Hall.

9 comentários:

Ana Rita Correia disse...

Não conhecia a história. É sempre meio arrepiante quando ouvimos histórias de pessoas q n estavam previstas a embarcar no Titanic, mas que por um contratempo compraram bilhete...

Ana Rita Correia disse...

Sim, tens razão. Mas há muitos testemunhos de pessoas como ele, que acreditavam que estavam mais seguras no Titanic, mesmo depois de ele ter batido, do que num barquinho salva-vidas no meio do oceano.
Acho que até compreendo a sua forma de pensar...

Ana Rita Correia disse...

Pois, contraditório, é.. Só não pensaram que se, de facto, o navio fosse mesmo afundar as joias nao serviam de nada.
As pessoas quando são postas numa situação de pânico fazem coisas estranhas. É como se fosse o seu sub consciente a agir..

Ramilson disse...

Poxa achei seu blog no google e o acho incrível! Achei uma matéria sobre os natimodelismos com o Nilson, que foi incrível! Parabéns continue assim!

Mário Monteiro disse...

Obrigado Ramilson, são comentários como o seu que ajudam a ter força para continuar! Muito obrigado mesmo!

Ana Rita Correia disse...

Ah, eu nao sabia dessa da Lady Duff Gordon.. Realmente :P
Que giro aquele site. Espero que consigas, entao :)

Ana Rita Correia disse...

A sério? Não sabia disso... Como é que é possivel que as pessoas achem que o dinheiro pode comprar tudo?!
De certeza que aquelas pessoas ficam com remorsos para o resto da vida

Ana Rita Correia disse...

É compreensivel, claro. Mas também tem muito a ver com a educação daquelas pessoas. Eu acho que se fossem tripulantes de 3ª classe, teriam voltado atrás. Mas, claro, não é esta a questão. O erro foi dos oficiais que não encheram os botes, mesmo sabendo que não seriam suficientes para todos os passageiros.

Jefferson disse...

Amigo não podia deixar de comentar, estava esperando o post sobre a Isadora Duncan, adorei ler sobre ela. Tadinha morreu nova até^^

abraços amigoo