sexta-feira, abril 21, 2006

TITANIC
Depois da Dorothy ter conhecido o Edward, esta decide ir à procura dele. Ela sentia-se insegura em terceira-classe, mas ao mesmo tempo lembrava-se dos olhos de Edward. Dorothy abre a porta de primeira-classe e desce as escadas para a terceira. Os homens da tripulação abandonam as suas tarefas e ficam atónitos olhando para ela. A terceira classe, contudo, é muito diferente. O ambiente contrasta com a opulência da primeira-classe, mas é um sítio ruidoso e cheio de vida. Há só bancos, mesas de madeira, camas metálicas... muitas pessoas partilham o pouco espaço que têm. Partilham, sobretudo, a alegria e a vida. Este era o centro social dos passageiros de terceira-classe.
Há mães com bebés, crianças a correr e que falam línguas diferentes, mulheres idosas, homens a jogar xadrez, meninas a bordar e a ler romances. Sentado ao piano Carl toca alguns acordes. Três rapazes estão a gritar e a correr perseguindo um rato, tentando acertar-lhe com um sapato causando um alvoroço geral. Em terceira-classe Dorothy descobre um mundo novo, autêntico. Procura Edward com o olhar e encontra os seus olhos azuis e o seu sorriso.
Carl - E tu? Para mim não há visão mais triste do que a de um homem perder a cabeça por uma mulher com quem nada falou.
Edward - O suficiente...
Carl - Ouve-me. Sou teu amigo, não sou? Embora te conheça há poucos dias é evidente para todos menos para ti que ela nunca mais nos dará a honra da sua sublime presença metendo cá o nariz uma só vez, e é muito melhor para ti. Esquece-a!
Algo chama a atenção de Carl, ele olha para esse local e Edward curioso olha também. Dorothy aparece e aproxima-se deles. A actividade na sala pára e Dorothy apercebe-se de que os passageiros de terceira-classe ficam a olhar para ela como se fosse uma princesa. Alguns com ressentimento, outros com admiração. Ela localiza-o com o olhar e dirige-lhe um sorriso caminhando directamente até ele. Ele levanta-se para a receber sorrindo.
Dorothy - Olá, Edward.
Edward - Olá.
Dorothy - Podemos falar?
Edward - Claro.
Carl - Vai em paz, meu filho. E não te esqueças que amanhã é o primeiro Sábado depois da Páscoa.
Edward - Por aqui, por favor.

Edward indica-lhe o caminho, olha para trás, para Carl, por cima do ombro com uma sobrancelha levantada enquanto sai com ela, deixando a todos em silêncio, assombrados. Edward e Dorothy estão no deque. Caminham ao lado um do outro. Passam ao lado um do outro.

Dorothy - Edward... sinto-me como uma idiota. Passei toda a manhã a tentar ter coragem para vir vê-lo.

Edward - Bom, aqui estás.

Dorothy - Aqui estou eu...

Passam ao lado de pessoas que lêem e falam sentadas nos bancos de passeio. Algumas delas olham com curiosidade para o estranho casal. Ela sente-se fora do lugar com as suas roupas finas. Edward era como um livro aberto nada lhe escondia, era muito sincero nas palavras...

Dorothy - Então e depois disso, senhor Edward vadio?

Edward - Bem, entretanto cortei madeira, consegui o que se parecia ser mais com um emprego. É um local com uma faixa de costa extensa.

Dorothy - Parecido com um emprego?

Edward - Sim, fazia um bom dinheiro... Por vezes conseguia um dólar por dia. Mas apenas no verão. Quando se tornou inverno, decidi ir para Paris e ver o que os verdadeiros artistas andavam a fazer.

Divertia-me como se estivesse num palácio de Verão na costa rodeado de todos os confortos. Acordava cedo, antes do pequeno-almoço ia ter com o profissional de raquetes para meia-hora de aquecimento antes de dar umas braçadas numa piscina de água salgada com cerca de 3 metros de profundidade e aquecida a uma temperatura refrescante.

3 comentários:

Anónimo disse...

Nossa lindo capítulo o de hoje.
Simples mas ao mesmo tempo marcantes e romântico. Ainda tem esse fundo musical que nos transporta para a cena, podemos visualizá-la em nossas mentes.

Parabéns mais uma vez, por essa linda história.

Abraços.

Anónimo disse...

Nossa lindo capítulo de hoje.
Simples mas ao mesmo tempo marcantes e romântico. Ainda tem esse fundo musical que nos transporta para a cena, podemos visualizá-la em nossas mentes.

Parabéns mais uma vez, por essa linda história.

Abraços.

Anónimo disse...

Oi...
Nem preciso falar nada né?!
O Alencar já disse tudo...
Simplesmente perfeito...
beijos
amei a visita...