sexta-feira, março 05, 2010

ONDA GIGANTE EMBATE EM NAVIO E MATA 2 PESSOAS
Notícia retirada online do Diário de Noticias
Ondas com mais de oito metros que se abateram sobre o navio 'Louis Majesty' são raras no mar Mediterrâneo.
Surgiram do nada, abateram-se sem aviso sobre a proa do navio de cruzeiro Louis Majesty, quando este se encontrava ao largo da Catalunha, no Mediterrâneo, e semearam destruição: dois passageiros morreram e 14 ficaram feridos, dois deles em estado grave. Foi na tarde de quarta-feira. Três ondas sucessivas, com mais de oito metros de altura, rebentaram os vidros da zona do salão, junto à proa do navio.
O acidente foi inesperado, como inesperados são estes fenómenos. Sobretudo no Mediterrâneo, onde este tipo de ondas gigantes são raras, como confirmou ao DN o geólogo Jorge Dinis, da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Universidade de Coimbra.
"No Atlântico, há vários casos descritos. Nos últimos 15 anos houve registos de ondas de oito e nove metros em mar aberto e calmo. Mas no Mediterrâneo é mais invulgar", adiantou Jorge Dinis. E não é fácil explicar o que está na origem destes fenómenos.
O que gera as ondas à superfície do oceano é o vento. Essas ondas podem viajar quilómetros e se ocorrer uma soma das suas energias, quando se cruzam, podem gerar-se então ondas gigantes. Isto acontece no Atlântico com regularidade. E em épocas de temporal é ainda mais provável.
No Mediterrâneo, é outra história. Este é um mar fechado e muito recortado. Pode estar precisamente nesta última circunstância a explicação para as ondas que na última quarta-feira quase varreram o navio Louis Majesty.
Este recorte pode alterar a direcção das ondas. "Se elas tiverem um comprimento semelhante e uma energia idêntica, podem sofrer um reforço", tornando-se subitamente maiores, segundo explicou o especialista de Coimbra. Ou gigantes, como aconteceu neste caso.
Ao contrário do que acontece com o fenómeno dos tsunamis, que são causados por uma alteração do fundo marinho, em geral associada a um sismo que altera a sua configuração, estas ondas gigantes não decorrem de mudanças no fundo do mar.
A aleatoriedade associada às ondas acaba por tornar estes fenómenos imprevisíveis. A única possibilidade de conhecer antecipadamente a sua ocorrência poderia ser através de um sistema de alerta, com bóias à superfície, idêntico ao utilizado no Pacífico, Índico e Caraíbas para os tsunamis.
No entanto, sendo as ondas, como as que se abateram sobre o navio Louis Majesty, um fenómeno solitário, um sistema deste tipo, que não faz um registo em contínuo, mas a intervalos temporais certos, "poderia perder uma onda deste tipo", como explicou ao DN o oceanógrafo Joaquim Dias, do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
De qualquer forma, um sistema desse tipo não está ainda em operação no mar Mediterrâneo.

2 comentários:

Alencar Silva disse...

Quando fiquei sabendo deste incidente, na mesma hora ocorreu o fato do filme ficção POSEIDON.

Será que em um futuro próximos ocorrerá uma calamidade desta magnitude?

Rodrigo disse...

E eu quando lí sobre o acidente lembrei-me na verdade do filme 2012... pois neste filme em uma das cenas aparece um navio que colide com o porto...

Infelizmente houve vítimas com este navio...